terça-feira, outubro 11, 2022

Mais do que um carpinteiro


Depois de Jesus ter realizado aqueles dois milagres em Cafarnaum foi para Nazaré (Marcos 6:1-6). Jesus viveu nessa cidadezinha a maior parte da sua vida humana até aos trinta anos. Chegou o Sábado e Jesus, como seu costume, foi à Sinagoga. Jesus valorizava o acto de congregar. Santo hábito, este de congregar. Muitos pensam que participar das reuniões da Igreja é algo facultativo, mas adorar a Deus e ter comunhão com os nossos irmãos é o mínimo que um crente verdadeiro em Deus deve fazer. 

Na Sinagoga de Nazaré Jesus leu e ensinou as Escrituras. Pairavam no ar muitas perguntas: “Onde este homem aprendeu todas estas coisas? Que tipo de sabedoria é esta que lhe foi dada? Como é que ele faz esses milagres?” Jesus não só ensinava com autoridade, mas aquilo que fazia era consonante com o que dizia. “Não é este o carpinteiro?” Sim, Jesus tinha ajudado José na carpintaria até entrar no seu ministério público aos trinta anos. Contudo, estava ali alguém que era mais do que um carpinteiro. Estava ali O Cristo, O criador do universo, O Deus-Homem, O Messias redentor, O EU SOU.

As perguntas continuavam, “Não é este … filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs?” Ao contrário do que a Igreja Católica Apostólica Romana ensina, Maria não foi virgem eternamente. Jesus tinha pelo menos quatro irmãos e duas irmãs. A melhor e maior fonte da verdade não é a tradição religiosa, são as Escrituras Sagradas.

Lucas (Lc 4:16-21) esclarece que o texto que Jesus leu na Sinagoga foi o profeta Isaías. Estas profecias apontavam para o tempo da vinda do Messias. No final da leitura, Jesus fechou o livro e disse-lhes: “Hoje, cumpriu-se a Escritura que acabais de ouvir.” Ao dizer isto, Jesus estava a autoproclamar-se O Messias. Furiosos, os religiosos expulsaram Jesus de Nazaré. Levaram-no para um alto monte e tentaram lançar Jesus dali. Mas Ele passou triunfalmente no meio deles (Lc 4:29-30). 

É neste contexto que Jesus diz a frase, que era um ditado semita: "Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa.” Depois de 400 anos de silêncio profético, os parentes, vizinhos, amigos e conhecidos não deram honra ao Profeta dos profetas. Tantos hoje que continuam a fazer orelhas moucas aos ensinamentos de Jesus.

Por causa desta incredulidade Jesus não realizou ali muitas obras maravilhosas. Até o próprio Senhor estava perplexo com a tamanha descrença deles. Não é que Jesus tivesse perdido o poder para fazer milagres em Nazaré, mas como eles não creram no Messias, também não receberam os seus sinais. O pior de todos os pecados é a incredulidade. Ryle disse que “a incredulidade é o mais ruinoso de todos os pecados, quanto às suas consequências… porque trouxe morte à humanidade inteira.” É este pecado que cega as pessoas e as mantém no estado de condenadas (João 3.18). 

Estamos pouco habituados a honrar os nossos líderes, os nossos companheiros, a nossa família. Que Deus nos perdoe. Amemos e honremos mais os que estão perto de nós. Cultivemos mais palavras de motivação, ânimo e incentivo uns aos outros. 

Como Nazaré não demonstrou fé para crer em Jesus, O Senhor partiu com os seus discípulos para as aldeias vizinhas (v. 6). Como se costuma dizer, Jesus foi literalmente “pregar para outra freguesia!” Lembremo-nos que Jesus é muito mais do que um carpinteiro, Ele é O único Salvador. Jesus Cristo é O Senhor! Mas é preciso creres e confiares nele hoje.

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