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sábado, junho 14, 2025

Somos todos falhos

"No caminho para o céu, nenhum de nós tem o privilégio de ficar com a pessoa dos nossos sonhos e nenhum de nós está pronto para ser a pessoa dos sonhos de alguém. Todos nós somos falhos e vivemos num mundo caído; temos, porém, um Deus fiel. E em algum ponto de cada relacionamento somos desafiados a aceitar graciosamente a outra pessoa como ela é, recebendo humildemente, ao mesmo tempo, quem nós mesmos somos." 

In: Paul Tripp e Tim Lane. Relacionamentos: Uma confusão que vale a pena. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2019.

terça-feira, junho 03, 2025

Casamento, divórcio e recasamento


Lemos no Evangelho segundo Marcos que Jesus está na Pereia, do lado leste do rio Jordão, onde João Baptista baptizava. O objectivo é ir a Jerusalém e lá ser morto. Faltam cerca de seis meses. Uma multidão continua a procurar Jesus e O Senhor faz aquilo que sempre fez no seu ministério terreno: ensinava. Ensinar sobre questões tão importantes como o casamento, divórcio e novo casamento.

Aproximaram-se de Jesus os fariseus para lhe fazerem uma pergunta: “É permitido ao homem divorciar-se da sua mulher?” (NVI). Jesus já tinha falado destes assuntos no Sermão do Monte e eles devem ter ficado muito perturbados. A pergunta deles era uma armadilha maldosa. João Baptista foi preso e morto por denunciar o pecado de adultério de Herodes Antipas. Desejavam que Jesus tivesse o mesmo fim.

Jesus responde fazendo outra pergunta: “O que Moisés disse na lei a respeito do divórcio?” Eles disseram que Moisés permitiu dar a carta de divórcio, aludindo a Deuteronómio 24:1. No tempo de Jesus existiam duas escolas judaicas que interpretavam a questão do divórcio: Hillel e Shammai. A escola de Hillel aceitava o divórcio por qualquer motivo, a de Shammai permitia o divórcio apenas por imoralidade sexual. É claro que aquela que predominava era a escola liberal de Hillel. O “vale tudo” sempre foi muito popular e atractivo para o ser humano caído.  

Jesus esclarece que Moisés permitiu o divórcio por causa da dureza do coração humano. O divórcio existia por causa da condição espiritual pecaminosa do homem. Foi para regular e controlar o divórcio, não para o promover que a Lei previa o divórcio. Em Malaquias 2:16 lemos que: “O Senhor, Deus de Israel, odeia o divórcio.” A vontade do Senhor para o casamento não é e nunca foi o divórcio. Toda a quebra de relacionamento tem origem num coração endurecido pelo pecado. Os fariseus queriam falar sobre divórcio, mas Jesus vai realçar a importância do casamento.  

O Senhor vai à origem das coisas. Foi Deus que realizou literalmente o primeiro casamento no mundo, entre Adão e Eva (Gn 1:27; 2:24). O casamento implica deixar os pais para formar uma nova unidade. Já não são dois, mas uma só carne. “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”, conclui Jesus. O casamento é mais do que um ajuntamento amoroso, emocional, físico ou sexual, é algo espiritual – “Deus ajuntou”. Nenhuma pessoa tem o direito de separar o que Deus uniu. Enquanto um dos cônjuges for vivo, o casamento é uma aliança divina permanente.  

Hoje anda muita gente a brincar “ao casa descasa” mas essa não é a vontade de Deus. Jesus foi tão peremptório nesta matéria, que os discípulos, quando chegaram a casa tornaram a interrogá-lo. Jesus clarificou: “Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido e casar com outro, adultera.” – Mc 10:11-12. Jesus esclarece aqui de forma inequívoca que se alguém casar novamente comete adultério.  

É verdade que em Mateus 19:9 Jesus falou de uma cláusula de excepção para o divórcio. Se um dos cônjuges for infiel sexualmente, e não existir perdão, o divórcio é permitido. Mas conforme alegou Russell Shedd “O divórcio jamais contou com a aprovação divina, a não ser como o menor entre dois males”. Também nessa passagem, Jesus reforça a impossibilidade do recasamento porque quem casa com o divorciado comete adultério (Mt 19:9b). Paulo escreveu “aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.” (1Co 7:10-11).  


4 princípios relativos ao casamento   

1º. Deus planeou o casamento entre um homem e uma mulher, para juntos glorificarem ao Senhor Deus e encherem a terra com a Sua glória. 1Co 10:31 – “Quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.” John Stott escreceu que “O significado mais elevado e o propósito mais sublime do casamento é o de manifestar a relação pactual entre Cristo e sua igreja.”  

2º. Um cristão deve namorar e casar com outra pessoa cristã e dentro da vontade do Senhor. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” 2Co 6:14-15. Um casamento com alguém que não ama e segue o Senhor pode transformar-se numa tragédia. Os viúvos estão livres para casar, mas “contanto que seja no Senhor” (1Co 7:39). O casamento deve ser segundo a vontade de Deus.

3º. O casamento é uma ligação maravilhosa mas também pode-se tornar o pior dos relacionamentos. Sozinho ninguém consegue manter o seu casamento. Precisa de Deus. É Ele que faz com que o casamento resista e permaneça. Casamento implica amor, perdão, diálogo, respeito mútuo, perder a razão muitas vezes. “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor … Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.” (Ef 5:22;25).

4º. O casamento é um compromisso espiritual, moral e civil entre marido e mulher até à morte de um dos cônjuges. É uma ligação tão forte que só a morte a pode desintegrar. “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.” – 1Co 7:39.  


É importante também referir que o adultério, o divórcio e os pecados sexuais separam as pessoas de Deus, mas não são pecados imperdoáveis. Jesus morreu por esses pecados. Em Deus há perdão e restauração. Cada caso é um caso e compete às lideranças das igrejas decidir a integração, lembrando sempre que cada um dará contas a Deus dos seus pecados.   

Paulo reconhece que a igreja era composta por pessoas com passados complicados, incluindo imoralidade sexual e adultério. Mas foram lavadas, santificadas e justificadas em Cristo. Isso mostra que a igreja é um lugar de restauração - 1Co 6:9-11. A graça restauradora de Deus é maior do que o maior pecador e os piores pecados - Rm 5:15,20; Sl 103:10-12.  

Que Deus ajude os casados a valorizarem o seu casamento. A orarem todos os dias um com o outro e um pelo outro. Que Deus guarde e abençoe os casamentos e as famílias.

quarta-feira, maio 08, 2024

Duas formas de vida


Capítulo 5 da Carta de Paulo aos Gálatas não é uma lista de pecados de pessoas “más” em contraponto com uma lista das virtudes de pessoas “boas”. São dois sistemas diferentes de vida. Duas formas de vida. É a escolha entre o caminho da carne e o caminho do Espírito. Viver e andar pelo Espírito Santo é a proposta divina. O que é isso de andar em Espírito? Será sair do corpo? Andar nas nuvens?  

Há uma luta dentro de cada cristão, o conflito da carne contra o Espírito. É a batalha para fazermos mal quando queremos fazer bem, que está bem expressa no testemunho de Paulo aos Romanos (Rm 7:18-24). Só quando deixamos que O Espírito nos encha e guie é que vamos ter vitória. Torna-se, por isso, imperioso dar lugar ao Espírito e não às obras da carne. As obras da carne podem dividir-se em 4 grupos. 

- O 1º Grupo são pecados sexuais. “Ora, as obras da carne são manifestas e são: prostituição, impureza, lascívia” (v.19). “Prostituição” é a tradução do termo grego “porneia”, que inclui todos os tipos de pecados sexuais, seja adultério, fornicação, masturbação, incesto, homossexualidade, entre outros. A carne apodrecida pelo pecado manifesta a natureza que lhe é própria. O impulso sexual é algo muito forte no ser humano e não é pecado, mas os desvios e abusos nesta área tem enfraquecido e destruído muitas pessoas, famílias e até igrejas. 

- O 2ª grupo são os pecados religiosos: “idolatria, feitiçarias” (v.20). Estes dois pecados sintetizam a perversão do culto a Deus. A idolatria desvia a pessoa do verdadeiro Deus. João Calvino disse que o “coração humano é uma fábrica de ídolos”. A idolatria não está só ligada à religião ou às estátuas. Ídolo é tudo aquilo que recebe a adoração e a glória que pertencem somente a Deus. Deus diz: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura.” - Is 42:8. Feitiçarias (pharmakeia, literalmente “uso de drogas”) é quando a pessoa recorre ao sobrenatural maligno para alcançar os seus fins. Bruxarias, poções, cultos desviantes e muitas outras coisas que resultam em engano, opressão e decepção.

- O 3º grupo são os pecados relacionais: “Inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios” (v.20;21a). São alguns exemplos de pecados ligados aos relacionamentos humanos. As atitudes conflituosas, invejosas, os acessos de ira, as discórdias, divisões, os assassinatos são o resultado da carne envenenada pelo pecado. Notar o crescendo dos pecados que culminam em mortes. Muitos assassinatos se têm dado por causa do ciúme, das invejas e das raivas humanas. O ser humano que não tem comunhão com Deus tem graves problemas relacionais.

- O 4º grupo são os pecados pessoais: “bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas” (v.21b). São algumas coisas que até podem ser desejos naturais, mas que sem o necessário domínio próprio, podem tornar-se problemas graves. Podíamos incluir nas “coisas semelhantes a estas”: os vícios, a droga, o jogo, os prazeres carnais. Subentende-se que “não entrarão no Reino de Deus” todos os que fizerem estas coisas de forma habitual, reiterada e constante. Paulo não está a falar aqui da prática de um pecado isolado, mas da prática continuada destes pecados e de pessoas que não se arrependem disso.


O fruto do Espírito em oposição às obras da carne, Paulo descreve as atitudes que O Espírito Santo produz – Gl 5:22. Donald Guthrie diz que “a mudança das “obras” para “fruto” é importante porque remove a ênfase do esforço humano.” As obras da carne são resultado do nosso trabalho; o fruto do Espírito é obra do Espírito Santo em nós. O fruto é o resultado natural da vida. Uma árvore viva e saudável produz naturalmente bom fruto. Este fruto é um dom de Deus e manifesta-se na medida em que damos lugar ao Espírito Santo. O fruto do Espírito é singular, ao contrário das obras plurais da carne. É como uma laranja com 9 gomos. Para facilitar a exposição vamos dividir em 3 grupos de virtudes produzidas em nós pelo Espírito. 

+ O primeiro são as virtudes primordiais: “amor, alegria, paz”. Primordiais porque surgem no início e porque são essenciais na manifestação do Espírito. O termo para amor no grego é “agapé”, que se refere ao amor de Deus. É o amor eterno, constante, incondicional, generoso, sacrificial. “Deus prova o seu amor para connosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rm 5:8. Ao contrário das paixões da carne que passam depressa, o amor do fruto do Espírito é eterno. A alegria do Espírito não é uma alegria que vem dos prazeres mas é um gozo que dá sentido e força para viver. A paz de Deus que excede todo entendimento (Fp 4:7) enche o coração de quem está cheio do Espírito, independentemente das circunstâncias. Se não há amor, alegria e paz na nossa vida, significa que estamos longe da comunhão do E.S. 

+ O segundo grupo são as virtudes relacionais: “longanimidade, benignidade, bondade”. Outras versões traduzem como “paciência, amabilidade, delicadeza”. Quando deixamos que O Espírito comande a nossa vida vamos ter mais paciência com os que nos irritam. Iremos ter uma atitude gentil e bondosa para com o nosso próximo. 

+ Por último, as virtudes pessoais: “fé, mansidão, temperança.” A palavra fé, também pode ser traduzida por “fidelidade” ou “lealdade”. O cristão cheio do Espírito Santo e controlado por Ele vai ter mais mansidão e domínio próprio. É fácil constatar que vivemos num mundo cheio de pessoas sem fé, altamente descontroladas e descompensadas. Falta-lhes O Espírito Santo. 

Paulo termina este capítulo 5 dizendo que o cristão deve considerar a sua velha natureza pecaminosa crucificada e morta com Cristo – Gl 5:24. A nossa responsabilidade não é matar a carne, mas crer que ela já foi crucificada em Cristo (Gl 2:20). Há uma grande diferença entre viver no Espírito e andar no Espírito. Todos os cristãos vivem no Espírito quando recebem Jesus, mas nem todos andam no Espírito, ou seja, nem todos se deixam guiar e controlar pelo Espírito Santo. 

O v.26 Paulo relembra que os salvos devem viver de forma coerente e correcta com os seus irmãos.  “Não sejamos egoístas, nem nos irritemos uns aos outros, nem tenhamos inveja uns dos outros.” Para isso precisamos do Espírito Santo. Se alguém pensa que consegue viver a vida cristã sozinho está-se a enganar a ele próprio. Precisamos orar e deixar que Ele nos guie e oriente a nossa vida. "O fruto do Espírito é a manifestação exterior da salvação. O mesmo Espírito que nos convence do pecado e regenera é o mesmo que nos torna frutíferos na nossa caminhada cristã" escreve o Pr. Manuel Alexandre Júnior. 

Somente somos justificados pela fé em Cristo e somente pelo Espírito somos santificados. Assim como não é possível salvarmo-nos pelas boas obras também não é possível viver a vida cristã pelos nossos esforços sem o Espírito Santo. Que a dependência do Espírito Santo seja a tua forma de vida, porque a vida segundo a carne leva à morte eterna. “Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.” - Rm 8:13. Que Deus nos ajude a viver na dependência do Espírito, para o seu fruto seja uma realidade em nós.

domingo, maio 05, 2024

O amor é uma questão de vida ou de morte

"Como sabemos que uma igreja ou um cristão está vivo? Procuramos amor. Onde há amor, há vida. Quando os cristãos verdadeiramente colocam o amor em prática, é indício e garantia de que a vida de Deus está presente entre eles e dentro deles. Mas quando não colocamos o amor em prática quando brigamos e discutimos, dividimos e acusamos uns aos outros, o que isso diz a nosso respeito? De acordo com João*, se não há amor, não chegamos à vida; continuamos mortos."

* Bíblia Sagrada: 1João 3:14

In: WRIGHT, Christopher J. H. - Aprendendo a viver como Jesus: São Paulo: Mundo Cristão, 2019, p. 28.

segunda-feira, abril 22, 2024

Graças a Deus pelo Seu amor

"Se não fosse pelo amor de Deus, nenhum de nós teria qualquer chance na vida futura. Mas graças a Deus, Ele é amor! Por causa do Seu amor, existe um caminho de salvação, um caminho de volta a Deus através de Jesus Cristo, Seu Filho.” 

 - Billy Graham

domingo, abril 07, 2024

Acima de tudo, Deus é amor

"Tentem, se puderem, ter uma ideia do que Deus é, e embora vocês tremam diante da Sua soberania, adorem a Sua santidade e glorifiquem a Sua justiça, lembrem-se de que Ele é, acima de tudo, amor. 'Deus é amor' e esse amor brilha em todos os atributos divinos. A Sua glória não é diminuída por nenhum deles. Todos os atributos de Deus convivem em harmonia, e o amor parece ser o centro exacto do círculo. Que nunca tenhamos medo de suplicar a Deus. Ele nunca se ofenderá quando oramos pelos pecadores, porque estamos a orar segundo a mente do Senhor."

In: R. C. SPURGEON. Sermões de Spurgeon sobre as grandes orações da Bíblia. Publicações Pão Diário, 2019, p. 22.

quarta-feira, abril 03, 2024

A Liberdade

Estamos a comemorar em Portugal os 50 anos da Revolução que aconteceu no dia 25 de Abril de 1974, também chamada de Revolução dos cravos. A liberdade é uma coisa preciosa, a liberdade espiritual que podemos desfrutar através da fé em Cristo é ainda mais. 

O Apóstolo Paulo incentivou os crentes da região da Galácia a estarem “firmes na liberdade com que Cristo nos libertou!” (Gálatas 5:1-15). Esta liberdade é a libertação dos falsos ensinos especialmente dos que defendem que os rituais religiosos podem salvar. As religiões aprisionam as pessoas, Jesus Cristo liberta. Não dá para aceitar que o sacrifício de Jesus é a única coisa que nos salva e depois esforçar-se por ganhar a salvação com rituais. Só existe uma maneira de alguém ser salvo, é crer que Jesus Cristo é o único Salvador e Senhor.

"Cair da graça" (Gl 5:4) não significa perda da salvação. Essa expressão significa que quem confia que será salvo pelas obras religiosas está a recusar a graça de Deus. Ainda está separado de Cristo. Quando Deus salva alguém essa pessoa está salva eternamente. Paulo diz que não faz diferença para Deus estar circuncidado ou não (Gl 5:6), porque para Deus não importa se a pessoa é religiosa ou não é religiosa. O que importa é a fé colocada em Cristo. É necessário firmeza nessa fé. Mas não é por nos mantermos firmes na fé que iremos ser salvos, é por sermos salvos que vamos permanecer firmes na fé.

As doutrinas falsas têm grande impacto na vida das pessoas e nas igrejas. A má doutrina é pão estragado para a boca, a sã doutrina é bom alimento. Aqueles que ensinam que os cristãos precisam guardar alguma parte da lei de Moisés estão a ir contra o evangelho de Deus. A punição é certa para esses falsos mestres. Há uma grande responsabilidade para os que ensinam e pregam a Palavra de Deus. O púlpito não é um lugar sagrado, mas é um dos lugares onde o servo de Deus deve pregar a verdade e a liberdade que há no Evangelho.

A liberdade com que Cristo nos libertou não é para vivermos de qualquer maneira (Gl 5:13). Não podemos abusar da liberdade que Cristo nos dá. A liberdade cristã não é libertinagem. Que nenhum cristão pense que por ser salvo pela graça de Deus tem licença para pecar. Cuidado com a liberdade autónoma. “O que é a liberdade autónoma? É a liberdade em que o indivíduo é o centro do universo. Liberdade autónoma é a liberdade sem restrições”, esclarece Francis Shaeffer. 

A liberdade de Cristo implica fé, santidade, compromisso e serviço. A vida do cristão deve ser uma vida de serviço ao Senhor e aos outros. É a fé manifesta em actos amorosos. Devemos rejeitar o zelo religioso que negligencia o mais importante da fé - o amor. Se a minha forma de falar e viver não espelha o amor de Cristo então eu não estou a viver o verdadeiro cristianismo.

Alguns irmãos das igrejas da Galácia estavam a criticar a verdadeira doutrina e a dar ouvidos ao erro. Isso estava a destruir a vida espiritual uns dos outros e a enfraquecer as igrejas locais. Uma coisa é discordar pontualmente, outra coisa é discordar da verdade. Uma coisa é ser do contra, outra bem diferente e perversa é ser sempre do contra. Essa não é a vontade do Senhor.

Cristo libertou-nos das amarras dos rituais e das regras religiosas. Cristo libertou-nos da condenação eterna. Libertou-nos do poder de Satanás e do reino das trevas. Estamos libertos do poder do pecado, porque o nosso homem velho foi crucificado com Cristo. Cristo libertou-nos do egoísmo, da vida centrada em nós próprios e das coisas materiais. 

O convite libertador de Jesus continua a ecoar hoje: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres.” - João 8:36. A verdadeira liberdade está em Cristo. 

segunda-feira, janeiro 08, 2024

Simultaneamente pecador e amado

“O evangelho diz que você é simultaneamente mais pecador e imperfeito do que jamais ousou acreditar, mas mais amado e aceito do que jamais ousou esperar.” - Timothy Keller.

sábado, maio 20, 2023

Ser verdadeiramente amado e conhecido


“Ser amado, mas não conhecido, é reconfortante, mas superficial. Ser conhecido e não amado é o nosso maior medo. Mas ser totalmente conhecido e verdadeiramente amado é muito parecido com ser amado por Deus. É disso que precisamos mais do que tudo. Liberta-nos do fingimento, humilha-nos da nossa presunção e fortalece-nos para qualquer dificuldade que a vida nos possa apresentar.” 

Timothy Keller
(1950–2023)

segunda-feira, abril 03, 2023

Deus, dá-me consciência do meu pecado

"Quão distantes estão de amar a Deus aqueles que pecam diariamente sem que isso golpeie o seu coração!" - Thomas E. Watson

quinta-feira, janeiro 19, 2023

Soneto de Eugénio de Andrade

Amor desta tarde que arrefeceu
as mãos e os olhos que te dei;
amor exacto, vivo, desenhado
a fogo, onde eu próprio me queimei;

amor que me destrói e destruiu
a fria arquitectura desta tarde
– só a ti canto, que nem eu já sei
outra forma de ser e de encontrar-me.

Só a ti canto que não há razão
para que o frio que me queima os olhos
me trespasse e me suba ao coração;

só a ti canto, que não há desastre
de onde não posso ainda erguer-me
para encontrar de novo a tua face.



Eugénio de Andrade (1923-2005)
Poesia, Assírio & Alvim
centenarioeugeniodeandrade.pt.

domingo, outubro 02, 2022

O amor ouve e ajuda

"O amor envolve as necessidades e lutas pessoais específicas do seu próximo. O amor engloba muitas coisas: atitudes de paciência e bondade, acções que atendam às necessidades materiais e ofereçam ajuda. E o amor inclui conversa honesta sobre o que realmente importa."

In: POWLISON, David. O Pastor como conselheiro. Brasília: Editora Monergismo, 2022, p. 34.

quarta-feira, dezembro 15, 2021

O amor já venceu

A hostilidade e a relutância a Jesus Cristo não são coisas novas. O ódio sempre resistiu ao amor, mas o amor de Deus já venceu - é maior do que todas as coisas. Os filhos de Deus são mais do que vencedores, por aquele que os amou.

segunda-feira, setembro 20, 2021

Estamos com quem amamos

Há um sinal decisivo no que concerne ao amor: queremos estar com quem amamos. A nossa atenção e dedicação revela quem ou aquilo que nós amamos. Sempre procuramos estar com quem gostamos. O amor abre tempo, espaço e atenção para estar presente. Por muito importante que sejam as coisas que gostamos, quando se ama alguém, prefere-se sempre estar com essa pessoa.

João é chamado o apóstolo do amor, não só porque as suas palavras realçam o amor de Deus, mas porque João amava estar com Jesus. O apóstolo João era conhecido por o "discípulo a quem Jesus amava" e aquele que se reclinava no peito de Jesus (João 13:23; 20:2; 21:7,20). O discípulo amado amava Jesus porque Jesus o amou primeiro. Onde Jesus estava, João amava estar. Aquilo que Jesus fazia, João amava fazer.

Amamos quem gostamos de estar. Não te enganes! Aquilo que dás mais tempo na tua vida é aquilo que mais amas. Estamos com quem amamos.

domingo, março 21, 2021

O amor avança, a amargura não

"O amor não guarda lembrança das injustiças, mas a amargura mantém registos detalhados." 

Craig Groeschel

sábado, junho 27, 2020

Em Jesus fomos encontrados e amados


"A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram." (Salmo 85:10). 

Este Salmo celebra o retorno do povo de Israel à sua terra, depois do cativeiro babilónico. O Salmo evidencia que o povo está arrependido dos seus pecados e agora a comunhão está restaurada. Existe também uma súplica por avivamento espiritual, por mais salvação e alegria (v.6,7). 

Mas o grande versículo que prende a minha atenção neste Salmo é o v.10 - "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram." Este santo encontro amoroso, embora previsto na eternidade passada, realizou-se de forma efectiva em Cristo, na cruz do Calvário. A verdade e a justiça conciliaram-se com a misericórdia e a paz. Ao contrário de nós, tantas vezes, em Cristo há um perfeito equilíbrio entre o amor e a verdade, entre o direito e o perdão. 

Em Jesus Cristo, nós fomos encontrados, perdoados, amados e beijados.

domingo, janeiro 05, 2020

Quem ama não é egoísta

"O fruto do Espírito é amor. Porquê? Porque somente o amor pode expulsar o nosso egoísmo."

Andrew Murray

sábado, novembro 09, 2019

O teu perfume ficou



Na fronteira da terra com o mar
foi colhida uma flor.
Era branca, com rasgos avermelhados.
Marcas da graça e do amor.
Risos do céu.
Cândida candura.

A noite escondeu o sol
e o frio trouxe o breu.
Nesse frescor outonal
a flor desvaneceu.
A brancura brilha nas trevas
ficará o teu perfume.


Jorge Oliveira
(Até já, José Carlos Oliveira)

quarta-feira, outubro 16, 2019

Chamamento irresistível



Depois de Jesus ter sido baptizado e tentado, Marcos leva-nos num rompante para a Galileia. É ali que Jesus vai começar a pregar e chamar os seus primeiros discípulos. João Baptista é preso, diminui, sai de cena e o Messias mostra-se ao mundo. O tempo de espera terminou. Cristo convoca todos ao arrependimento e a crerem no Evangelho, que são as Boas Novas da verdade, de salvação, da paz, da vida eterna e da esperança.

Jesus chama quatro pescadores que estão a trabalhar, a saber: Simão e André, Tiago e João. Mais do que um convite, o chamamento é uma ordem divina irrecusável. A autoridade de Jesus é irresistível e inigualável. “E, deixando logo as suas redes, o seguiram” (v.20). Não há hesitações, perguntas, questionamentos, desculpas.

Estes quatro pescadores tinham agora uma missão que era mais do que um trabalho - pescar pessoas para o Reino de Deus. Eram homens simples, sem grande instrução, mas porque foram chamados e ensinados por Jesus, seriam as colunas da Igreja. Ouvir o chamado de Jesus e segui-lo é o grande propósito do ser humano. Quando seguimos Jesus vamos aprender a pescar outros discípulos. As nossas redes não são humanas. São redes que nos entrelaçam ao amor maior. Lança as redes.