
quinta-feira, julho 17, 2025
É bom desconfiar das nossas certezas

segunda-feira, agosto 05, 2024
Deus presente
Jesus é admiravelmente singular. A singularidade de Jesus
significa que Ele é único e absolutamente incomparável. Não há ninguém igual a
Jesus ou que se equipare a Ele. Há muitas concepções erradas acerca de Cristo.
Alguns dizem que Jesus foi apenas um bom mestre. Outros alegam que é um anjo,
um espírito, um deus. Muitos pensam que foi um mártir e que está morto. No
entanto, se alguém quer ter uma compreensão exacta de Cristo tem que ir às
fontes certas e seguras - as Escrituras Sagradas. Jerónimo, o patriarca da
igreja do século IV e V, escreveu: “ignorar
as Escrituras é ignorar Cristo”1.
Jesus tem atributos inigualáveis. Um dos aspectos distintivos de Jesus é que Ele é Deus. A Bíblia revela que só há um Deus, coexistente em três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 3:16,17; Mt 28:19; 2Co 13:13). O Pai é Deus, Jesus é Deus, O Espírito Santo é Deus. Não são três deuses, é um só Deus, manifesto em três Pessoas da mesma substância, iguais em poder e glória. Neste artigo, proponho meditarmos na singularidade de Jesus Cristo como Deus.
No Antigo Testamento, Isaías tinha profetizado que uma virgem iria dar à luz um filho e que o seu nome seria Emanuel, que significa “Deus connosco” (Is 7:14; Mt 1:23). O nome de Jesus reverbera a presença divina. A encarnação de Jesus é a materialização do Deus que vem para ficar connosco. O melhor presente do Natal é Deus a tornar-se presente entre nós. Em Hebreus 1:3 é dito que O Filho é o resplendor da glória divina e a expressão exacta do seu Ser. Deus mostrou-se em Cristo. O próprio Pai diz do Filho: “Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, ceptro de equidade é o ceptro do teu reino” (Hb 1:8). Os hebreus precisavam admitir que Jesus é Deus e Rei. Essa constatação continua a ser necessária no mundo pós-moderno de hoje. Não chega aceitar que Deus se fez presente em Cristo, é necessário recebê-lo pela fé e sujeitar-se à sua soberania.
No evangelho de João (e nas suas Cartas), a divindade de Jesus é uma ênfase constante. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1:1). Este Verbo divino fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1:14). No capítulo três, Jesus baralha o mestre Nicodemos ao afirmar que desceu do céu e ao mesmo tempo continua no céu (Jo 3:13). Somente Deus pode estar em dois lugares simultaneamente. Mais à frente no relato joanino, os religiosos judaicos ficam furiosos quando Jesus diz: “antes que Abraão existisse ‘EU SOU’” (Jo 8:58-59). Com estas palavras, Jesus vincula-se ao nome de Deus revelado a Moisés, o “EU SOU” (Êxodo 3:13-14) e assume de forma inequívoca a sua natureza eterna e divina.
Em João 10:30 Jesus proclama: “Eu e o Pai somos um.” Os judeus enfurecidos tentam apedrejá-lo acusando-o que se estava a fazer de Deus. E de facto estava, Jesus é Deus. Na sua primeira Carta, João testifica “que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5:20). O apóstolo João não tinha dúvidas que Jesus é o verdadeiro Deus. Que ninguém ao ler estas linhas fique indiferente ao verdadeiro Deus Jesus, mas creia nele.
A Bíblia tem ironias curiosas. Uma das declarações mais claras acerca da divindade de Jesus foi proferida pelo mais céptico dos doze apóstolos de Jesus - o apóstolo Tomé. Quando Jesus ressuscitou, apareceu aos seus discípulos, mas Tomé não estava presente nessa aparição de Jesus (Jo 20:24-28). Quando lhe contaram que viram O Senhor ressurrecto, Tomé disse que só acreditaria se visse as marcas da crucificação de Jesus. Tomé é o pai da expressão “ver para crer”, tantas vezes usada hoje, que é apenas uma desculpa esfarrapada para justificar a teimosia de descrer perante os factos. Passados oito dias, O Senhor rompeu as paredes e fez-se presente - Jesus é Deus omnipresente! Voltando-se para Tomé desafiou-o: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.” Jesus respondeu às indagações de Tomé sem estar presente quando ele as proferiu. Jesus sabe todas as coisas, porque também é Deus omnisciente!
Diante das evidências do poder divino do Jesus ressurrecto, Tomé
gritou: “Senhor meu, Deus meu” (Jo 20:28). Jesus aceitou essa
declaração, porque na verdade é Deus e Senhor! “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e
creram!” disse Jesus. Mais felizes são os que crêem sem ver. Tomé creu na
ressurreição de Jesus e declarou a divindade e o Senhorio de Cristo. Era
necessário restaurar a fé do apóstolo relutante. Ele também seria um dos
fundamentos da Igreja (Ef 2:20). Gregório Magno, no século VI, disse que “a incredulidade de Tomé foi mais
proveitosa para nossa fé do que a fé dos discípulos que acreditaram, porque,
decidindo aquele apalpar para crer, nossa alma se afirma na fé, descartando
toda dúvida.”2 A
terrível descrença de Tomé acabou por resultar no testemunho claro e inequívoco
da divindade de Jesus.
O vocábulo grego “THEÓS” é a palavra mais usada para descrever Deus no Novo Testamento. Ela surge em sete passagens para se referir a Jesus: Jo 1:1; 1:18; 20:28; Rm 9:5; Tt 2:13; Hb 1:8; 2Pe 1:1. Não há dúvidas, Jesus é Deus. Além disso, no seu ministério terreno, em diversas ocasiões, Jesus recebeu e aceitou adoração (Mt 2:11; 14:33; 28:9,17; Lc 24:52; Jo 9:38). Se Jesus não fosse Deus, teria dito a essas pessoas para não O adorarem, porque somente Deus deve ser adorado (Dt 6:13; Lc 4:8; At 10:25-26; Ap 22:8-9).
Sim, só há um Deus e um mediador entre Deus e os homens –
Jesus Cristo, homem (1Tm 2:5). O facto de Jesus ser Deus reforça de forma
eterna as suas palavras e obra. Jesus veio a este mundo não só para manifestar
a sua divindade, mas também, como homem, para morrer pelos nossos pecados. Crer
em Jesus é confiar em Deus. Quem deposita a fé e esperança em Cristo é salvo. O
Deus Jesus fez-se presente no passado, faz-se presente no presente e
manifestar-se-á de forma gloriosa em breve, quando vier buscar a Sua Igreja.
Conforme John Piper relembra: “Nós, os
cristãos, não estamos a aguardar a chegada de um simples homem, mas a ‘gloriosa
manifestação do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo’ (Tt 2:13; 2Pe 1:1).”3.
Como não adorar, servir e amar o nosso Salvador Jesus Cristo, O grande Deus presente?
Jorge Oliveira
(Artigo publicado na edição nº 188, Julho 2024 , na Revista Refrigério)
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1. JERÓNIMO, Presbítero. Prólogo ao Comentário Sobre o Profeta Isaías.
2. GREGÓRIO MAGNO. Homiliæ in Evangelia. L.II, hom.6 [XXVI], n.7. In: Obras. Madrid: BAC, 1958, p.665.
3. PIPER, John. Um Homem chamado Jesus Cristo. Editora Vida, 2005, p.28.
quarta-feira, outubro 18, 2023
Bons frutos
"Portanto, pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:20)
Um cristão convicto não pode esperar que um não-cristão tenha ideias e comportamentos cristãos. Cada um dá o que tem. Não é possível alguém produzir frutos de vida sendo árvore morta. É normal um descrente defender valores e princípios contrários aos do crente.
A anormalidade está quando alguém se diz cristão mas defende conceitos e valores iguais aos dos não-cristãos. Isso acontece porque há frequentadores de igrejas cristãs que nunca receberam Cristo. Têm aparência de vida, mas continuam mortos. A árvore boa sempre produz bons frutos porque tem a única vida que é boa dentro de si - Jesus Cristo.
Os frutos espirituais brotam naturalmente quando o cristão está bem firmado no bom solo da Palavra de Deus juntamente com outros cristãos da sua igreja local; quando permite ser podado e rejeita o pecado e as más influências; se está bem regado com oração e vive na dependência do Espírito Santo. Esse cristão, evidencia sempre bons frutos.
sábado, julho 15, 2023
Cristãos mudos
sexta-feira, abril 07, 2023
A Páscoa é a maior festa
quinta-feira, março 10, 2022
Façamos o bem a todos
quinta-feira, janeiro 27, 2022
Eleições forçadas
segunda-feira, outubro 18, 2021
Gratidão na Prisão
segunda-feira, setembro 20, 2021
Estamos com quem amamos

segunda-feira, maio 03, 2021
A salvação é para agregação
Naquele dia foram salvas e baptizadas cerca de três mil pessoas. Estes baptizados foram agregados à Igreja. A salvação é para agregação. Não há crentes solitários no Reino de Deus. A pauta da Igreja continua a ser a mesma da primeira igreja: perseverar e ensinar a doutrina apostólica, orar em comunidade, partir o pão em comunhão, fomentar o amor de Deus e testemunhar da salvação de Jesus.
Desde aquele dia, a igreja não parou de crescer. O Senhor continua a agregar à Sua igreja aqueles que Ele chama e salva. Somos salvos para permanecerem unidos ao Senhor e à igreja local. Todos os que criam estavam juntos. Num tempo de tanta desagregação física e espiritual voltemos aos primórdios da fé cristã. Quem crê em Cristo congrega.
quarta-feira, dezembro 02, 2020
Quatro centelhas para bem servir
O que é servir a Deus? Será o serviço a Deus uma coisa exclusiva de líderes religiosos? Servir ao Senhor implica envolver-se no trabalho da igreja? Porque é que há tantos cristãos que não assumem um compromisso efectivo na obra de Deus? Não tenho todas as respostas a estas questões, mas penso que a Bíblia lança boas luzes que nos ajudam a reflectir no que concerne ao serviço. O Salmo 100 é um hino de louvor ao Senhor e um incentivo ao serviço. Proponho quatro centelhas para bem servir o Senhor.
O salmista lança a primeira chispa logo no início do Salmo: “Celebrai com júbilo ao Senhor… servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com canto.” Os louvores e os cânticos são formas de serviço a Deus. O alvo do louvor e da adoração é exclusivo: ao Senhor Deus. E, se já sabemos que Deus é Deus (v. 3) não nos devia custar servi-lo. Penso que a falta de serviço no crente deriva de uma ignorância ontológica de Deus. Muitas pessoas não servem a Deus porque não O conhecem. Falta-lhes teologia. Porque ainda não sabem realmente quem Deus é, não servem. Quanto mais compreendemos que Deus é bom, misericordioso, santo, justo, mais nos apetece louvá-lo e servi-lo. Servimos porque Deus é Senhor!
Um segundo lampejo luminoso que sobressai deste Salmo é que o servo reconhece que tudo vem do seu Senhor. Foi Deus, não nós, que nos fez um povo seu. Foi Deus quem nos escolheu, salvou e nos fez ovelhas do seu pasto (v.3b). Não servimos para ser salvos, servimos porque somos salvos. Max Lucado escreveu que algumas pessoas sentem-se “tão salvas” que nunca servem a Deus e outras pessoas servem na expectativa de serem salvas. São dois extremos equivocados. Ninguém é salvo por servir a Deus, somos salvos para O servir. Esta é uma das grandes diferenças entre um católico romano e um protestante. Não fazemos boas obras para tentar conquistar a salvação, é porque estamos salvos pela graça de Deus que O servimos com alegria.
A terceira centelha deste Salmo 100 é que o servo bom é o que tem um coração grato (v. 4). Os ingratos nunca querem servir a Deus. A nossa independência, egoísmo e preguiça complicam muito o serviço. Aquele que é servo, serve. Servimos a Deus nos cultos da igreja, mas também fora deles. Servimos quando pregamos, louvamos, oramos, testemunhamos e exercitamos os dons que Deus nos tem dado; mas também servimos a Deus quando reconhecemos falhas, quando apoiamos os nossos familiares, quando visitamos, quando ajudamos os nossos colegas de escola e trabalho, quando abençoamos e incentivamos aqueles que nos rodeiam.
Por último, o serviço é o resultado do amor e da misericórdia de Deus na nossa vida (v.5). O serviço para Deus, mais do que ter um sentido utilitário ou calculista, é um fruto amoroso. Servimos porque amamos a Deus e aos nossos irmãos. John Stott asseverou que o amor, a verdade, os dons e o serviço andam juntos. E acrescentou, “Amar é servir. Restam-nos, portanto, estes quatro aspectos da vida cristã que formam um anel ou um círculo que não pode ser quebrado: amor, verdade, dons e serviço. Pois o amor resulta em serviço, o qual, por sua vez, usa os dons, dentre os quais o maior é o ensino da verdade, mas a verdade, por sua vez, deve ser transmitida em amor. Cada um envolve os outros e, por onde quer que comecemos, todos eles são usados. 'O maior deles, porém, é o amor' (1 Cor. 13:13)." Quem ama, serve.
Na famosa música de Bob Dylan “Gotta Serve Somebody”, ele canta que, “Você vai ter que servir a alguém. Pode ser o diabo ou pode ser o Senhor, mas você vai ter que servir a alguém”. Todos estamos a servir a alguém. A nós próprios, aos outros, ao diabo, ao Senhor. Todos são servos daquele a quem servem. Mas como podemos servir a Deus quando andamos tão ocupados e preenchidos? Como servir a Deus neste mundo pandémico?
Se você é salvo, pode servir! Sugiro que comece com pequenos passos. Orar é servir. Santifique a sua vida. Disponibilize-se quando surgirem oportunidades. Não faltam oportunidades de serviço dentro e fora das igrejas. Façamos cada um a nossa parte. Autenticidade e verdade no serviço são imprescindíveis (v. 5). Viver em pecado e depois pensar que se está a servir a um Deus santo, é puro auto-engano. P. T. Forsyth afirmou que "é possível ser muito activo no serviço de Cristo e ainda assim esquecer de amá-lo."
O Senhor, a igreja local, os líderes, os nossos familiares, colegas, vizinhos esperam e contam com o nosso serviço. Além da grande alegria que o serviço a Deus produz, existe a promessa que o Pai nos honrará, abençoará e recompensará: “Se alguém me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.” (João 12:26).
Como cristãos somos servos de Cristo. Sigamos o seu exemplo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28). Se o Homem perfeito escolheu a bacia e a toalha do serviço, que outro tipo de vida os servos de Deus podem ter?
Jorge Oliveira
quarta-feira, junho 17, 2020
Esperar sempre em Deus
quinta-feira, junho 11, 2020
Deus ama a comunhão
quarta-feira, abril 22, 2020
Tem bom ânimo, Jesus venceu!

"Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." (João 16:33).
A teologia da prosperidade, a tal que defende que se os cristãos tiverem fé, nunca adoecem, não têm carências, nem dores, é falsa. Jesus alertou os seus discípulos que eles seriam perseguidos, afligidos e mortos. Infelizmente esta pandemia tem atingido centenas de bons cristãos e alguns líderes evangélicos já morreram. As aflições, lutas e dores neste mundo só vão terminar quando as primeiras coisas passarem (Ap 21:4).
É bom lembrar que as aflições do tempo presente, não são para comparar com a glória que há-de ser revelada na eternidade (Rm 8:18). Mesmo diante das nossas dores, Jesus assegurou-nos que nele podemos experimentar paz. Jesus é o Príncipe da paz e a sua paz transcende as circunstâncias e os sentimentos. A sublime presença do nosso Deus pacifica, serena e sossega a mais turbada das almas.
O bom ânimo está ligado a 3 factos: A vitória de Cristo, o perdão dos pecados e à nossa fé obediente. Temos bom ânimo porque confiamos na vitória de Jesus: "Tende bom ânimo; eu venci o mundo." O nosso ânimo resulta do facto de Jesus ter morrido pelos nossos pecados e do perdão que Ele nos disponibiliza. O bom ânimo também acontece quando cultivamos bons pensamentos, meditamos na Palavra de Deus, oramos e colocamos em prática aquilo que Deus nos manda.
Sim, contamos com aflições aqui, mas quando entregamos os nossos fardos, problemas e lutas a Deus, vamos desfrutar da paz e do bom ânimo do Senhor. Tem bom ânimo, Jesus já venceu!
sexta-feira, abril 17, 2020
Os desigrejados estão felizes
Creio que só sente falta da comunhão real da Igreja quem de facto já o é. Ser cristão, obviamente, é muito mais do que assistir a cultos ou actividades religiosas. Ser cristão implica aceitar a miséria dos seus pecados, arrepender-se deles, acreditar na redenção de Cristo, mas também é desejar ardentemente a comunhão com os outros irmãos. É caminhar e aprender juntamente com outros cristãos.
Deus ama e instituiu a comunhão. Deus chamou-nos para a comunhão com o seu Filho Jesus Cristo e para a comunhão com os nossos irmãos. Para a comunhão real e efectiva, que a sombra do virtual nunca poderá substituir. Que esta disjunta pandemia sirva também para despertar a sede e a saudade da comunhão real. Possamos perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (Actos 2:42). Quando pudermos. Enquanto podemos.
segunda-feira, março 30, 2020
Aquietai-vos

Acompanho a crise epidémica do coronavírus desde Dezembro de 2019, quando ainda poucos desconfiavam do que aí vinha. Têm-me faltado as palavras. Tenho observado a fase da negação da doença passar para o alarmismo, o medo, a desinformação, o desespero, o recolhimento. Todos temos visto as empresas, as lojas, os serviços, as igrejas, as ruas e as cidades a fecharem. De repente, mais de um terço da população mundial ficou enclausurada em casa. É o que se deve fazer. Mas não é a primeira vez na história humana que não fazer nada, ajuda a resolver tudo.
Quando o Rei Josafá ouviu que os moabitas e os amonitas vinham destruir Judá, ele temeu muito. Josafá temeu mas buscou O Senhor. Decretou um jejum e pediu que o povo buscasse a Deus em oração. O Espírito do Senhor veio sobre o levita Jaaziel que lhes disse para não temerem porque aquela luta não era deles, mas de Deus. Nesta peleja só tinham que ficar quietos, de pé, louvando O Senhor. A narrativa bíblica diz que quando os amonitas e moabitas atacaram Judá, ficaram desnorteados e mataram-se uns aos outros. O reino de Judá ficou quieto e Deus concedeu-lhe vitória e paz.
Não é preciso ser profeta para saber que o coronavírus vai passar. Como as pestes anteriores, um dia o COVID-19 vai findar. Até esse dia chegar, estar quieto, louvando e confiando em Deus, é o melhor que se pode fazer. Quem fez da sua vida apenas um conjunto de reuniões, actividades, negócios, encontros, agora sente-se perdido e desesperado. Mas o tempo é para esperar, orar e estar quieto. Saber que Deus continua a ser Deus.
"Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra." (Salmos 46:10).
quinta-feira, fevereiro 20, 2020
Enquanto há vida, há esperança!
segunda-feira, fevereiro 17, 2020
Sim à vida!
Começa logo nos direitos, liberdades e garantias pessoais, estabelecidas na nossa Constituição. O Artigo 24.º do Capítulo 1 diz que "A vida humana é inviolável". Ao Estado compete defender, preservar e proteger a vida humana. Não é legítimo que a morte dos cidadãos esteja nas mãos de políticos ou médicos. Até pode ficar mais barato ao Estado antecipar a morte, mas o valor de uma vida humana é inegociável. Incentivar a investigação médica; equipar o Serviço Nacional de Saúde com mais e melhores médicos, enfermeiros e meios; aumentar o investimento nos cuidados paliativos, devem ser algumas das respostas do Estado.
Um segundo problema, está no erro trágico da antecipação da morte. O avanço da ciência nas últimas décadas é notório. Quem tem a certeza que a maleita incurável de hoje não tem cura amanhã? Existe muita precipitação na nossa sociedade. Vive-se de forma desenfreada, teme-se pela solidão, e não se está preparado para ligar com as dores e a velhice. É verdade que cuidar de pessoas doentes dá muito trabalho. Acompanhei familiares e amigos até ao seu último fôlego de vida e sei que custa. Conheço o desgaste emocional e físico que implicou acompanhar o meu sogro nos seus últimos anos de vida. Valeu a pena. Quem ama, cuida.
Um terceiro aspecto para não aceitarmos a eutanásia é a experiência terrível dos poucos países em que ela está legalizada. Há negócios tenebrosos nas clínicas da morte, erros grosseiros, pessoas deprimidas que pedem a morte, jovens a serem eutanasiados, um quadro de desesperança. Desesperança legalizada e institucionalizada. Sabe-se que a eutanásia na Bélgica e Holanda foi usada para matar pessoas com depressão ou ansiedade. A ideia de que “eu faço o que quiser com a minha vida” ou "sou eu quem escolhe a minha morte", fazem sentido na defesa do suicídio, não na defesa da eutanásia.
Por último, a questão espiritual. Reconheço que este aspecto poderá ser o mais subjectivo para alguns, mas não deixa de ser relevante. O ser humano é mais que um corpo. Quem decide matar-se está desesperado e destroçado na sua alma. Matar a vida é rejeitar Deus, O Senhor e autor da vida. O poder da vida e da morte pertencem somente a Deus. Por mais doloroso e incompreensível que seja o sofrimento, acredito que há propósito nele. Jesus Cristo escolheu esse caminho para ir à cruz e morrer pelos nossos pecados. Digo sim à vida, mesmo com dores, porque creio que a vida vindoura para os crentes em Jesus será muito melhor.
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Assine a petição para se realizar um Referendo à Eutanásia em Portugal AQUI.
terça-feira, fevereiro 11, 2020
"Até quando, Senhor?"

Jerusalém estava cheia de pecado e violência. Habacuque queixa-se, não CONTRA Deus, mas A Deus: "Até quando, Senhor?". O profeta queria entender os propósitos do Senhor e clamava a Ele por justiça e pela Sua intervenção em Judá. "Até quando?" é um grito de socorro, um pedido de ajuda ao Altíssimo para que Ele intervenha.
Deus vai dar a resposta ao profeta a partir do versículo 5. O Senhor diz que vai enviar os terríveis caldeus, vindos do Oriente e liderados por Nabucodonosor, para possuir a terra de Israel e levar cativos os judeus. O profeta reclamou do silêncio de Deus, mas quando Deus falou ficou ainda mais apreensivo. Temos muita pressa em obter as respostas de Deus, mas muitas vezes elas não são aquilo que esperávamos.
Os caldeus eram um povo cruel. Estavam bem equipados para a guerra, eram corajosos e temidos por todas as nações. Poderosos e arrogantes. David Baker diz que “os babilónicos eram arrogantes, colocando-se no lugar de Deus, chegando a promulgar o direito de se honrarem a si mesmos. O poder e o orgulho com frequência caminham juntos.”
Quatro conclusões e aplicações:
1. O mal é real. O mal não é apenas um problema teológico ou filosófico; Habacuque estava mesmo a viver a maldade dos judeus e iria sentir na pele a violência dos caldeus. O mal é interior e exterior. Está em nós, porque somos todos maus e vem até nós, porque o mundo está no maligno. A única forma de vencer o mal é fazer o bem, deixando Cristo viver em nós e por nós.
2. Deus intervém! Ao contrário do que muitos imaginam, Deus não está indiferente dos assuntos terrenos. O soberano Senhor está atento e tece a história. Jó esperou 38 capítulos pela resposta de Deus, Habacuque esperou 5 versículos. No Seu tempo, Deus sempre responde a quem clama com sinceridade. “Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.” (Jr 33:3)
3. Deus pode usar os ímpios para cumprir os seus soberanos propósitos e para nos refinar. Ao contrário do que pregam os teólogos da prosperidade, é o próprio Deus que envia lutas e perseguições aos seus filhos para os corrigir e aperfeiçoar. Às vezes são as circunstâncias e as pessoas mais difíceis na nossa vida, que nos ajudam a depender mais dele.
4. Deus enviou Jesus. Vemos nesta passagem que Deus enviou os caldeus para disciplinar Israel, mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Jesus Cristo. Ao contrário dos caldeus, o Messias não veio para nos disciplinar ou condenar, mas para nos salvar (João 3:17). Quem nele crer está salvo e seguro. Até quando vais duvidar do Senhor?
quinta-feira, janeiro 23, 2020
Lembrai-vos das coisas passadas

"Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade." (Isaías 46:9-10).
Sou do tipo nostálgico. Não que viva no passado ou do passado, mas sou dado a rememorar. Gosto de relembrar pessoas, lugares, tempos, instantes, livros, filmes, músicas que passaram - ai os gloriosos anos 80 e 90! Tenho saudades de pessoas que já não estão, mas que ficaram. Este blogue fez 15 anos e parece que foi ontem.
Deus diz ao povo de Israel, pelo profeta Isaías, para se lembrarem das coisas passadas. Para se recordarem que Deus é o único Deus e que tinha feito no passado grandes e gloriosas obras. O seu perfeito conhecimento e a sua intervenção poderosa e misericordiosa em favor de Israel era prova que Deus é o Senhor.
Uma das razões para olharmos para trás é para reconhecermos Deus e a sua mão bondosa a conduzir todas as coisas. Se pensarmos bem, Deus foi manifestamente bom no passado e Ele continuará a ser no presente e no futuro. Ele tudo sabe, tudo pode. Assim confiemos nele!