A Parábola do Semeador

A "Parábola do Semeador" surge nos três evangelhos sinópticos. Esta parábola tem a chave para entendermos todas as outras parábolas. A parábola é uma pequena história com um significado paralelo. O Mestre conta esta parábola junto ao mar, usando o tal barquinho que tinha mandado preparar anteriormente (Mc 3:9). Jesus foi um grande contador de histórias. Uma multidão escuta-o na praia. 

A parábola é simples de resumir. Um semeador saiu a semear e a semente caiu em quatro tipos de solos diferentes: junto ao caminho e vieram as aves e comeram a semente; o segundo solo era com muitas pedras e pouca terra e a semente que caiu ali secou porque não ganhou raiz; a semente também caiu noutro solo com muitos espinhos e foi sufocada por eles; o quarto solo onde caiu a semente era boa terra e ali germinou e produziu muito fruto.

Quando os discípulos de Jesus se acharam sozinhos com Ele perguntaram-lhe o que significava a parábola. Jesus disse-lhes se eles não entendessem o princípio central desta parábola não entenderiam as outras. Esta parábola trata da receptividade à Palavra do Senhor e a semente representa a Palavra. O semeador podemos inferir que é todo aquele que semeia a Palavra, é Cristo, é Deus. O solo é o coração e o espírito humano que precisa acolher esta boa semente. 

Jesus dá ele próprio a interpretação dos quatro tipos de solos. Aqueles que estão junto ao caminho, simbolizados no primeiro solo, são as pessoas que permitem que o diabo lhes roube a Palavra e não se salvem. São os ouvintes desatentos. São simpatizantes do cristianismo, da igreja, ouvem a Palavra, mas a Palavra viva de Deus não produz salvação e nem transformação nas suas vidas. Estão perto do Caminho Jesus, mas ainda estão fora. 

O segundo solo rochoso são os que recebem a Palavra com alegria, mas não ganham raízes. Com o tempo esquecem a Palavra e desviam-se. São pessoas que ouvem a pregação de forma superficial. Até podem vir à Igreja, levantar a mão, chorar, dizer que recebem o Evangelho, mas é uma decisão momentânea e meramente emocional. O tempo demonstra quem é salvo ou não. Quem é salvo ganha sempre raízes na Palavra. A conversão produz vida e bons frutos. 

O solo com espinhos representa as pessoas que ouvem a Palavra mas as dificuldades deste mundo, o engano das riquezas, as ambições desmedidas, os vícios e os prazeres sufocam a possibilidade de acontecer vida espiritual. Esta é a razão porque tantos “crentes” hoje estão desviados, sucumbiram perante os desejos e os problemas desta vida.

A boa terra caracteriza os crentes que ouvem, guardam a Palavra de Deus e dão frutos espirituais com perseverança. Este quarto tipo de solo descreve o coração daquele que recebe, guarda e obedece à Palavra. É a pessoa que reconhece os seus pecados, se arrepende e recebe Jesus Cristo como seu salvador e Senhor. 

Podemos concluir que existem diferentes reacções à mesma Palavra. Há uma grande diferença entre só ouvir a Palavra e ouvir e receber a Palavra (Mt 13:15). A forma como respondemos ao sermão revela se vamos produzir bons frutos ou não. Existem muitos inimigos que tentar impedir que a Palavra de Deus penetre no coração das pessoas: Satanás, a superficialidade, as tribulações, as perseguições, as ambições e outros mais. A nossa responsabilidade como cristãos é cooperar com Cristo para semear a viva Palavra de Deus. O princípio central desta parábola do semeador é que não há salvação e nem crescimento espiritual sem ouvir, receber e praticar a Palavra de Deus. 

Que tipo de solo és tu?