Penso que a revolta, a indignação e o não-conformismo, por vezes pode ser necessário e até enquadrar-se na maneira de Deus agir. Os antigos Profetas fizeram-no. Jesus indignou a muitos, os Apóstolos também. A igreja, ao longo da história afrontou preceitos e imposições que violavam a vontade de Deus. “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens”.
Existirão alguns exageros, é certo, mas essencialmente a Reforma Protestante do Século XVI foi um grito de revolta. Os reformistas fizeram “uma caricatura” da igreja e dos seus líderes, expondo as coisas que iam contra a vontade de Deus e procuraram restaurar e reavivar as “boas coisas” que pareciam estar esquecidas e enterradas, nomeadamente a Bíblia traduzida e nas mãos de todo o povo, a salvação somente pela fé em Jesus Cristo, o sacerdócio universal de todos os crentes, etc…
Dentro e fora da Igreja têm havido muitos Diótrefes, que não passam de ditadores déspotas, tentando silenciar muitas vezes a obra de Deus no coração dos santos e a sua expressão. Mas Deus tem acabado por os silenciar a eles. Basta observar a História.
Não quero esgotar e muito menos ter a última palavra sobre este assunto, mas penso que não existe verdadeira liberdade sem Cristo. Ele é a nossa liberdade autêntica e efectiva. As armas e os meios da verdadeira liberdade de expressão cristã são a Verdade, a Paz, e o Amor, debaixo da direcção do Espírito Santo.
Jesus Cristo é Senhor!
Comentado por mim aqui.
4 comentários:
Acerca da liberdade de expressão, a Bíblia não a defende. Pronto, lá estão todos a ficar escandalizados, e tal. Mas é verdade. Não a defende para os cristãos, claro está, porque a Bíblia é escrita para os cristãos.
O que a Bíblia defende é o tentar não escandalizar os irmãos, agir em amor, e essas coisas bonitas e difíceis.
Agora, uma coisa é agir em amor e fazer por não escandalizar, e outra coisa é não tratar dos problemas. Quando há um líder ditador, ou outro irmão que persiste num determinado pecado, que não se quer corrigir, nós não temos a liberdade de expressão, isso é demasiado suave. Nós temos o dever de expôr a situação diante da igreja, e tomar as acções necessárias.
Já agora, isto é uma resposta a concordar com o artigo, mesmo que possa parece que não :)
(...) acredito que o homem só é livre quando sua consciência está livre. Já discordei, na igreja, de liderenças religiosas (como discordo ainda de algumas), pois muitos pregam a "liberdade de Cristo", mas reprimem essa mesma liberdade. Enfim, é sempre bom pensarmos a respeito. abçs, Aline
Gostei do artigo, Jorge... directo e franco. Eu creio que acima de tudo, como cristãos, devemos sempre procurar não agradar a nós mesmos, mas a Deus. Aí começa a nossa liberdade de expressão ou outra forma de liberdade... não devemos confundir com indolência. A nossa expressão deverá ser sempre, conforme tu dizes, com os frutos do Espirito!
Nunca podemos esquecer desse nosso papel...
Jorge, é verdade, como tu dizes e os outros irmãos que aqui comentaram. A verdadeira liberdade baseia-se na obra de Cristo, na Verdade, na Paz, no Amor, em viver sobr direcção do Espírito Santo. Ainda assim, parece-me que ainda subsiste a tal liberdade de escolhe com que Deus nos dotou. Não uma liberdade necessariamente de expressão ou outra, mas outra mais do ser: o que quero ser? Escolho a vida ou a morte? Escolho os caminhos de Deus ou os meus? E estas questões colocam-se diariamente. Ora, se a minha vida se fundar no amor a Deus e ao próximo como a mim mesmo, então sou livre, mas com uma restrição, a de fazer a vontade de Deus. E se amo o próximo, respeito a sua consciência e contenho-me. Contudo, fui eu que exerci essa escolha - isto é, escolhi em liberdade.
A propósito da liberdade de expressão e ao caso das caricaturas, lamento e entristece-me que tenha sido usada para provocar os muçulmanos. No meu blog lamentei a reacção islâmica e teria preferido que tivesse recorrido aos tribunais. Com efeito, também aí houve aparentemenet vontade de conflito com o Ocidente, pois a reacção surgiu meses mais tarde e partiu de muçulmanos que vivem na Dinamarca. Porque não recorreram aos tribunais dinamarqueses? Porquê a Dinamarca, um dos maiores doadores do mundo árabe e muçulmano? Não saberiam que no Ocidente há separação de poderes?
Li nos jornais artigos de opinião sobre o caso. Alguns defendiam liberdade de expressão tout court e um direito à blasfémia. Respeitáveis que sejam tais opiniões, não são as minhas, e colidem com o princípio do respeito pela consciência dos outros, que são valores bíblicos. É pena que não sejam valores de toda a cidadania, principalmente da laica.
O culto, o religioso pertencem ao foro da consciência. A estes princípios, que cabe a cada um exercer, deve acrescentar-se o bom senso. E esse – admite-se – faltou aos jornais que começaram a publicação dos cartoons.
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