quinta-feira, junho 02, 2022

Alegra-te no Senhor!



O Apóstolo Paulo estava preso em Roma e tinha muitas saudades da igreja em Filipos. A sua grande alegria era Cristo e a Igreja. Ele refere-se à igreja com cinco termos afectuosos e amorosos: "Meus amados; queridos irmãos; Mui Saudosos; Minha alegria; Minha coroa." Este amor devia ser o sentimento normal dos que se dizem cristãos, quando falam e pensam na sua igreja. 

Contudo, o facto de Paulo amar a Igreja dos filipenses não invalidava expor alguns problemas que lá existiam. Ele já tinha denunciado os judaizantes e os maus obreiros, agora vai exortar duas irmãs: Evódia e Síntique, que andavam desavindas. Que “sintam o mesmo no Senhor”, ou seja, que pensem da mesma forma nas coisas importantes. Paulo apela a que os líderes também as ajudassem nesse entendimento. Somos chamados à unidade efectiva com os nossos irmãos.

Neste capítulo 4, Paulo renova a enfase temática da carta: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor!” Esta alegria é mais do que um sentimentalismo superficial, ela brota do relacionamento íntimo com Cristo. A importância de nos regozijarmos no Senhor é tanta que o Apóstolo repete a ideia: "Outra vez digo: regozijai-vos!” Francisco de Sales (1567-1622) afirmou que “Um cristão triste é um triste cristão”.

E nessa alegria permanente, "a vossa equidade seja notória” (Fp 4:5). Equidade aqui significa moderação, amabilidade, bondade, tolerância. Vivemos tempos de grande agressividade reactiva, violência e revolta. A equidade está fora de moda. Por vezes falta-nos o equilíbrio sábio na forma como falamos e agimos. Que Deus nos ajude a sermos mais amáveis. Uma das fortes razões que nos deve motivar a sermos mais afáveis é porque a vinda do Senhor está perto. Não precisamos desesperar, Jesus vai voltar.

Além disso, "Não estejais inquietos por coisa alguma”. A ansiedade não é uma coisa nova. Esta carta foi escrita há cerca de 2000 anos e Paulo já fala desta problemática. Ansiedade na raiz da palavra original grega significa "estar dividido". A pessoa ansiosa tem a sua mente dividida com muitos pensamentos. Temos sempre dificuldade em ficar alegres quando nos focamos nos problemas e nos obstáculos. Se a ansiedade não for devidamente tratada, pode degenerar em doença grave.

Mas como a ansiedade é sobretudo um problema espiritual, a Bíblia dá-nos o remédio: a oração e a gratidão. Muitas vezes andamos inquietos porque não oramos. Queremos confiar mais nos nossos métodos e planos do que em Deus e na sua vontade. A consequência de orarmos e vivermos gratos a Deus é experimentar a verdadeira paz. Uma paz incomparável, sobrenatural que vem do alto. A paz que transcende os nossos sentimentos, circunstâncias e até a lógica humana.

Paulo remata esta primeira parte dizendo-nos que devemos cuidar bem dos nossos pensamentos (Fp 4:8). A nossa mente deve estar focada em Deus e naquilo que Ele deseja e O glorifica. Pensar naquilo que é verdadeiro, bom e correcto. Pensar nas coisas que são puras e agradáveis. Com a ajuda do Senhor, devemos domar e ordenar os nossos pensamentos senão transformam-se num cavalo selvagem que só faz disparates. Um provérbio chinês, citado por Lutero, assevera que “Não podemos evitar que as aves sobrevoem as nossas cabeças, mas podemos evitar que elas façam ninho nos nossos cabelos.” 

Existem muitos ladrões da alegria: as doenças, a solidão, as inimizades, o pecado, o diabo, mas por vezes somos nós próprios os grandes culpados, porque não fazemos o que temos que fazer. Que O Senhor nos ajude a levar as nossas petições a Ele e a sermos mais gratos! Pensemos em quem Deus é e nas grandes coisas que Ele tem feito! A alegria do Senhor e no Senhor é a nossa força.

ALEGRA-TE NO SENHOR!

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