terça-feira, março 22, 2022

Facilitador ou Complicador?


As grandes temáticas do capítulo 2 de Filipenses são a humildade e a obediência de Cristo. Jesus é, e sempre será, o nosso maior exemplo, mas na segunda parte deste capítulo, o Apóstolo Paulo vai adicionar o exemplo de dois homens, Timóteo e Epafrodito.

Paulo encontrava-se preso em Roma e manifesta o seu desejo em enviar o seu companheiro Timóteo à Igreja em Filipos. A ideia era levar notícias do ministério e também apoiar a Igreja dos filipenses. O próprio Paulo confessa que desejava também visitar a Igreja em Filipos, se assim Deus o permitisse.

Timóteo tinha aprendido a caminhar pela fé com a sua avó Loide e a mãe Eunice. Era um jovem tímido e doente, mas amava a obra de Deus e os filipenses. O amor ao Senhor e aos irmãos devia ser a maior motivação do nosso envolvimento na igreja. Quem ama a sua igreja local não deixa participar, de orar e de se envolver. Faltando-nos o amor, falta-nos tudo.

Timóteo tinha ajudado Paulo a estabelecer a igreja em Filipos. Ao contrário de muitos, era um obreiro que não buscava os seus interesses, mas os de Jesus Cristo (Fp 2:21). O egoísmo corrói e estraga a obra de Deus. Um egoísta acha que tem sempre razão, tem dificuldade em ouvir, não reconhece erros e age como se não precisasse de outros. Mas Paulo tinha ensinado bem Timóteo, dando o bom exemplo como um pai a um filho.

Contudo, antes de Timóteo partir, Paulo ia enviar Epafrodito primeiro. Este irmão tinha trazido uma oferta da Igreja em Filipos para o Apóstolo. Epafrodito era para Paulo um irmão, um cooperador, um missionário. É tocante perceber a união e a cooperação que existia entre eles. Epafrodito tinha ficado bastante doente, quase às portas da morte e Paulo, preocupado com ele e com os irmãos filipenses, resolveu enviar de imediato este seu companheiro que entretanto foi curado pelo Senhor. 

Paulo era um homem prático e facilitador. Ele preferiu enviar Epafrodito, que estava com muitas saudades de casa, do que gozar da sua companhia. O prisioneiro de Jesus Cristo era um homem sensível às necessidades dos outros. Estou convencido que muitos dos problemas terminariam se existisse um pouco mais de empatia e bom senso. A igreja, o ministério, a família, o emprego seriam mais simples se existissem mais facilitadores do que complicadores.

Ser facilitador não significa fechar os olhos aos erros ou a desvios doutrinários (cf. Fp 3). O facilitador é um ajudador, um auxiliador, é ser-se flexível naquilo que se pode e deve ser. A vida das pessoas já é difícil e complicada de mais. Os cristãos devem ser facilitadores e abençoadores, apontando sempre para Cristo. Robert McCheyne, pastor da Igreja da Escócia, afirmou o seguinte: "O crente é aquele cuja vida leva outros a crerem com mais facilidade"

Um facilitador é aquele que já entregou a sua vida a Cristo e é guiado por Ele. É aquele que está pronto a ajudar quem precisa.  Leva outros a seguirem e a confiarem em Jesus. Que Deus nos ajude a ser pessoas que facilitam a vida a todos, em vez de a complicarmos. 

"Enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé." - Gl 6:10 [NVI].

 

Sem comentários: