quarta-feira, março 10, 2021

A adoração verdadeira transcende locais

Jesus quebrou vários preconceitos quando conversou com a mulher samaritana. Quebrou o preconceito racial porque os judeus não falavam com os samaritanos. O preconceito social e cultural porque os homens não costumavam conversar com as mulheres em público. O preconceito religioso porque Jesus confrontou alguém que vivia uma realidade espiritual inconsistente.

O homem Jesus pediu à mulher água para beber. O Messias ofereceu-lhe água viva porque a sequiosa era ela. Mas a mulher só pensava no plano natural e nas supostas impossibilidades de Jesus: “Não tens como tirar… O poço é fundo… Onde tens a água viva? És tu maior que Jacó?” Quando as pessoas ficam atadas às dificuldades e impossibilidades, não vislumbram os milagres de Deus.

Para despertar a consciência amortecida desta mulher, Jesus diz-lhe: “Vai, chama o teu marido e vem cá.” Ela já tinha tido cinco maridos e o que tinha agora não era seu marido. Esta mulher tinha uma grande incoerência entre a sua espiritualidade e o logro que vivia, nomeadamente nas suas múltiplas escolhas conjugais. A espiritualidade começa em casa. Uma fé cristã que não tem evidências práticas na convivência familiar é falsa.

Atrapalhada, a mulher começa a falar da “sua religião” e das diferenças religiosas que existiam entre judeus e samaritanos. Jesus então dá-lhe uma aula de teologia prática (João 4:21–24).
 
1. O Cristo tinha uma agenda, uma hora (v.21; 23). Era a hora da cruz, da redenção. O tempo da graça estava prestes a começar, em que já não precisamos de lugares sagrados para adorar a Deus.

2. Os samaritanos estavam enganados no deus que adoravam (v.22). Nem toda a gente que se diz religiosa adora O Senhor. A fé em Deus é exclusiva e excludente.

3. A salvação vem dos judeus (v.22b). Cristo era judeu. Segundo a sua natureza humana, Jesus era da descendência e linhagem do Rei David.

4. Deus é Espírito (v.24). Esta realidade imaterial, invisível e transcendente de Deus é fundamental para crermos e adorarmos o verdadeiro Deus.

5. A adoração genuína é dirigida ao Pai e feita em espírito e verdade (v.24b), ou seja, com um coração sincero e com a motivação certa. São esses adoradores que O Pai procura e deseja.

Hoje não há locais sagrados e nem coisas sagradas. A adoração verdadeira transcende locais. Os crentes são o templo do Espírito Santo (1 Co 6:19). Devemos usar o nosso espírito para adorar a Deus. O verdadeiro adorador adora a Deus em casa, no trabalho, no trânsito, em férias, na pandemia e em qualquer lugar.

Stuart McNair escreveu que “Muitos preocupam-se com o lugar do culto, outros com o processo do culto, mas o essencial é o espírito do culto.” Isto não significa que o local de culto, a forma e a liturgia de culto não tenham importância, quer dizer que agora, não estamos dependentes de lugares para adorar O Senhor.

Ainda cheia do seu conhecimento religioso e de si própria, a mulher insiste: “Eu sei que o Messias vem!" Jesus afirma: “EU O SOU!” (v. 26). Estas palavras remetem para aquele momento em que Moisés perguntou o nome de Deus e O Senhor respondeu: “EU SOU O QUE SOU” (Ex 3:13). Esta revelação da divindade em Cristo vai finalmente despertá-la.

A mulher samaritana, agora renascida pela água viva de Jesus, deixa o cântaro para trás, corre para a cidade e testemunha do Cristo. Finalmente ela provou a água da vida. Agora ela tinha dentro dela uma fonte de água viva que jorrava para a vida eterna. O salvo é um missionário. Quem tem um encontro com o Salvador e crê nele é salvo e procura falar a todos da salvação transformadora de Jesus.

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