quarta-feira, abril 03, 2024

A Liberdade

Estamos a comemorar em Portugal os 50 anos da Revolução que aconteceu no dia 25 de Abril de 1974, também chamada de Revolução dos cravos. A liberdade é uma coisa preciosa, a liberdade espiritual que podemos desfrutar através da fé em Cristo é ainda mais. 

O Apóstolo Paulo incentivou os crentes da região da Galácia a estarem “firmes na liberdade com que Cristo nos libertou!” (Gálatas 5:1-15). Esta liberdade é a libertação dos falsos ensinos especialmente dos que defendem que os rituais religiosos podem salvar. As religiões aprisionam as pessoas, Jesus Cristo liberta. Não dá para aceitar que o sacrifício de Jesus é a única coisa que nos salva e depois esforçar-se por ganhar a salvação com rituais. Só existe uma maneira de alguém ser salvo, é crer que Jesus Cristo é o único Salvador e Senhor.

"Cair da graça" (Gl 5:4) não significa perda da salvação. Essa expressão significa que quem confia que será salvo pelas obras religiosas está a recusar a graça de Deus. Ainda está separado de Cristo. Quando Deus salva alguém essa pessoa está salva eternamente. Paulo diz que não faz diferença para Deus estar circuncidado ou não (Gl 5:6), porque para Deus não importa se a pessoa é religiosa ou não é religiosa. O que importa é a fé colocada em Cristo. É necessário firmeza nessa fé. Mas não é por nos mantermos firmes na fé que iremos ser salvos, é por sermos salvos que vamos permanecer firmes na fé.

As doutrinas falsas têm grande impacto na vida das pessoas e nas igrejas. A má doutrina é pão estragado para a boca, a sã doutrina é bom alimento. Aqueles que ensinam que os cristãos precisam guardar alguma parte da lei de Moisés estão a ir contra o evangelho de Deus. A punição é certa para esses falsos mestres. Há uma grande responsabilidade para os que ensinam e pregam a Palavra de Deus. O púlpito não é um lugar sagrado, mas é um dos lugares onde o servo de Deus deve pregar a verdade e a liberdade que há no Evangelho.

A liberdade com que Cristo nos libertou não é para vivermos de qualquer maneira (Gl 5:13). Não podemos abusar da liberdade que Cristo nos dá. A liberdade cristã não é libertinagem. Que nenhum cristão pense que por ser salvo pela graça de Deus tem licença para pecar. Cuidado com a liberdade autónoma. “O que é a liberdade autónoma? É a liberdade em que o indivíduo é o centro do universo. Liberdade autónoma é a liberdade sem restrições”, esclarece Francis Shaeffer. 

A liberdade de Cristo implica fé, santidade, compromisso e serviço. A vida do cristão deve ser uma vida de serviço ao Senhor e aos outros. É a fé manifesta em actos amorosos. Devemos rejeitar o zelo religioso que negligencia o mais importante da fé - o amor. Se a minha forma de falar e viver não espelha o amor de Cristo então eu não estou a viver o verdadeiro cristianismo.

Alguns irmãos das igrejas da Galácia estavam a criticar a verdadeira doutrina e a dar ouvidos ao erro. Isso estava a destruir a vida espiritual uns dos outros e a enfraquecer as igrejas locais. Uma coisa é discordar pontualmente, outra coisa é discordar da verdade. Uma coisa é ser do contra, outra bem diferente e perversa é ser sempre do contra. Essa não é a vontade do Senhor.

Cristo libertou-nos das amarras dos rituais e das regras religiosas. Cristo libertou-nos da condenação eterna. Libertou-nos do poder de Satanás e do reino das trevas. Estamos libertos do poder do pecado, porque o nosso homem velho foi crucificado com Cristo. Cristo libertou-nos do egoísmo, da vida centrada em nós próprios e das coisas materiais. 

O convite libertador de Jesus continua a ecoar hoje: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres.” - João 8:36. A verdadeira liberdade está em Cristo. 

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