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quinta-feira, julho 17, 2025

É bom desconfiar das nossas certezas

 
Desconfiar das nossas certezas é coisa sábia. Quem está irredutível nas suas próprias firmezas aprende pouco. Partir do pressuposto que se pode estar errado é um passo certo na direcção do crescimento espiritual. Em todas as histórias, circunstâncias, interpretações, há sempre coisas encobertas que não conhecemos.

Veja-se por exemplo a história de Jó. Nem ele, nem a mulher, nem os amigos estavam conscientes da trama espiritual que estava a acontecer. Alguns tinham muitas certezas, mas estavam errados. Presumir que se sabe tudo é um pecado grave, porque é uma forma de se fazer igual a Deus. Só O Senhor tudo sabe e tudo pode. Ele está sempre certo. É melhor confiar em Deus e desconfiar das nossas certezas.

Depois de Deus falar, Jó concluiu: "Sei bem que podes todas as coisas e que nenhum dos teus propósitos pode ser frustrado. Perguntaste quem foi que tão loucamente desacreditou a tua providência. Fui eu; falei de coisas que ignorava, de que nada sabia; coisas demasiado maravilhosas para a minha compreensão." - Jó 42:3-5 (versão O Livro).

segunda-feira, agosto 05, 2024

Deus presente


Jesus é admiravelmente singular.
A singularidade de Jesus significa que Ele é único e absolutamente incomparável. Não há ninguém igual a Jesus ou que se equipare a Ele. Há muitas concepções erradas acerca de Cristo. Alguns dizem que Jesus foi apenas um bom mestre. Outros alegam que é um anjo, um espírito, um deus. Muitos pensam que foi um mártir e que está morto. No entanto, se alguém quer ter uma compreensão exacta de Cristo tem que ir às fontes certas e seguras - as Escrituras Sagradas. Jerónimo, o patriarca da igreja do século IV e V, escreveu: “ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”1.

Jesus tem atributos inigualáveis. Um dos aspectos distintivos de Jesus é que Ele é Deus. A Bíblia revela que só há um Deus, coexistente em três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 3:16,17; Mt 28:19; 2Co 13:13). O Pai é Deus, Jesus é Deus, O Espírito Santo é Deus. Não são três deuses, é um só Deus, manifesto em três Pessoas da mesma substância, iguais em poder e glória. Neste artigo, proponho meditarmos na singularidade de Jesus Cristo como Deus.

No Antigo Testamento, Isaías tinha profetizado que uma virgem iria dar à luz um filho e que o seu nome seria Emanuel, que significa “Deus connosco” (Is 7:14; Mt 1:23). O nome de Jesus reverbera a presença divina. A encarnação de Jesus é a materialização do Deus que vem para ficar connosco. O melhor presente do Natal é Deus a tornar-se presente entre nós. Em Hebreus 1:3 é dito que O Filho é o resplendor da glória divina e a expressão exacta do seu Ser. Deus mostrou-se em Cristo. O próprio Pai diz do Filho: “Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, ceptro de equidade é o ceptro do teu reino” (Hb 1:8). Os hebreus precisavam admitir que Jesus é Deus e Rei. Essa constatação continua a ser necessária no mundo pós-moderno de hoje. Não chega aceitar que Deus se fez presente em Cristo, é necessário recebê-lo pela fé e sujeitar-se à sua soberania.

No evangelho de João (e nas suas Cartas), a divindade de Jesus é uma ênfase constante. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1:1). Este Verbo divino fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1:14). No capítulo três, Jesus baralha o mestre Nicodemos ao afirmar que desceu do céu e ao mesmo tempo continua no céu (Jo 3:13). Somente Deus pode estar em dois lugares simultaneamente. Mais à frente no relato joanino, os religiosos judaicos ficam furiosos quando Jesus diz: “antes que Abraão existisse ‘EU SOU’” (Jo 8:58-59). Com estas palavras, Jesus vincula-se ao nome de Deus revelado a Moisés, o “EU SOU” (Êxodo 3:13-14) e assume de forma inequívoca a sua natureza eterna e divina. 

Em João 10:30 Jesus proclama: “Eu e o Pai somos um.” Os judeus enfurecidos tentam apedrejá-lo acusando-o que se estava a fazer de Deus. E de facto estava, Jesus é Deus. Na sua primeira Carta, João testifica “que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5:20). O apóstolo João não tinha dúvidas que Jesus é o verdadeiro Deus. Que ninguém ao ler estas linhas fique indiferente ao verdadeiro Deus Jesus, mas creia nele.

A Bíblia tem ironias curiosas. Uma das declarações mais claras acerca da divindade de Jesus foi proferida pelo mais céptico dos doze apóstolos de Jesus - o apóstolo Tomé. Quando Jesus ressuscitou, apareceu aos seus discípulos, mas Tomé não estava presente nessa aparição de Jesus (Jo 20:24-28). Quando lhe contaram que viram O Senhor ressurrecto, Tomé disse que só acreditaria se visse as marcas da crucificação de Jesus. Tomé é o pai da expressão “ver para crer”, tantas vezes usada hoje, que é apenas uma desculpa esfarrapada para justificar a teimosia de descrer perante os factos. Passados oito dias, O Senhor rompeu as paredes e fez-se presente - Jesus é Deus omnipresente! Voltando-se para Tomé desafiou-o: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.” Jesus respondeu às indagações de Tomé sem estar presente quando ele as proferiu. Jesus sabe todas as coisas, porque também é Deus omnisciente!

Diante das evidências do poder divino do Jesus ressurrecto, Tomé gritou: “Senhor meu, Deus meu” (Jo 20:28). Jesus aceitou essa declaração, porque na verdade é Deus e Senhor! “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!” disse Jesus. Mais felizes são os que crêem sem ver. Tomé creu na ressurreição de Jesus e declarou a divindade e o Senhorio de Cristo. Era necessário restaurar a fé do apóstolo relutante. Ele também seria um dos fundamentos da Igreja (Ef 2:20). Gregório Magno, no século VI, disse que “a incredulidade de Tomé foi mais proveitosa para nossa fé do que a fé dos discípulos que acreditaram, porque, decidindo aquele apalpar para crer, nossa alma se afirma na fé, descartando toda dúvida.”2 A terrível descrença de Tomé acabou por resultar no testemunho claro e inequívoco da divindade de Jesus.

O vocábulo grego THEÓS é a palavra mais usada para descrever Deus no Novo Testamento. Ela surge em sete passagens para se referir a Jesus: Jo 1:1; 1:18; 20:28; Rm 9:5; Tt 2:13; Hb 1:8; 2Pe 1:1. Não há dúvidas, Jesus é Deus. Além disso, no seu ministério terreno, em diversas ocasiões, Jesus recebeu e aceitou adoração (Mt 2:11; 14:33; 28:9,17; Lc 24:52; Jo 9:38). Se Jesus não fosse Deus, teria dito a essas pessoas para não O adorarem, porque somente Deus deve ser adorado (Dt 6:13; Lc 4:8; At 10:25-26; Ap 22:8-9).


Sim, só há um Deus e um mediador entre Deus e os homens – Jesus Cristo, homem (1Tm 2:5). O facto de Jesus ser Deus reforça de forma eterna as suas palavras e obra. Jesus veio a este mundo não só para manifestar a sua divindade, mas também, como homem, para morrer pelos nossos pecados. Crer em Jesus é confiar em Deus. Quem deposita a fé e esperança em Cristo é salvo. O Deus Jesus fez-se presente no passado, faz-se presente no presente e manifestar-se-á de forma gloriosa em breve, quando vier buscar a Sua Igreja. Conforme John Piper relembra: “Nós, os cristãos, não estamos a aguardar a chegada de um simples homem, mas a ‘gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo’ (Tt 2:13; 2Pe 1:1).”3.

Como não adorar, servir e amar o nosso Salvador Jesus Cristo, O grande Deus presente?

 

Jorge Oliveira 
(Artigo publicado na edição nº 188, Julho 2024 , na Revista Refrigério)

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1. JERÓNIMO, Presbítero. Prólogo ao Comentário Sobre o Profeta Isaías.

2. GREGÓRIO MAGNO. Homiliæ in Evangelia. L.II, hom.6 [XXVI], n.7. In: Obras. Madrid: BAC, 1958, p.665.

3. PIPER, John. Um Homem chamado Jesus Cristo. Editora Vida, 2005, p.28.

quarta-feira, outubro 18, 2023

Bons frutos

"Portanto, pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:20)

Um cristão convicto não pode esperar que um não-cristão tenha ideias e comportamentos cristãos. Cada um dá o que tem. Não é possível alguém produzir frutos de vida sendo árvore morta. É normal um descrente defender valores e princípios contrários aos do crente. 

A anormalidade está quando alguém se diz cristão mas defende conceitos e valores iguais aos dos não-cristãos. Isso acontece porque há frequentadores de igrejas cristãs que nunca receberam Cristo. Têm aparência de vida, mas continuam mortos. A árvore boa sempre produz bons frutos porque tem a única vida que é boa dentro de si - Jesus Cristo. 

Os frutos espirituais brotam naturalmente quando o cristão está bem firmado no bom solo da Palavra de Deus juntamente com outros cristãos da sua igreja local; quando permite ser podado e rejeita o pecado e as más influências; se está bem regado com oração e vive na dependência do Espírito Santo. Esse cristão, evidencia sempre bons frutos.

sábado, julho 15, 2023

Cristãos mudos

Não concebo pessoas que se dizem cristãs e nunca falam nada da sua fé fora da igreja, por exemplo com a sua família ou nas redes sociais. Quem tem a nova vida de Cristo não consegue calar o poder e a vida de Cristo. 

Além disso, ser cristão pressupõe ser igreja. Se por um lado é verdade que é possível assistir aos cultos da igreja e ainda não ter nascido de novo, por outro lado, dizer-se cristão e não congregar de forma regular e participativa na vida da sua igreja local é algo muito estranho ao ensino da Bíblia Sagrada. Falemos mais de Cristo e congreguemos com alegria na nossa igreja local. Tenham um Domingo abençoado!

sexta-feira, abril 07, 2023

A Páscoa é a maior festa


O mundo não sabe lidar bem com a Páscoa. A Páscoa para alguns é uma espécie de festa menor que é melhor esquecer e desvalorizar. Como se lida com a lembrança da morte cruel e injusta de alguém que disse ser o único Salvador do mundo? Os acontecimentos pascais causam desconforto e perplexidade. 

A Páscoa é a festa da maior libertação do ser humano. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo morreu para nos libertar do pecado, do juízo eterno, do egoísmo. O mundo precisa da libertação da Páscoa. Cada ser humano precisa crer no Cordeiro pascal que foi morto, que está vivo e um dia vai voltar. Cristo é a nossa Páscoa. Quando um pecador se arrepende e crê no Salvador Jesus, acontece a festa maior do universo.

quinta-feira, março 10, 2022

Façamos o bem a todos

Esta guerra da Rússia contra a Ucrânia tem revelado o pior e o melhor da raça humana. Por um lado sucedem-se as terríveis notícias da destruição e devastação que os ucranianos estão a sofrer. Por outro lado, a invasão russa tem originado movimentos solidários de ajuda em todo o mundo. 

Cristãos e não cristãos estão a ajudar, a cuidar, a acolher e abençoar o povo ucraniano. A nossa igreja e muitas outras igrejas e organizações evangélicas têm lançado iniciativas de ajuda e apoio a este povo. É a imago Dei a manifestar-se em expressão de amor e compaixão.

Não sabemos como tudo isto vai acabar, mas acredito que o bem vencerá o mal. Estamos a viver um tempo profético, o fim deste mundo aproxima-se. Cristo continua a ser a solução para a vida presente e futura. Que a Igreja do Senhor continue a orar fervorosamente. A ser o sal e a luz neste mundo desesperado em trevas. 

"Enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé." - Gálatas 6:10 [NVI]. 

quinta-feira, janeiro 27, 2022

Eleições forçadas

No próximo Domingo vamos mais uma vez a eleições legislativas. Eleições antecipadas. Eleições forçadas, porque os partidos de esquerda, que aprovaram os últimos Orçamentos do Estado, desta vez, resolveram não se entender. O Presidente da República tinha avisado que se isso acontecesse íamos às urnas. E aqui estamos. 

A clivagem esquerda / direita acentuou-se e, em plena pandemia, fracturou ainda mais o país. Agora, em plena campanha eleitoral, há promessas de todos os partidos da esquerda e da direita, que se ganharem já estão disponíveis para se entenderem. A política é tramada. O poder político é um bife que todos querem comer ao mesmo tempo, cru ou queimado. 

O cristão não deve fazer da política a sua bandeira. Defendo a laicidade do estado. Quando se mistura a religião com a política dá sempre problemas. Além disso, os políticos não conseguem resolver o principal problema do ser humano, que é o pecado. Somente Deus, através de Jesus Cristo sabe e pode fazer isso. Isto não significa que os cristãos não podem ter um envolvimento político, mas devem saber separar as águas. E as águas políticas normalmente são todas muito turvas. 

Aconselho todos a votar. Domingo, se Deus permitir, votarei. Analisei as propostas e vou votar de acordo com a minha consciência e no partido que entendo ser o melhor para o país. Seja qual for o resultado, como cristão continuarei a orar pelo governo e por todos os deputados eleitos. Oro para que Deus faça de Portugal uma nação livre, próspera e temente a Deus. Oro para que cada português reconheça que só "O Senhor é Deus nos céus e na terra, e não há outro além dele." (Dt 4:39).

segunda-feira, outubro 18, 2021

Gratidão na Prisão

Preguei de forma expositiva na nossa igreja na maravilhosa carta de Paulo aos Filipenses, em 2011 e 2012. Agora, passados dez anos, é tempo de retornarmos à prisão de Roma e ouvirmos aquilo que O Espírito Santo nos quer relembrar através desta epístola.

Filipos era uma cidade bastante importante da Macedónia. Esta igreja começou com uma visão que Deus deu a Paulo e com a pregação do Evangelho junto a um rio. Uma mulher chamada Lídia recebeu Jesus, depois toda a sua família e mais tarde outra família (Actos 16:9-40). Esta carta terá sido escrita (ou ditada) por volta do ano 60 DC, enquanto Paulo estava preso em Roma. 

É uma carta com um cunho muito pessoal de Paulo. Escrita com o coração, para manifestar o amor, saudade e gratidão de Paulo à Igreja em Filipos. Os filipenses davam bom testemunho de fé e amor e tinham enviado um donativo por intermédio de Epafrodito a Paulo. A gratidão e a cooperação prática na obra de Deus são primordiais nos nossos dias. Precisamos dar-nos ao Senhor e cooperar mais uns com os outros. Cultivemos o hábito de agradecer, de incentivar, de abençoar. Tudo começa em casa e na nossa igreja local.

É uma carta cristológica, onde sobressai de forma resplandecente Cristo e a Sua obra redentora. É também uma epístola correctiva. Paulo exorta-nos à perseverança, ao amor fraternal, à humildade, realçando sempre Cristo, como o nosso grande exemplo. Há advertências contra os maus obreiros, contra as heresias e um apelo vigoroso a duas irmãs que estavam de costas voltadas, para darem as mãos e trabalharem juntas no Senhor.

O versículo seis do primeiro capítulo dá-nos consolo e segurança: "Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo." A nossa salvação é assegurada e mantida por Deus. Somos eleitos, salvos e estamos seguros por causa do amor e da misericórdia de Deus e da Sua poderosa obra.

Mas, sem dúvida, a grande ênfase temática desta epístola é a alegria do Senhor! Esta é considerada a carta da alegria. Mesmo estando preso injustamente e perante a morte iminente (Fp 1:21-23), o Apóstolo estimula os filipenses, e nós também, a desfrutarmos da alegria do Senhor. Paulo, o prisioneiro grato, incita-nos com um sorriso nos lábios: "Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos!" (Fp 4:4).

Diante das tristezas, agruras, prisões e dificuldades desta vida, ouçamos O Espírito Santo a repetir hoje: Alegrai-vos sempre no Senhor!

segunda-feira, setembro 20, 2021

Estamos com quem amamos

Há um sinal decisivo no que concerne ao amor: queremos estar com quem amamos. A nossa atenção e dedicação revela quem ou aquilo que nós amamos. Sempre procuramos estar com quem gostamos. O amor abre tempo, espaço e atenção para estar presente. Por muito importante que sejam as coisas que gostamos, quando se ama alguém, prefere-se sempre estar com essa pessoa.

João é chamado o apóstolo do amor, não só porque as suas palavras realçam o amor de Deus, mas porque João amava estar com Jesus. O apóstolo João era conhecido por o "discípulo a quem Jesus amava" e aquele que se reclinava no peito de Jesus (João 13:23; 20:2; 21:7,20). O discípulo amado amava Jesus porque Jesus o amou primeiro. Onde Jesus estava, João amava estar. Aquilo que Jesus fazia, João amava fazer.

Amamos quem gostamos de estar. Não te enganes! Aquilo que dás mais tempo na tua vida é aquilo que mais amas. Estamos com quem amamos.

segunda-feira, maio 03, 2021

A salvação é para agregação


Simão Pedro levantou-se naquele dia, cheio do Espírito Santo, e anunciou: "Esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo!" Muitos daquela multidão ficaram compungidos e perguntaram  o que deviam fazer. "Arrependei-vos e cada um receba O Senhor Jesus como seu salvador e seja baptizado!" respondeu Pedro.

Naquele dia foram salvas e baptizadas cerca de três mil pessoas. Estes baptizados foram agregados à Igreja. A salvação é para agregação. Não há crentes solitários no Reino de Deus. A pauta da Igreja continua a ser a mesma da primeira igreja: perseverar e ensinar a doutrina apostólica, orar em comunidade, partir o pão em comunhão, fomentar o amor de Deus e testemunhar da salvação de Jesus.

Desde aquele dia, a igreja não parou de crescer. O Senhor continua a agregar à Sua igreja aqueles que Ele chama e salva. Somos salvos para permanecerem unidos ao Senhor e à igreja local. Todos os que criam estavam juntos. Num tempo de tanta desagregação física e espiritual voltemos aos primórdios da fé cristã. Quem crê em Cristo congrega.

quarta-feira, dezembro 02, 2020

Quatro centelhas para bem servir


O que é servir a Deus? Será o serviço a Deus uma coisa exclusiva de líderes religiosos? Servir ao Senhor implica envolver-se no trabalho da igreja? Porque é que há tantos cristãos que não assumem um compromisso efectivo na obra de Deus? Não tenho todas as respostas a estas questões, mas penso que a Bíblia lança boas luzes que nos ajudam a reflectir no que concerne ao serviço. O Salmo 100 é um hino de louvor ao Senhor e um incentivo ao serviço. Proponho quatro centelhas para bem servir o Senhor. 

O salmista lança a primeira chispa logo no início do Salmo: “Celebrai com júbilo ao Senhor… servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com canto.” Os louvores e os cânticos são formas de serviço a Deus. O alvo do louvor e da adoração é exclusivo: ao Senhor Deus. E, se já sabemos que Deus é Deus (v. 3) não nos devia custar servi-lo. Penso que a falta de serviço no crente deriva de uma ignorância ontológica de Deus. Muitas pessoas não servem a Deus porque não O conhecem. Falta-lhes teologia. Porque ainda não sabem realmente quem Deus é, não servem. Quanto mais compreendemos que Deus é bom, misericordioso, santo, justo, mais nos apetece louvá-lo e servi-lo. Servimos porque Deus é Senhor!

Um segundo lampejo luminoso que sobressai deste Salmo é que o servo reconhece que tudo vem do seu Senhor. Foi Deus, não nós, que nos fez um povo seu. Foi Deus quem nos escolheu, salvou e nos fez ovelhas do seu pasto (v.3b). Não servimos para ser salvos, servimos porque somos salvos. Max Lucado escreveu que algumas pessoas sentem-se “tão salvas” que nunca servem a Deus e outras pessoas servem na expectativa de serem salvas. São dois extremos equivocados. Ninguém é salvo por servir a Deus, somos salvos para O servir. Esta é uma das grandes diferenças entre um católico romano e um protestante. Não fazemos boas obras para tentar conquistar a salvação, é porque estamos salvos pela graça de Deus que O servimos com alegria.

A terceira centelha deste Salmo 100 é que o servo bom é o que tem um coração grato (v. 4). Os ingratos nunca querem servir a Deus. A nossa independência, egoísmo e preguiça complicam muito o serviço. Aquele que é servo, serve. Servimos a Deus nos cultos da igreja, mas também fora deles. Servimos quando pregamos, louvamos, oramos, testemunhamos e exercitamos os dons que Deus nos tem dado; mas também servimos a Deus quando reconhecemos falhas, quando apoiamos os nossos familiares, quando visitamos, quando ajudamos os nossos colegas de escola e trabalho, quando abençoamos e incentivamos aqueles que nos rodeiam.

Por último, o serviço é o resultado do amor e da misericórdia de Deus na nossa vida (v.5). O serviço para Deus, mais do que ter um sentido utilitário ou calculista, é um fruto amoroso. Servimos porque amamos a Deus e aos nossos irmãos. John Stott asseverou que o amor, a verdade, os dons e o serviço andam juntos. E acrescentou, “Amar é servir. Restam-nos, portanto, estes quatro aspectos da vida cristã que formam um anel ou um círculo que não pode ser quebrado: amor, verdade, dons e serviço. Pois o amor resulta em serviço, o qual, por sua vez, usa os dons, dentre os quais o maior é o ensino da verdade, mas a verdade, por sua vez, deve ser transmitida em amor. Cada um envolve os outros e, por onde quer que comecemos, todos eles são usados. 'O maior deles, porém, é o amor' (1 Cor. 13:13)." Quem ama, serve.


Na famosa música de Bob Dylan “Gotta Serve Somebody”, ele canta que, “Você vai ter que servir a alguém. Pode ser o diabo ou pode ser o Senhor, mas você vai ter que servir a alguém”. Todos estamos a servir a alguém. A nós próprios, aos outros, ao diabo, ao Senhor. Todos são servos daquele a quem servem. Mas como podemos servir a Deus quando andamos tão ocupados e preenchidos? Como servir a Deus neste mundo pandémico?

Se você é salvo, pode servir! Sugiro que comece com pequenos passos. Orar é servir. Santifique a sua vida. Disponibilize-se quando surgirem oportunidades. Não faltam oportunidades de serviço dentro e fora das igrejas. Façamos cada um a nossa parte. Autenticidade e verdade no serviço são imprescindíveis (v. 5). Viver em pecado e depois pensar que se está a servir a um Deus santo, é puro auto-engano. P. T. Forsyth afirmou que "é possível ser muito activo no serviço de Cristo e ainda assim esquecer de amá-lo."

O Senhor, a igreja local, os líderes, os nossos familiares, colegas, vizinhos esperam e contam com o nosso serviço. Além da grande alegria que o serviço a Deus produz, existe a promessa que o Pai nos honrará, abençoará e recompensará: “Se alguém me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.” (João 12:26).

Como cristãos somos servos de Cristo. Sigamos o seu exemplo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28). Se o Homem perfeito escolheu a bacia e a toalha do serviço, que outro tipo de vida os servos de Deus podem ter?

Jorge Oliveira 
(Artigo publicado na edição nº 178 - Outubro-Dezembro 2020, na Revista Refrigério)

quarta-feira, junho 17, 2020

Esperar sempre em Deus


Muitos dizem que esperam em Deus até Deus mexer nas coisas que eles esperavam receber. Não é por aceitarmos a soberania divina que coisas más não nos vão acontecer - isso seria superstição. Sossegar na soberania de Deus é descansar no seu comando, independentemente do que passemos. A fé verdadeira no Senhor é aquela diz "Ainda que ele me mate, nele esperarei" (Jó 13:15). 

Deus vê todas as coisas e só permite as coisas que são necessárias. A sua malha não tem pontas soltas. Deus sabe o que faz e como faz. Além disso, se sofrermos humilhações, maldades e injustiças por fazermos bem, isso faz-nos bem. Ajuda-nos a não confiarmos em nós próprios e a dependermos mais do Senhor. A única forma de andar bem nesta vida é andar na luz, de "peito aberto" às balas. É melhor morrer a esperar em Deus, do que viver desesperançado e frustrado toda a vida. E a outra.

quinta-feira, junho 11, 2020

Deus ama a comunhão

Depois de tanto tempo confinados em nossas casas, começamos a retomar ao “normal”. Ou, como alguém sugeriu, ao “novo normal”, porque isto de usar máscaras, estar sempre a desinfectar as mãos e a afastarmo-nos de todos, não faz parte da nossa normalidade. Somos seres relacionais. 

Fomos feitos para relacionamentos reais. Escrevi em 2014 que quando um individuo não tem prazer em estar com outras pessoas, provavelmente sofre de algum tipo de patologia relacional, emocional e espiritual. A pior das pandemias é aquela que fecha alguém sobre si próprio. 

A igreja existe para a comunhão. Comunhão real com Deus e comunhão presencial de uns com os outros. Quem desfruta de comunhão com Deus procura estar com os seus irmãos. A igreja primitiva amava a comunhão (1Jo 1:3). O grande pregador Spurgeon disse que "se formos fracos na nossa comunhão com Deus, seremos fracos em tudo." 

O egoísmo, a mentira, o orgulho, o pecado em geral, afastam-nos da comunhão. As trevas querem bloquear a comunhão. "Mas se andarmos na luz, como Deus na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7). Deus chama-nos para a Sua comunhão. Deus ama a comunhão.

quarta-feira, abril 22, 2020

Tem bom ânimo, Jesus venceu!



"Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." (João 16:33).

A teologia da prosperidade, a tal que defende que se os cristãos tiverem fé, nunca adoecem, não têm carências, nem dores, é falsa. Jesus alertou os seus discípulos que eles seriam perseguidos, afligidos e mortos. Infelizmente esta pandemia tem atingido centenas de bons cristãos e alguns líderes evangélicos já morreram. As aflições, lutas e dores neste mundo só vão terminar quando as primeiras coisas passarem (Ap 21:4).

É bom lembrar que as aflições do tempo presente, não são para comparar com a glória que há-de ser revelada na eternidade (Rm 8:18). Mesmo diante das nossas dores, Jesus assegurou-nos que nele podemos experimentar paz. Jesus é o Príncipe da paz e a sua paz transcende as circunstâncias e os sentimentos. A sublime presença do nosso Deus pacifica, serena e sossega a mais turbada das almas.

O bom ânimo está ligado a 3 factos: A vitória de Cristo, o perdão dos pecados e à nossa fé obediente. Temos bom ânimo porque confiamos na vitória de Jesus: "Tende bom ânimo; eu venci o mundo." O nosso ânimo resulta do facto de Jesus ter morrido pelos nossos pecados e do perdão que Ele nos disponibiliza. O bom ânimo também acontece quando cultivamos bons pensamentos, meditamos na Palavra de Deus, oramos e colocamos em prática aquilo que Deus nos manda.

Sim, contamos com aflições aqui, mas quando entregamos os nossos fardos, problemas e lutas a Deus, vamos desfrutar da paz e do bom ânimo do Senhor. Tem bom ânimo, Jesus já venceu!

sexta-feira, abril 17, 2020

Os desigrejados estão felizes

Para os "desigrejados" este tempo de quarentena é um tempo normal. O "desigrejado" é um crente sem vínculo com uma igreja local, não quer pertencer formalmente a nenhuma instituição eclesiástica. Não quer participar nos cultos e não pretende estar sujeito a uma liderança. Quando havia a possibilidade do ajuntamento cristão escolheu não se juntar. Agora que não há essa possibilidade, tudo continua bem para ele.

Creio que só sente falta da comunhão real da Igreja quem de facto já o é. Ser cristão, obviamente, é muito mais do que assistir a cultos ou actividades religiosas. Ser cristão implica aceitar a miséria dos seus pecados, arrepender-se deles, acreditar na redenção de Cristo, mas também é desejar ardentemente a comunhão com os outros irmãos. É caminhar e aprender juntamente com outros cristãos.

Deus ama e instituiu a comunhão. Deus chamou-nos para a comunhão com o seu Filho Jesus Cristo e para a comunhão com os nossos irmãos. Para a comunhão real e efectiva, que a sombra do virtual nunca poderá substituir. Que esta disjunta pandemia sirva também para despertar a sede e a saudade da comunhão real. Possamos perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (Actos 2:42). Quando pudermos. Enquanto podemos.

segunda-feira, março 30, 2020

Aquietai-vos



Acompanho a crise epidémica do coronavírus desde Dezembro de 2019, quando ainda poucos desconfiavam do que aí vinha. Têm-me faltado as palavras. Tenho observado a fase da negação da doença passar para o alarmismo, o medo, a desinformação, o desespero, o recolhimento. Todos temos visto as empresas, as lojas, os serviços, as igrejas, as ruas e as cidades a fecharem. De repente, mais de um terço da população mundial ficou enclausurada em casa. É o que se deve fazer. Mas não é a primeira vez na história humana que não fazer nada, ajuda a resolver tudo.

Quando o Rei Josafá ouviu que os moabitas e os amonitas vinham destruir Judá, ele temeu muito. Josafá temeu mas buscou O Senhor. Decretou um jejum e pediu que o povo buscasse a Deus em oração. O Espírito do Senhor veio sobre o levita Jaaziel que lhes disse para não temerem porque aquela luta não era deles, mas de Deus. Nesta peleja só tinham que ficar quietos, de pé, louvando O Senhor. A narrativa bíblica diz que quando os amonitas e moabitas atacaram Judá, ficaram desnorteados e mataram-se uns aos outros. O reino de Judá ficou quieto e Deus concedeu-lhe vitória e paz.

Não é preciso ser profeta para saber que o coronavírus vai passar. Como as pestes anteriores, um dia o COVID-19 vai findar. Até esse dia chegar, estar quieto, louvando e confiando em Deus, é o melhor que se pode fazer. Quem fez da sua vida apenas um conjunto de reuniões, actividades, negócios, encontros, agora sente-se perdido e desesperado. Mas o tempo é para esperar, orar e estar quieto. Saber que Deus continua a ser Deus.

"Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra." (Salmos 46:10).

quinta-feira, fevereiro 20, 2020

Enquanto há vida, há esperança!

Os projectos de lei que propõem a despenalização da morte assistida foram aprovados hoje no Parlamento. Infelizmente a votação não me surpreendeu. A maioria dos nossos deputados tiveram medo do debate alargado, do esclarecimento aberto, da opinião de muitos profissionais de saúde. Mas penso que nada está perdido. Vale a pena lutar pela vida. Ainda pode existir um referendo, o nosso Presidente da República pode vetar a lei ou enviá-la para o Tribunal Constitucional. Enquanto há vida, há esperança. Essa é uma das grandes razões porque continuamos a dizer Sim à Vida e a ser contra contra a eutanásia.

segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Sim à vida!

O meu amigo Jorge Cruz é um excelente médico, que escreveu um artigo esclarecedor na revista Iberoamericana de Bioética: A eutanásia e seus argumentos. Contra a eutanásia estão muitos médicos, enfermeiros, políticos, juristas, ateus, religiosos, formadores de opinião e muitos cidadãos. Não escamoteando os terríveis contornos do sofrimento humano, são muitos os problemas que se levantam com a legalização da morte assistida.

Começa logo nos direitos, liberdades e garantias pessoais, estabelecidas na nossa Constituição. O Artigo 24.º do Capítulo 1 diz que "A vida humana é inviolável". Ao Estado compete defender, preservar e proteger a vida humana. Não é legítimo que a morte dos cidadãos esteja nas mãos de políticos ou médicos. Até pode ficar mais barato ao Estado antecipar a morte, mas o valor de uma vida humana é inegociável. Incentivar a investigação médica; equipar o Serviço Nacional de Saúde com mais e melhores médicos, enfermeiros e meios; aumentar o investimento nos cuidados paliativos, devem ser algumas das respostas do Estado.

Um segundo problema, está no erro trágico da antecipação da morte. O avanço da ciência nas últimas décadas é notório. Quem tem a certeza que a maleita incurável de hoje não tem cura amanhã? Existe muita precipitação na nossa sociedade. Vive-se de forma desenfreada, teme-se pela solidão, e não se está preparado para ligar com as dores e a velhice. É verdade que cuidar de pessoas doentes dá muito trabalho. Acompanhei familiares e amigos até ao seu último fôlego de vida e sei que custa. Conheço o desgaste emocional e físico que implicou acompanhar o meu sogro nos seus últimos anos de vida. Valeu a pena. Quem ama, cuida.

Um terceiro aspecto para não aceitarmos a eutanásia é a experiência terrível dos poucos países em que ela está legalizada. Há negócios tenebrosos nas clínicas da morte, erros grosseiros, pessoas deprimidas que pedem a morte, jovens a serem eutanasiados, um quadro de desesperança. Desesperança legalizada e institucionalizada. Sabe-se que a eutanásia na Bélgica e Holanda foi usada para matar pessoas com depressão ou ansiedade. A ideia de que “eu faço o que quiser com a minha vida” ou "sou eu quem escolhe a minha morte", fazem sentido na defesa do suicídio, não na defesa da eutanásia.

Por último, a questão espiritual. Reconheço que este aspecto poderá ser o mais subjectivo para alguns, mas não deixa de ser relevante. O ser humano é mais que um corpo. Quem decide matar-se está desesperado e destroçado na sua alma. Matar a vida é rejeitar Deus, O Senhor e autor da vida. O poder da vida e da morte pertencem somente a Deus. Por mais doloroso e incompreensível que seja o sofrimento, acredito que há propósito nele. Jesus Cristo escolheu esse caminho para ir à cruz e morrer pelos nossos pecados. Digo sim à vida, mesmo com dores, porque creio que a vida vindoura para os crentes em Jesus será muito melhor.


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Assine a petição para se realizar um Referendo à Eutanásia em Portugal AQUI.

terça-feira, fevereiro 11, 2020

"Até quando, Senhor?"



Jerusalém estava cheia de pecado e violência. Habacuque queixa-se, não CONTRA Deus, mas A Deus: "Até quando, Senhor?". O profeta queria entender os propósitos do Senhor e clamava a Ele por justiça e pela Sua intervenção em Judá. "Até quando?" é um grito de socorro, um pedido de ajuda ao Altíssimo para que Ele intervenha.

Deus vai dar a resposta ao profeta a partir do versículo 5. O Senhor diz que vai enviar os terríveis caldeus, vindos do Oriente e liderados por Nabucodonosor, para possuir a terra de Israel e levar cativos os judeus. O profeta reclamou do silêncio de Deus, mas quando Deus falou ficou ainda mais apreensivo. Temos muita pressa em obter as respostas de Deus, mas muitas vezes elas não são aquilo que esperávamos.

Os caldeus eram um povo cruel. Estavam bem equipados para a guerra, eram corajosos e temidos por todas as nações. Poderosos e arrogantes. David Baker diz que “os babilónicos eram arrogantes, colocando-se no lugar de Deus, chegando a promulgar o direito de se honrarem a si mesmos. O poder e o orgulho com frequência caminham juntos.”


Quatro conclusões e aplicações:

1. O mal é real. O mal não é apenas um problema teológico ou filosófico; Habacuque estava mesmo a viver a maldade dos judeus e iria sentir na pele a violência dos caldeus. O mal é interior e exterior. Está em nós, porque somos todos maus e vem até nós, porque o mundo está no maligno. A única forma de vencer o mal é fazer o bem, deixando Cristo viver em nós e por nós.

2. Deus intervém! Ao contrário do que muitos imaginam, Deus não está indiferente dos assuntos terrenos. O soberano Senhor está atento e tece a história. Jó esperou 38 capítulos pela resposta de Deus, Habacuque esperou 5 versículos. No Seu tempo, Deus sempre responde a quem clama com sinceridade. “Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.” (Jr 33:3)

3. Deus pode usar os ímpios para cumprir os seus soberanos propósitos e para nos refinar. Ao contrário do que pregam os teólogos da prosperidade, é o próprio Deus que envia lutas e perseguições aos seus filhos para os corrigir e aperfeiçoar. Às vezes são as circunstâncias e as pessoas mais difíceis na nossa vida, que nos ajudam a depender mais dele.

4. Deus enviou Jesus. Vemos nesta passagem que Deus enviou os caldeus para disciplinar Israel, mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Jesus Cristo. Ao contrário dos caldeus, o Messias não veio para nos disciplinar ou condenar, mas para nos salvar (João 3:17). Quem nele crer está salvo e seguro. Até quando vais duvidar do Senhor?

quinta-feira, janeiro 23, 2020

Lembrai-vos das coisas passadas



"Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade." (Isaías 46:9-10).

Sou do tipo nostálgico. Não que viva no passado ou do passado, mas sou dado a rememorar. Gosto de relembrar pessoas, lugares, tempos, instantes, livros, filmes, músicas que passaram - ai os gloriosos anos 80 e 90! Tenho saudades de pessoas que já não estão, mas que ficaram. Este blogue fez 15 anos e parece que foi ontem.

Deus diz ao povo de Israel, pelo profeta Isaías, para se lembrarem das coisas passadas. Para se recordarem que Deus é o único Deus e que tinha feito no passado grandes e gloriosas obras. O seu perfeito conhecimento e a sua intervenção poderosa e misericordiosa em favor de Israel era prova que Deus é o Senhor.

Uma das razões para olharmos para trás é para reconhecermos Deus e a sua mão bondosa a conduzir todas as coisas. Se pensarmos bem, Deus foi manifestamente bom no passado e Ele continuará a ser no presente e no futuro. Ele tudo sabe, tudo pode. Assim confiemos nele!