Durante meses, José Sócrates (e a sua "entourage" próxima) jurou que não governaria com o FMI. Pelo caminho, diabolizou (literalmente) a instituição. (...)
O problema é que o primeiro-ministro foi obrigado a engolir o que disse, recorrendo mesmo à ajuda externa (União Europeia e FMI). E com isso criou um problema extra: quem o ouviu até agora vai ficar a pensar: "Então se o Fundo é assim tão mau, por que recorreu a eles?". Mais: o cidadão comum vai pensar que os problemas, com o FMI, em vez melhorar... vão piorar. Como convencê-lo, depois de tanta retórica disparatada, que o País fica melhor com ajuda externa (os bancos voltam a ter financiamento, o Estado não interrompe salários e pagamentos, as empresas voltam a contar com linhas de crédito, os particulares têm os seus depósitos seguros nos bancos...)? É graças a comportamentos destes que os cidadãos têm cada vez menos respeito pelos políticos.»
Camilo Lourenço, hoje no Jornal de Negócios
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