Os limites da vida e o Charlie

A ultrapassagem dos limites de liberdade de expressão nunca legitima actos violentos e muito menos assassinatos ignóbeis a cobro de ofensas de crenças religiosas. Penso que aquilo que está na ordem do dia, em França e no resto do mundo, é isto e pouco mais.

No que concerne ao "Charlie", temos um cá em casa que tem feito algumas traquinices e fugas e mesmo assim continuamos a gostar muito dele.

Destruir os ídolos no Natal

Aqueles que descortinam mensagens subliminares e proféticas em tudo o que vêm e ouvem, facilmente entendem que neste vídeo do gato do Simon, ele odeia a idolatria e superficialidade natalícia. Só que os piores ídolos, são os que nós próprios esculpimos e se alojam no nosso coração. Bem dizia Calvino que “O coração humano é uma fábrica de ídolos”. Neste Natal, aproveitemos para derrubar os ídolos que temos erigido e afagado no nosso coração. São os que custam mais a cair.

O canto dos grilos: desacelere!

Quando era criança lembro-me que ia para os campos apanhar grilos. Depois colocava-os numa pequena gaiola e eles enchiam a casa com o seu alegre "cri-cri-cri". Jim Wilson fez uma experiência interessante. Gravou o canto dos grilos e depois desacelarou o ritmo desse canto. O canto parece uma estranha melodia de um coro celestial de "anjos" ou "sereias".

O grande Tom Waits comentou esta melodia: "Wilson está sempre a brincar com o tempo. Recentemente ouvi uma gravação do canto de grilos desacelerado. Parece como um coro, soa como música de anjos. Algo mágico, celestial com harmonia e partes de baixo, você não acreditaria. É como um pedaço do céu, e foi apenas porque ele desacelerou, não manipulou a gravação em nada. Então eu acredito que quando Wilson desacelera as coisas é porque isso dá a ele a oportunidade de ver as coisas movendo-se através do espaço. E isso é algo que deve ser dito para o mundo: desacelere."

Na gravação aparecem duas faixas tocando ao mesmo tempo, uma com a velocidade normal e outra desacelerada. Ouça aqui:



Algumas pessoas vieram dizer que o áudio é falso e que se trata de uma montagem. Um blogue sobre ciência alegou que a composição é mesmo verdadeira, basta ter os mesmos recursos para a produzir. Mas, sendo o canto dos grilos ou uma provável montagem fake, o resultado é uma composição surpreendente. Penso que vale a pena ouvir e acima de tudo desacelerar!

O cão que ri

Hoje de manhã, caminhava eu no passeio de uma rua deserta e um cão aproximou-se de mim com ar ameaçador. Apressei o passo e, olhando para trás, tentei enxotar o cão com uma pasta que levava. De repente, um poste de iluminação insurgiu-se no meu caminho e BONK! Bati com a cabeça e os pés no poste. Se há coisas que acordam o mais sonolento dos crentes é uma valente cabeçada num poste luminoso logo pela manhã. O cão, agora com ar de gozo no focinho, afastou-se de mim a rir. O galo, esse malvado, ainda canta.

Quem tem gatinhos tem cadilhos

Há um gato (pelo menos um!), que teima em depositar religiosamente os seus excrementos no pequeno jardim da nossa casa. Ele vem sorrateiramente - e imagino que sorridentemente - pela calada da noite (à noite todos os gatos são pardos, ou parvos... já nem sei) e satisfaz as suas necessidades fisiológicas. O cheiro está a ficar insuportável (o que é que comem os gatos destes dias?). O jardim, que nem moscas tinha, está agora pejado delas. A terra espalhada e escavacada. Algumas flores estão partidas e outras curvam-se enojadas.

Li na Internet que a pimenta faz afastar os felinos. Ralei quase um frasco de pimenta no jardim, mas nada. Os presentes continuaram. Cumpre-se a velha máxima (tantas vezes ignorada): nunca acredites em tudo o que lês ou vês na Internet.

Em jeito de conclusão, diga-se que gosto bastante de gatos, mas é por estas e por outras que não temos gatinhos. Lá diz o ditado: "Quem tem gatinhos, tem cadilhos; quem não os tem, cadilhos tem." O Simon que o diga.

Dia do ratazana doméstica

E não é que hoje se celebra o Dia Internacional da Ratazana Doméstica! Estas loucas celebrações dos dias (há dias para assinalar tudo o que se possa imaginar) por vezes têm destas estranhas ironias. Ele há coisas...

King, o bichinho de estimação

"Ao meu animal de estimação só lhe falta falar!" King, a ameijoa.
Mixórdia de Temáticas - Rádio Comercial.

Os negócios e a fé

Quando eu e minha filha Jéssica fomos comprar novos peixinhos para o nosso aquário, a dona da loja de animais comentou com tristeza que o negócio estava muito fraco. Infelizmente não é novidade. No entanto, ela acalentava uma leve esperança no aumento de eventuais novos clientes. Abriu uma nova “igreja” messiânica ao lado da sua loja e um mega-templo da IURD, muito próximo da loja, está em adiantada fase de construção, prevendo-se a inauguração para breve. A senhora “tem fé” que estes novos crentes lhe façam crescer o negócio. Mas se o negócio não prosperar, dizia-me ela, teria que alugar uma loja mais pequena. Quando se põe a fé na fé (e vice-versa) é muito provável que isso, mais cedo ou mais tarde, aconteça.

A Chinchila dá vitória a Portugal

O Charlie Grey é uma chinchila que foi oferecida à minha filha Jéssica por ocasião do seu recente aniversário. Colocámos um amendoim (comprado numa grande superfície nacional) num canto e um pedaço de salsicha alemã noutro. O Charlie, sem hesitar, escolheu o amendoim, prenúncio claro da vitória certa da nossa equipa contra os alemães, no jogo de hoje do Euro 2012. Os polvos, os elefantes, os porcos e as vacas até podem dar a vitória à poderosa Alemanha, mas o nosso fofinho Charlie já escolheu o amendoim português. Algumas pessoas mal intencionadas e facciosas podem afirmar que não há amendoins lusos e que as chinchilas não comem salsichas, mas o que é que isso interessa ao futebol? O CR7 é nosso e o Charlie já decidiu. Portugal vai esquecer a Troika e a crise por umas semanas. Sacudam-se essas bandeiras empoeiradas vermelhas e verdes e viva Portugal!

A prateleira da vida (do Simon´s Cat)

Agradecer o osso nosso de cada dia

Colecção de vídeos de donos (americanos, claro!) que oram com os seus cães, antes de eles comerem a sua refeição. É caso para dizer que, ainda que só tenha um osso para comer, agradeça a Deus. Quando for ração, agradeça também. Tenham um bom dia!

Via Pavablog.

2 presentinhos de Natal

Do tanto que haveria para dizer deste Natal, recebi dois presentes que merecia: fiquei completamente afónico, sem pio, e levei uma valente mordidela do Alvin no meu dedo. E também tive muitos outros presentes que não merecia.

Até tu malvado roedor?

Na semana em que o Primeiro Ministro de Portugal anuncia as austeras medidas do terrível Orçamento de Estado para 2011, no dia infeliz em que se começam a pagar as portagens nas SCUT´s do Norte e Centro, o Alvin espeta-me uma valente mordidela num dedo. Eu sei que o dedo tinha o irresistível cheirinho do queijo que eu tinha acabado de deglutir, mas nunca ouviste aquele provérbio que diz que "Não se deve morder a mão que nos dá de comer"? Rats!

Amor e comida que acalmam

O Alvin é lindo. Relembra-nos muito o Oliver - chamo-lhe "Oliver" muitas vezes. É um hamster enorme e forte, com o pêlo muito suave e sedoso, um olhar vivo e penetrante. Quando o Alvin chegou a nossa casa era extremamente assustadiço, irrequieto e nervoso. Passados dois meses continua esperto e bastante guloso, mas está muito mais calmo e meigo. Come pequenas guloseimas nas nossas mãos e dorme no nosso regaço. O amor e a comida boa ajudam a acalmar as mais agitadas das almas.

Livros, caixas, sótãos, telhas e montes

Todas as férias de verão catalogo e arrumo os livros que fui lendo e acumulando ao longo do ano. Aproveitamos também para fazer algumas limpezas extraordinárias, como por exemplo arrumar o sótão. Caixas e mais caixas. Sacas, brinquedos e outros artefactos que se vão amontoando no amplo sótão. Limpar o lixo é uma óptima actividade para realizar nas férias (e fora delas também). Mas limpar cansa. Limpar o lixo da vida cansa, mas é essencial para podermos caminhar bem.

Este verão subi ao meu telhado para arranjar umas telhas que tinham descaído - actividade radical e aventurosa, diga-se, porque a cobertura é muito inclinada. Suei as estopinhas! Varri o lixo e substitui uma telha partida. Atirei essa telha lá do alto e parti o estendal da roupa que estava no terraço. Que pontaria! Quem precisa de subir montanhas para partir coisas? Suor (meu) e lágrimas (da minha esposa).

Por falar em subir montanhas, o Sermão do Monte continua a falar aos pequenos grandes corações dos jovens da minha igreja e ao meu. Coisas a evitar, como a falta de perdão, a ira, a hipocrisia, o adúltério e outras coisas a preservar, como as boas amizades, a verdade, a palavra de honra (lembram-se do que isso é?).

Estas férias adoptamos mais um hamster, parecidíssimo com o Oliver. Chamámos-lhe Alvin. Mas do Alvin falarei mais à frente porque a "posta" já vai longa e muito mais haveria para contar, querido blogue.


Deixo-vos um vídeo, não de um hamster, mas do Gato do Simon que tenta ajudá-lo a arrumar umas caixas. Para o sótão, quiçá.

A Brownie adormeceu

"A Brownie está a dormir cá fora, papá"
"Está, filha. A dormir profundamente", disse-lhe eu depois de tocar na frieza cruel da morte.

Dia do Rato

Neste dia do pai, a Jéssica pediu-me para levar o nosso Red à Escola. E eu fui. Foi muito divertido.

O Oliver morreu

Aquele que para nós era o hamster mais bonito do mundo partiu, mas ficará para sempre bem pertinho de nós. No nosso coração.

O rato roeu a roupa do protestante

Talvez pelo sossego que a separação forçada da Black o votou, o Red está mais gordo - uma bolinha peluda. Fiz uma pequena concha com a mão e coloquei-o na minha perna enquanto assistia ao telejornal. Estava relativamente quieto, remexia-se um pouco, como se tivesse a coçar a minha perna, mas calmo. O telejornal acabou. Tirei a mão e vi que o Red tinha-me presenteado com um grande buraco nas minhas calças quase novas.

Malditos roedores. Ratz!

Três bebés adoptados

Foi com muita tristeza e prenunciada saudade, que ontem no final do culto da tarde entregamos três dos quatro filhotes da família R&B (Red & Black). Três bolinhas fofinhas e gordinhas, antes que engordassem mais (uma fêmea hamster entra no cio a cada 4 dias), foram adoptadas por três bondosas famílias da nossa Igreja. Por ora ficamos com um hamster que pensamos ser fêmea e esperamos que os enganos do passado não se repitam.

Bondade, acolhimento, adopção e amparo que tanto têm a ver com a Igreja. Se não tem mais, a culpa é nossa. E não estou a falar de ratos.