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sexta-feira, janeiro 12, 2018

Certezas

No último sermão da série de seis na 1ª Carta do Apóstolo João, falei das certezas do cristão. O capítulo 5 é sumarento em matéria de convicções. A palavra "sabemos" é repetida diversas vezes pelo Apóstolo do amor. Esta Carta foi escrita para que saibamos as coisas que interessam. São 5 as certezas, tal qual rochas inabaláveis, que se erguem na parte final deste capítulo:

1. A certeza da vida Eterna (v.13).

2. A certeza que Deus responde às nossas orações (v.14-15).

3. Temos vitória sobre o mundo, o pecado e o diabo (v.18).

4. Sabemos que somos de Deus (v.19).

5. A certeza que Jesus vai voltar e é Deus verdadeiro (v.20).

Garantias inabaláveis, porque são divinas. Temos certeza que os crentes em Jesus Cristo têm vida eterna, por causa da graça do Pai e do sacrifício do Filho. Certeza que a salvação é permanente e eterna. Certeza que Deus ouve e responde às orações feitas segundo a Sua vontade. Certeza que pertencemos a Deus e por isso o maligno não nos pode tocar. Certeza que Jesus vai voltar e que é o verdadeiro Deus e a vida eterna.

As certezas do cristão não são presunção, muito pelo contrário, implicam fé e humildade. Humildade para crer e viver naquilo que Deus diz ser certo e descrer de si próprio e das dúvidas deste mundo confuso e relativista.


quarta-feira, dezembro 13, 2017

O Espírito da verdade e o espírito do erro

“Precisamos manter o equilíbrio bíblico, evitando por um lado a extrema superstição que crê em tudo, e por outro a desconfiança extrema que não crê em nada.”
John Stott.

No sermão de Domingo preguei sobre o capítulo 4 da Primeira Carta de João. Os primeiros versículos do capítulo fazem o contraste entre o Espírito da verdade com o espírito do erro. Na segunda parte do capítulo, o Apóstolo João discorre acerca do amor de Deus que se traduz em amor fraternal. Não deixa de ser deveras interessante que João ligue o Espírito de verdade ao amor. Amar não significa aceitar todas as coisas. Andar na verdade, mais do que defender uma ideia correcta, é andar e permanecer em Cristo e na sua Palavra.

Num tempo de tanta confusão espiritual, o alerta do Apóstolo é pertinente: “Não creiais em tudo, antes provai tudo” (v.1). O inclusivismo, a ingenuidade e a ignorância nas coisas espirituais são perigosas. Continuam a existir hoje muitos falsos profetas que enganam, manipulam e tentam deturpar a verdade. Devemos estar atentos e averiguar se os ensinamentos espirituais que ouvimos têm origem em Deus ou se têm outra proveniência.

Aquilo que se diz acerca de Jesus Cristo é crucial para perceber o Espírito da verdade do espírito do erro. Por exemplo, sobre a encarnação de Jesus. O Jesus dos gnósticos não era o Jesus encarnado, portanto, estavam a acreditar e propagar um Jesus falso. A Palavra de Deus, a Bíblia, é sempre a régua, a métrica, a pauta espiritual que define se algo é de Deus ou não. O cristão verdadeiro ouve e segue Jesus Cristo.

Por outro lado, não precisamos temer as seitas, o diabo ou o mundo - “Maior é Deus que está em nós” (v.4). O Espírito de Deus, O Espírito da verdade, está nos filhos de Deus e é mais poderoso do que todo o erro e mentira. A vitória é espiritual e intelectual. Os argumentos são divinos. Não há verdade sem o amor de Deus, mas sobre o amor de Deus escreverei num próximo post que este já vai longo.

terça-feira, novembro 07, 2017

Evidências da Nova Filiação

A pregação do culto de Domingo foi sobre 1 João 3. “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai”, diz o primeiro versículo desse capítulo. O amor de Deus Pai não é como o nosso. O amor de Deus é grandioso, sacrificial, incondicional. O amor do Pai não acaba, é inesgotável porque não depende do nosso comportamento. É eterno e imortal. Pode ser visto e é partilhado. Podemos senti-lo e experimentá-lo. Existem pessoas que não se sentem amadas, mas o amor de Deus é bem real. Deus prova que nos ama porque se deu a si mesmo, em Jesus Cristo. A nossa filiação divina é um acto amoroso de Deus. Tornamo-nos filhos de Deus porque somos amados por Ele e amamos quando somos filhos de Deus.

Pecado parece ser uma palavra proibida no léxico pós-moderno. Contudo, as notícias demonstram infelizmente que o pecado está vivo e continua a fazer muitos estragos. O pecado é a pior de todas as rebeldias. A pior das Anomias. Pecado é a doença mortal. O oposto do pecado é permanecer em Cristo (v. 6). De um lado Jesus, do outro pecado. Quem diz estar em Cristo não vive na prática do pecado. Como bem disse Mathew Henry, “Aquele que permanece em Cristo não pratica o pecado habitualmente. Renunciar ao pecado é a grande prova da união espiritual com o Senhor Jesus Cristo, da permanência nEle e em seu conhecimento salvador.”

Os que se dizem filhos de Deus têm que evidenciar os bons frutos da vida nova. Em jeito de súmula do sermão, identifiquei sete evidências da nova filiação neste capítulo.

1) Crê e vive no amor do Pai (v. 1a).

2) Purifica-se a si mesmo dos pecados (v. 3).

3) Permanece em Cristo e não vive para o pecado (v. 6, 9).

4) Pratica a justiça (v. 7).

5) Ama os seus irmãos (v. 11, 14, 18).

6) Ajuda de forma prática e concreta (v. 17, 18).

7) Guarda os mandamentos divinos (v. 23, 24).

A obediência a Deus não nos faz filhos de Deus, a obediência é uma das consequência da nova filiação. A maior evidência que já nascemos de novo e que somos filhos de Deus é o amor traduzido de forma real e concreta. Pessoas que se dizem cristãs e não amam o seu irmão ou o seu próximo não são cristãs. A mensagem cristológica e apostólica assenta no amor. O grande amor de Deus em nós é a grande evidência que somos verdadeiramente cristãos.

segunda-feira, setembro 25, 2017

Perseverar na verdade

Na continuação da série de mensagens sobre a Primeira Carta de João, preguei ontem sobre a segunda parte do capítulo 2. Estavam pessoas a sair das igrejas. Aqueles que se tinham feito a si próprios anticristos, porque negavam O Jesus que se tinha feito O Cristo, estavam a abandonar a fé cristã. Lemos no versículo 19: "Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam connosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós". Para melhor explicar este versículo, socorri-me do brilhantismo exegético de John Stott, que por sua vez alude ao grande Calvino:

"Este versículo lança luz sobre duas doutrinas importantes: a perseverança dos santos e a natureza da igreja. 'Aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo' (Mc 13:13), não porque a salvação é o prémio da constância, mas porque a constância é o carimbo dos salvos. Se os falsos mestres tivessem sido dos nossos, teriam permanecido connosco. Isto é afirmado como um princípio. Os que são dos nossos ficam connosco. A perseverança futura e final é a prova última de uma passada participação em Cristo (cf. Hb 3:14). Por outro lado, 'os que caem, nunca estiveram completamente imbuídos do conhecimento de Cristo, mas somente o experimentaram de maneira superficial e passageira' (Calvino)."

A salvação não é um prémio da perseverança, a perseverança é o selo dos salvos. A boa doutrina não leva ninguém ao céu - Só Jesus Cristo é quem nos salva -, mas a má doutrina ajuda a manter muitos nas chamas infernais do engano. Quem crê na verdade revelada pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus conhece bem a mentira e vai perseverar até ao fim. Quem é verdadeiramente salvo hoje, continuará a sê-lo amanhã.

domingo, agosto 20, 2017

O cristão imita Cristo

“A Vida de Cristo foi amor auto-sacrificante; portanto, a prova de que O imitamos está na demonstração desse amor. O amor é aquilo que busca o bem supremo daquele que é amado; e uma vez que o bem supremo é a vontade de Deus, o amor faz a vontade de Deus.”

Charles C. Ryrie

segunda-feira, junho 12, 2017

A luz de Deus quer brilhar em nós

Pela graça de Deus, iniciei ontem na nossa congregação uma série de mensagens sobre a Primeira Epístola do Apóstolo João. Escrita provavelmente em Éfeso, entre os anos 80 e 90 dC, esta preciosa carta pastoral é dirigida aos crentes da 2ª e 3ª geração de cristãos. João reafirma a estes crentes para retornarem aos fundamentos da fé e terem atenção aos falsos mestres que estavam a tentar contaminar as igrejas com as suas heresias (2:18, 26; 4:1-3).

João não começa a Carta com grandes saudações. Nesta espécie de Prólogo, o Presbítero João, à semelhança do seu Evangelho, destaca aquilo que é mais importante: A Palavra da Vida. O Logos eterno que se fez carne e habitou entre nós (1:4; João 1:14). Nesta era em que a imagem é celebrada como um dos grandes deuses, os cristãos devem retornar ao essencial: A Palavra-Cristo. Esta Palavra foi ouvida, contemplada, tocada e espalhada. Chegou até nós! Quando damos demasiada importância à imagem, às palavras dos outros ou às nossas, ficamos desapontados, mas se guardarmos e praticarmos a Palavra viva, a alegria invade o nosso ser (v. 4). O nosso desafio diário continua a ser termos comunhão real com O Verbo.

A santificação, a vida, a certeza, são grandes temáticas desta Epistola. Contudo, talvez a maior tónica da Primeira Carta Joanina é o amor. Afinal de contas, João ficou conhecido como o mais amoroso e meloso dos Apóstolos. Esta é a sua Carta de Amor. Sobressai também a realidade de Deus ser luz, não há nele qualquer sombra (v. 5). Deus é luz e habita na luz inacessível, mas somos gratos a Ele porque esta luz se tornou conhecida por Jesus Cristo – “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8:12).

Somos convocados a andar na luz da verdade, da santificação, do amor e da comunhão. Existem, contudo, vários obstáculos à comunhão com Deus. Por exemplo, pensar que se está na luz, estando ainda nas trevas (v. 6). Ou o terrível equívoco de se achar sem pecado, não percebendo a horrível pecaminosidade inerente à raça humana (v. 8; 10). Viver sem a consciência e o desejo de confessar pecados (v. 9).

Terminei o sermão fazendo 3 perguntas sobre as implicações do pecado na nossa vida e como o podemos evitar. O único remédio que resolve a problemática dos pecados é crermos que o sangue de Jesus é a única coisa que pode purificar os pecados (1 Jo 1:7, 9). Sim, quando admitimos e confessamos os pecados a Deus, Ele é fiel e justo para nos perdoar. João termina o seu argumento com uma solene advertência: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis” (1 Jo 2:1).

Ser iluminados, confessar os pecados, deixá-los, perdoar e amar mais!