Em Marcos 9 Jesus vai alerta-nos para dois tipos de erros: o erro do exclusivismo e o erro da falta de santificação. Na verdade, são dois tipos de escândalos, o escândalo de um cristão ficar ressentido por outra pessoa estar a anunciar Jesus e o escândalo do cristão pensar que pode ser cristão sem viver em santidade. Para nossa vergonha temos que admitir que há muitos escândalos no meio evangélico hoje.
O Apóstolo João vai contar a Jesus a façanha dos discípulos, que proibiram um homem que estava a expulsar demónios em nome de Jesus, mas que não andava com eles. João imaginou que o poder de Jesus estava confinado ao grupo dos discípulos. O sectário João não aceitava pessoas fora do seu círculo. Este discípulo que disse este disparate, era o que reclinava a sua cabeça no peito de Jesus em sinal de profunda comunhão. Por vezes nós também pensamos que estamos a dizer uma grande coisa, mas não passam de afirmações egoístas e descabidas.
Jesus informou os discípulos que não há quem faça milagres usando o seu nome e a seguir vá falar mal dele. Cuidado com a exclusividade que alguns crentes, pastores, igrejas e denominações pensam que têm. O Reino de Deus é muito mais amplo do que a nossa igreja, movimento ou grupo. “Quem não é contra nós é por nós”, afirmou Jesus (Mc 9:40). A pessoa até pode não ter total clareza doutrinária, mas se crê em Jesus, não vai ser contra Ele e por isso O Senhor não reprova essa pessoa. Se O Cristo que outros pregam é o da Bíblia, mesmo não estando connosco, essas pessoas estão também do nosso lado, que é o de Cristo.
Por outro lado, Jesus não está a defender que todas as crenças e religiões são boas e que não importa o que faz ou ensina. O universalismo é falso e o ecumenismo é um caminho errado. Em outra ocasião Jesus também disse que “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.” (Mt 12:30). A questão é se a pessoa está em Cristo e se anuncia a Cristo. As pessoas ou são por Cristo ou contra Cristo. Até dar um copo com água, em nome do Senhor, terá recompensa!
Se nos primeiros versos há cristãos escandalizados, nos seguintes há cristãos que escandalizam. Escandalizar “pequeninos”, pode ser afastar as crianças ou os mais novos na fé, de Cristo. Talvez o tal homem que expulsava demónios fosse um novo convertido. Jesus disse que o cristão que escandaliza esses pequeninos, melhor seria pegar numa pedra de moinho e ser lançado ao mar. Esta hipérbole de Jesus é para demonstrar as sérias consequências dos escândalos na vida do crente. Ao contrário do que alguns evangélicos julgam, ser cristão não é uma carta branca para se viver de qualquer maneira. Ser cristão implica viver em santidade e em obediência a Deus, sem conduta escandalosa.
Jesus usa três imagens para advertir sobre as terríveis consequências de alguém viver de forma escandalosa. É melhor cortar a mão, um pé ou arrancar um olho que escandaliza do que ser lançado no inferno. É óbvio que esta é uma linguagem figurada que Jesus. O Senhor não está a ensinar que a pessoa deve mutilar os seus membros ou fustigar o corpo. Isto significa que se há algo na vida que escandaliza, o melhor é “cortar o mal pela raiz.”
O inferno é um lugar de tormento eterno onde também “o bicho não morre e o fogo não se apaga”. Há igrejas que só falam em inferno e há outras que parece que nem sabem que existe. Jesus falou muito sobre o inferno. O inferno é real e a pessoa que for lançada no inferno sofrerá eternamente. O termo grego para inferno aqui é “geena”. Geena está relacionado ao vale de Hinom, que ficava fora da cidade de Jerusalém. Foi aí que o Rei Acaz e o Rei Manassés sacrificaram os próprios filhos (2Cr 28:3; 33:6). Era um lugar de culto a Moloque. Mais tarde, o Rei Josias acabou com essas práticas e o Vale de Himom no tempo de Jesus estava transformado num monturo de lixos, onde existia uma fogueira que ardia sem cessar. É um lugar terrível preparado para todos os que não crêem em Jesus e na sua salvação.
O discípulo de Jesus deve mostrar tolerância com os outros e ser rigoroso consigo próprio. Por vezes somos muito inflexíveis com os erros dos outros e muito tolerantes com as nossas próprias fraquezas e pecados. Esta tolerância, contudo, não é a permissão para aceitarmos falsos ensinos ou falsos profetas, antes, para entendermos que quem anuncia a Cristo também está do nosso lado.
Quem não receber Jesus como seu Salvador e Senhor já está condenado ao inferno. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” João 3:36. Todo aquele que crer em Jesus e aceitar a sua salvação terá morada eterna num lugar de alegria, descanso, onde não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro e nem dor (Ap 21:4).
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