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domingo, fevereiro 19, 2023

O avivamento ainda não acabou


A reunião de oração que começou no dia 8 de Fevereiro de 2023 na capela da Universidade de Asbury, Kentucky, nos Estados Unidos da América, ainda não acabou. Tudo começou quando um dos jovens confessou os seus pecados nessa reunião e houve um quebrantamento geral de todos os presentes. Deus moveu-se de tal forma que resolveram continuar em oração, louvor e meditação das Escrituras. Outros jovens de outras universidades também já foram inflamados com este desejo dos jovens de Asbury e estão a realizar reuniões nas suas cidades.

Na história da Igreja cristã já existiram muitos avivamentos e creio que outros virão. Mas, para mim o mais importante não é determinar se este é de facto um avivamento ou não, até porque um avivamento é sempre uma iniciativa divina. Quando O Espírito Santo aviva uma pessoa, uma igreja, uma cidade, uma nação, acontece confissão de pecados, o retorno à Palavra de Deus, uma alegria contagiante, há oração congregacional, mais santidade, mais amor fraternal e desejo missionário. Parece ser isso que está a começar acontecer em Asbury. É isso também o que eu ambiciono ver na minha vida, na minha igreja, na minha cidade, em Portugal e no mundo inteiro. E é essa manifestação do Espírito que precisamos.

Que o Deus da vida avive, encha e inflame os nossos corações. Faço minha a oração de Habacuque: "Aviva a tua obra, ó Senhor!" (Hc 3:2).

terça-feira, agosto 11, 2020

Todavia, eu me alegrarei no Senhor

O livro de Habacuque ensina-nos a entregarmos as nossas dúvidas e aflições ao Senhor Deus através da oração e a caminharmos com fé e confiança no Senhor, no meio das nossas piores crises e lutas.

O capítulo 3 é uma oração em forma de cântico. Provavelmente este Salmo de adoração e louvor a Deus seria usado no templo em Jerusalém. É uma Teofania, ou seja, uma manifestação de Deus e dos seus propósitos. Martyn Lloyd-Jones disse que Habacuque agora só está interessado na glória de Deus e mais nada.

Quando Habacuque ouviu as respostas do Senhor temeu e tremeu. Estremeceu por todos os lados: lábios, ossos, ventre e coração (v.2 e 16). Em prantos, o profeta tem a noção clara da grandeza portentosa do Senhor e da sua podridão interior. Mais importante do que entender a origem da existência da mal no mundo (um dos grandes temas deste livro) é reconhecermos e arrependermo-nos da nossa própria maldade.

O profeta ao ouvir os juízos do Senhor clama por avivamento (v.2). “Avivar” aqui é um pedido de preservação da vida, é um rogo para não ser destruído na invasão babilónica que estava para vir. Mas também é um grito por renovação espiritual.

Normalmente o avivamento surge num quadro de perversidade e frieza espiritual. O avivamento vem de Deus e é um retorno à centralidade da Palavra de Deus, à conversão e santificação. Hernandes Dias Lopes diz que “Precisamos de um avivamento que coloque a igreja nos trilhos da sã doutrina e a desperte para viver piedosamente.”

Deus envia o avivamento espiritual quando vê quebrantamento, arrependimento e confissão. A glória de Deus torna-se manifesta a todos e um grande número de almas são salvas. Clamemos a Deus, conforme fez Habacuque: “Aviva, ó SENHOR, a tua obra!”

O livro termina de forma admirável. A invasão babilónica iria devastar a agricultura, o gado, as provisões e todo o sustento de Judá e do profeta. Muita fome e miséria estavam para acontecer. Mas mesmo assim, "ainda que...", o profeta declara a sua confiança em Deus: “Todavia, eu me alegrarei no Senhor!” (v. 18).

Alegrar-se em Deus quando as coisas correm de feição é relativamente fácil, o nosso grande desafio é continuar a confiar nele no meio das aflições desta vida e quando tudo parece ruir.

O profeta começou com dúvidas mas termina com fé. No capítulo 2 “o justo viverá pela fé”, no capítulo 3 “o justo está a viver pela fé!” Uma coisa é conhecermos intelectualmente a vida da fé, outra bem distinta é vivermos pela fé! Não se trata de negar as maldades ou meter a cabeça na areia quando tudo vai mal, nada disso! É confessar os nossos pecados e confiar em Deus em todas as circunstâncias.

A fé bíblica e madura é aceitar a vontade de Deus, independentemente dos resultados. Deus nem sempre muda a nossa conjuntura, mas pode transformar a nossa maneira de enfrentar as situações mais difíceis. Isso é viver pela fé!

O Livro começa com “o peso” do Profeta e termina com a alegria e a força do Senhor Jeová. Começa no mais no vale da dúvida e termina na mais alta montanha da fé. G. Campbell Morgan disse que “A nossa alegria é proporcional à nossa confiança. A nossa confiança é proporcional ao nosso conhecimento de Deus.” Podemos confiar em Deus porque Ele continua a ser o Senhor soberano que está no controlo de todas as coisas.

Aprendemos muito com Habacuque. É melhor subir à nossa torre de vigia para orar e ouvir Deus falar, do que reclamar e querer entender todos as sombras e contornos da nossa vida. A alegrarmo-nos no Deus da nossa salvação, independentemente das circunstâncias. A viver mais por fé e menos por vista.

segunda-feira, julho 20, 2020

Toda a maldade será punida


O Capítulo 2 de Habacuque regista a segunda resposta de Deus ao profeta. São palavras condenatórias. É uma mensagem dura de entregar. Faz lembrar aquela música dos HMB ("Dia D"):

Hoje acordei a queimar por dentro
Com uma vontade de me querer expressar
A mão no bolso um lume acesso
Com uma mensagem dura para entregar  

Lemos aqui “5 ais”. Mais do que lamentos humanos, estes "ais" são sentenças condenatórias pronunciadas por Deus. Os destinatários são em primeiro lugar os caldeus que estavam quase a invadir Judá, mas também todos aqueles que vivem à maneira babilónica. São palavras duras de Deus para pessoas duras. Devem nos ajudar a reflectir como está o nosso coração. 

Martin Lloyd-Jones diz que existe nestes versículos um princípio universal: Todo o mal está debaixo do julgamento de Deus. Aquele que proceder mal terá a justa retribuição da parte de Deus, seja neste mundo ou no vindouro. Toda a maldade será punida.

Nestes “5 ais” Deus denuncia os ladrões, os gananciosos, os violentos, os devassos, os idólatras. Somente Deus pode pronunciar estas sentenças, Ele é Senhor. Nós, em vez de nos queixarmos ou dizermos "ai dos maus" façamos coro com o profeta Isaías e digamos: “AI DE MIM!” (Is 6).

Virá um tempo em que “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (v.14). A glória do Senhor já está no meio do povo de Deus, mas o cumprimento desta profecia será plenamente efectivo no milénio.

O capítulo termina dizendo que não vale a pena confiar nos ídolos porque eles são mudos, nada respondem, nada resolvem. Mas Deus fala e intervém. Perante Deus ninguém tem razão e nem razões para reclamar. “O Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.” (Hc 2:20).  


Podemos tirar pelo menos três grandes conclusões aplicativas:

1. Por causa do carácter santo de Deus o pecado não ficará impune. Todo a toda a maldade e todo o mal serão punidos. Se não for aqui será na eternidade. “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). 

2. O pecado parece atraente e vantajoso no início mas o seu fim é desastroso. O poderoso império babilónico teve um fim terrível. “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” ( Pv 14:12). Tudo o que for conquistado com desonestidade, meios ilícitos, com violência ou malvadez, nunca produzirá bons resultados. 

3. O cristão é chamado a tornar a glória de Deus conhecida em todo o mundo. O homem pecado carece da glória de Deus (Rm 3:23). No meio de tanta corrupção, violência e maldade, o mundo clama desesperadamente pela paz e o amor que vêm de Deus. Que a glória do Senhor nos encha e transborde! E que “Toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:11). 


terça-feira, julho 07, 2020

Viver pela fé


Não conhecemos todas as respostas acerca da existência do mal e do sofrimento humano. Sabemos que a entrada do pecado neste mundo afectou tudo e todos. Contudo, os crentes em Deus crêem que O Senhor é soberano e, mesmo diante das piores circunstâncias, é possível sossegarmos a nossa alma nele.

O capítulo 2 começa com Habacuque a subir a um alto lugar para vigiar e orar a Deus. Nesse diálogo, porque é disso que se trata a oração, Deus diz ao profeta para escrever a visão de forma legível para que todos a leiam, até mesmo quem passa a correr (v.2). Então, Habacuque faz uma espécie de “outdoor” para todos lerem a revelação do Senhor. As Escrituras precisam ser lidas e conhecidas. Continuemos a espalhar a poderosa mensagem do Evangelho. 

A visão seria para um certo tempo (v.3). Tempo presente e futuro. Os caldeus iriam invadir Judá no tempo do profeta e nos últimos dias, Jesus iria retornar, conforme o escritor aos Hebreus diz, aludindo a Habacuque: "Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há-de vir virá e não tardará” (Hb 10:37). A Bíblia é um livro profético que revela muitas coisas que vão acontecer, uma delas é que Jesus está prestes a voltar!

Existe um contraste nos vs. 4 e 5 entre o orgulhoso e o justo. Este homem soberbo é o caldeu, que traça o carácter de muitas pessoas. Aquela pessoa que tem a alma inchada, confia em si próprio, vive na sua força, poder, capacidades, que não teme Deus e não respeita ninguém. É arrogante, dado ao vinho (que dá uma sensação de fanfarronice), quer conquistar tudo, nem que seja tenha que aniquilar todos à sua volta. 

Por outro lado, o justo é a pessoa que não confia em si, mas em Deus – “O justo pela sua fé viverá” (v.4). Ele é justo, não por ser melhor que os outros, ou por fazer muitas obras boas, mas porque reconhece a sua indignidade e deposita a sua crença e esperança em Deus. Vive pela fé. A fé bem direccionada para Deus e para a Sua Palavra. Fé persistente e obediente. 

A vida espiritual começa e mantém-se pela fé em Deus. Pela fé o homem começa a viver, pela fé o crente vive, pela fé somos salvos. Que os cristãos possam batalhar juntos por esta "fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 1:3).

quinta-feira, março 12, 2020

Perplexos, mas nunca desesperados

Aprendemos com o profeta Habacuque que devemos reclamar menos e crer mais em Deus. Depois de Deus lhe dizer que iria punir o povo de Israel, permitindo que o império babilónico invadisse a terra santa, o profeta ficou perplexo sem entender esta estranha forma de Deus intervir. Para Habacuque os ímpios caldeus são mais perversos que os judeus. Por vezes custa-nos aceitar os métodos que Deus usa para nos chamar à razão, mas podemos ter a certeza que os seus propósitos e fins são sempre bons e perfeitos.

Habacuque conhece quem Deus é. Sabe que Deus é eterno, santo, justo, seguro, poderoso, Rei e Senhor. Conhecer Deus leva-nos a adorá-lo e prepara-nos para enfrentar as lutas e dificuldades. Quanto mais conhecermos quem Deus é, mais preparados ficaremos para as maldades e adversidades desta vida. Hernandes Dias Lopes disse que "O conhecimento de Deus é o maior antídoto contra o desespero.”

Perante o mal que se avizinha, o profeta chega à conclusão que o melhor é ficar na fortaleza do Senhor e vigiar (Hc 2:1). Martyn Lloyd-Jones diz que o princípio que ressalta deste livro profético é que devemos desligar-nos do problema e descansar em Deus. Em vez de nos focarmos nos problemas, oremos e confiemos mais no Senhor.

Esta nova pandemia, o COVID-19, mais conhecido por coronavírus, veio expor o medo, o vazio existencial, a agonia e o desespero que muitas pessoas vivem. Como lidar com o mal que nos bate à porta é um dos grandes assuntos de Habacuque. No que concerne ao coronavírus, é bom seguir as orientações médicas e os planos de contenção estabelecidos pelas autoridades. Mas e em relação aos outros males? As pestes, as doenças, as maldades, a morte não devem assustar os verdadeiros cristãos. Se cremos que com Cristo vivemos, ainda que fiquemos doentes ou morramos continuamos a ser do Senhor.

Os apóstolos sofreram muito mas não ficaram desesperados: "Somos atribulados de toda a maneira, mas não definitivamente esmagados; perplexos mas não desanimados. Somos perseguidos, mas não desamparados por Deus. Somos derrubados, mas levantamo-nos e prosseguimos." (2Co 4:8,9 - O Livro).

Mais importante do que termos todas as explicações e respostas em relação ao mal e à maldade, oremos, vigiemos e esperemos com fé no Senhor. “A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação. Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança” (Salmos 62:1,5). Deus é a nossa esperança.

terça-feira, fevereiro 11, 2020

"Até quando, Senhor?"



Jerusalém estava cheia de pecado e violência. Habacuque queixa-se, não CONTRA Deus, mas A Deus: "Até quando, Senhor?". O profeta queria entender os propósitos do Senhor e clamava a Ele por justiça e pela Sua intervenção em Judá. "Até quando?" é um grito de socorro, um pedido de ajuda ao Altíssimo para que Ele intervenha.

Deus vai dar a resposta ao profeta a partir do versículo 5. O Senhor diz que vai enviar os terríveis caldeus, vindos do Oriente e liderados por Nabucodonosor, para possuir a terra de Israel e levar cativos os judeus. O profeta reclamou do silêncio de Deus, mas quando Deus falou ficou ainda mais apreensivo. Temos muita pressa em obter as respostas de Deus, mas muitas vezes elas não são aquilo que esperávamos.

Os caldeus eram um povo cruel. Estavam bem equipados para a guerra, eram corajosos e temidos por todas as nações. Poderosos e arrogantes. David Baker diz que “os babilónicos eram arrogantes, colocando-se no lugar de Deus, chegando a promulgar o direito de se honrarem a si mesmos. O poder e o orgulho com frequência caminham juntos.”


Quatro conclusões e aplicações:

1. O mal é real. O mal não é apenas um problema teológico ou filosófico; Habacuque estava mesmo a viver a maldade dos judeus e iria sentir na pele a violência dos caldeus. O mal é interior e exterior. Está em nós, porque somos todos maus e vem até nós, porque o mundo está no maligno. A única forma de vencer o mal é fazer o bem, deixando Cristo viver em nós e por nós.

2. Deus intervém! Ao contrário do que muitos imaginam, Deus não está indiferente dos assuntos terrenos. O soberano Senhor está atento e tece a história. Jó esperou 38 capítulos pela resposta de Deus, Habacuque esperou 5 versículos. No Seu tempo, Deus sempre responde a quem clama com sinceridade. “Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.” (Jr 33:3)

3. Deus pode usar os ímpios para cumprir os seus soberanos propósitos e para nos refinar. Ao contrário do que pregam os teólogos da prosperidade, é o próprio Deus que envia lutas e perseguições aos seus filhos para os corrigir e aperfeiçoar. Às vezes são as circunstâncias e as pessoas mais difíceis na nossa vida, que nos ajudam a depender mais dele.

4. Deus enviou Jesus. Vemos nesta passagem que Deus enviou os caldeus para disciplinar Israel, mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Jesus Cristo. Ao contrário dos caldeus, o Messias não veio para nos disciplinar ou condenar, mas para nos salvar (João 3:17). Quem nele crer está salvo e seguro. Até quando vais duvidar do Senhor?

segunda-feira, janeiro 13, 2020

Abraçar a fé em Deus

Comecei ontem uma série de mensagens em Habacuque. Pouco se conhece deste profeta. O seu nome em hebraico talvez signifique “abraço”, ou “aquele que abraça". O profeta ouviu a Deus pela fé, foi abraçado e abraçou. Nós também precisamos abraçar, com todas as nossas forças e entendimento, a fé em Deus. Abraçar os outros.

Fala-se em Habacuque sobre a providência divina – a grande sabedoria com que Deus tece e conduz todas as coisas. A maravilhosa e misteriosa intervenção divina na história do mundo e na nossa história. Percebe-se a intimidade que deve existir na oração. O profeta dialoga com Deus, porque a oração mais do que fazer uma reza mecânica, é uma conversa. Habacuque clama, lamenta, expõe as suas dúvidas, escuta.

“Até quando, Senhor?” (Hc 1:2) “Porque é que o poderoso Deus não intervém diante de tanta maldade?” Parece que Habacuque se junta a Jó e aos salmistas e interroga-se sobre a existência do mal e da maldade. Discute-se em Habacuque a Teodiceia antes de Leibniz a ter "inventado".

O livro começa com lamento e questionamentos, mas termina com fé e alegria. Diante da ruindade humana, mesmo na escassez e sofrimento, o profeta aprendeu a confiar no Senhor. Por muito que nos custe aceitar, há propósito no sofrimento. Tim Keller escreveu que “Quando a dor e o sofrimento nos atingem, finalmente compreendemos que não temos controlo sobre as nossas vidas, nem nunca tivemos.”

Mesmo quando as coisas não correm conforme queremos, é melhor crer e confiar no soberano Deus do que nas nossas dúvidas ou lamurias. "O justo, pela sua fé, viverá" (Hc 2:4). O Senhor tudo sabe e tudo pode.