quarta-feira, maio 25, 2022

Prossigo, esqueço e avanço

O Apóstolo Paulo confessa aos Filipenses que ansiava chegar à ressurreição dos mortos. O poder da ressurreição é para vivermos no presente, a ressurreição dos mortos é futura, que acontecerá quando Jesus voltar. É por isso que Paulo diz em Fp 3:12 que ainda não alcançou essa ressurreição. Somente nesse dia estará completa a nossa perfeição, incorrupção e imortalidade.

Paulo tinha a noção clara da sua imperfeição, mas não se contentava com ela, tencionava prosseguir para o alvo. O prémio por ter chegado ao fim da vida com a vocação cumprida. Era isso que Paulo agora perseguia, não os cristãos, mas o poder aperfeiçoador e santificador que há em Cristo.

Paulo tinha feito muitos erros no seu passado, mas isso não o impedia de prosseguir. Tenho visto alguns crentes que desistem muito facilmente. Desistem de orar, ler a Bíblia, desistem da sua Igreja local, desistem da família, dos amigos. Paulo não ficou preso ao passado, ele avançava para as coisas que estavam diante dele. Alguns não conseguem esquecer as mágoas, não perdoam, não querem abandonar as razões, preferem lamber as suas feridas e lamentar eternamente os erros e culpas. Somos exortados a avançar sem olhar para trás, como a mulher de Ló que ficou petrificada numa estátua de sal quando olhou para onde não devia olhar.

A perfeição que Paulo fala no v.15 é a maturidade espiritual que deriva da comunhão com Deus e do reconhecimento sincero da nossa imperfeição e fraqueza. Os perfeitos no cristianismo são aqueles que sabem que ainda são imperfeitos. Existe um bom teste para sabermos se somos maduros: se admitimos a nossa imperfeição, os nossos erros, enganos e pecados. Neste sentido, Paulo era perfeito porque sabia-se imperfeito (v.12). Os líderes, os que pregam, aqueles que ensinam devem ser exemplo de fé, perdão, humildade e prosseguimento.

Nos v.18 e 19 Paulo vai voltar aos que não eram bom exemplo. Os falsos mestres e os libertinos, que pensavam que a graça de Deus é barata e que lá por já ser cristão se pode pecar livremente. A libertinagem moral, ética e comportamental dos nossos dias é assustadora. Estas pessoas são “inimigos da cruz de Cristo” (v.18). Paulo chorava pelo mau exemplo destes. O deus destas pessoas era o ventre, o umbigo. Viviam para si com altivez e para os seus prazeres. Não nos enganemos, o destino dos heréticos, dos libertinos e dos egoístas é a perdição.

O verdadeiro cristão, por outro lado, sabe que é um cidadão do céu (v.20). Estamos de passagem aqui. A nossa origem e o nosso destino é o céu. Fomos escolhidos na eternidade passada para habitarmos com Deus por toda a eternidade futura. Aguardamos ansiosamente a segunda vinda de Jesus que vai transformar o nosso corpo mortal num corpo glorioso.


Precisamos entender que a salvação que Deus nos dá está ligada à santificação, mas a perfeição total não se consegue nesta vida, é um processo contínuo e crescente. “Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo.” (Fp 1:6).
 
Andemos atentos aos falsos obreiros. Nem todo o que se diz cristão o é. Aquilo que testemunha mais alto da fé são as atitudes de perdão, amor e compaixão que praticamos. Rejeitemos tudo o que a Escritura Sagrada rejeita e creiamos em tudo o que ela ensina e ordena.

Não andemos distraídos com as muitas coisas desta vida. Prossigamos empenhados para o alvo. Não para ganhar a salvação, mas vivendo como salvos. Devemos ter mais foco no alvo que é Jesus Cristo. Corramos de forma que alcancemos a meta, o prémio, a coroa, o galardão (1Co 9:24).

Prossigamos e avancemos com Jesus. Para Ele!

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