quinta-feira, fevereiro 24, 2011

O grande terramoto

Uma portuguesa residente em Christchurch sobreviveu ao sismo que fez tremer a Nova Zelândia na terça-feira. Segundo ela contou ao Jornal de Notícias, "Não sei como aquilo não caiu tudo em cima de nós. Caiu tudo à minha volta. Vidros partidos e outras coisas. Só não caiu em cima de nós. Tinha um anjo à minha volta."

A propósito disto, António Fernando Nabais escreve no Blogue Aventar que, uma das razões para a sua descrença em Deus é não compreender que Deus (e os seus anjos) deixe morrer tantos e poupe apenas uns poucos. Percebo a indagação. É antiga. Para Nabais e para muito outros, um Deus que poupa aleatoriamente uns eleitos e mata despreocupadamente outros, é um "fraco deus sádico". O argumento não é novo.

Não pretendo dar grandes respostas. Elas existem, mas não cabem aqui. Dizer apenas que se percebêssemos efectivamente que todos, mas mesmo todos, merecíamos ser engolidos pelo Grande Sismo, provavelmente daríamos mais valor aos poucos que são salvos. A grande questão não é porque é que Deus salva uns poucos, a dúvida é porque é que Deus não nos aniquila a todos. Todos somos miseravelmente pecadores.


Sim, creio em Deus. Creio que ao contrário do Homem, Deus é soberano e tem a última palavra. Sim, creio num Deus justo e amoroso que, mais do que nos salvar dos arranhões desta vida (com ou sem anjos), Ele deseja realmente salvar a todos os homens (vide por exemplo 1ª Timóteo 2:4, onde se lê que Deus "quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.")

O triste facto é que muitos desprezam este soberano Deus amoroso e rejeitam a poderosa redenção efectuada pelo seu Filho Jesus Cristo. Um Deus que não respeitasse a decisão voluntária de O rejeitarem e a escolha pessoal da morte eterna, é que seria um deus pequeno, fraco e mesquinho. Mas Deus, ainda hoje, é misericordioso e não quer que alguns se percam, antes deseja que todos venham a arrepender-se e sejam salvos. Isto, antes do grande terramoto final que virá.

6 comentários:

Maria Rios disse...

Olá Jorge!
Li o teu texto (via twitter)e acho que escreves bem e com convicção.Tenho inveja de não acreditar assim.
O Homem é responsável pelos acontecimentos na Terra. acredito mais no Homem....... mas todos os dias , de manhã peço ajuda a Deus.~Bem haja quem não se cansa de pregar no que acredita.
Abraço
Masrmar

Jorge Oliveira disse...

Olá Maria Rios (Masmar),
Realmente, muito do que acontece na Terra é responsabilidade directa ou indirecta do Homem.
A história da humanidade diz-nos que o Homem é de pouca confiança. O melhor é crer e confiar em Deus, que nunca falha. Continua a pedir ajuda a Ele, porque a seu tempo tu O verás.

Agradeço a visita e os (exagerados) elogios :)
Abraço.

Pablo disse...

Estou a desenvolver um projecto que aborda estas questões, e verifico que esta é uma das questões nucleares a nível racional para crer ou não em Deus.

A verdade é que a resposta n é fácil, embora seja possível chegar um nível estável.

Sugeres que todos somos "pecadores, e como tal merecemos morrer", essa afirmação é bíblica, mas carece de entendimento e lógica do ponto vista humano pos-moderno, ao mesmo tempo que não resolve o porquê de uns ficarem e outros partirem...

Jorge Oliveira disse...

Olá Pablo.

É verdade que a afirmação que somos todos pecadores é bíblica, mas também é empírica e não desmente a lógica racional. Não é preciso procurar ou estudar muito para perceber que o homem tem uma essência corrupta e maléfica. Há uma inclinação inata na humanidade para o mal, para o egoísmo, para a desordem, rumo à degeneração e que culmina com a morte.

É certo que há também uma pequena semente ético/moral, a que muitos chamam "consciência", que tenta contrariar essa maldade inerente, que lhe diz para fazer o bem e até ambiciona encontrá-lo. Mas o que é que tem prevalecido ao longo da história humana? Basta ler os jornais e ver a televisão para perceber que a crueldade e a maldade são universais e bem patentes neste mundo.

Contudo, a morte que digo merecermos, no post é a morte espiritual, a eterna. O Homem já nasce em Pecado e vive pecando. Está separado de Deus. Merece estar para sempre nessa condição de morte (separação de Deus), porque escolheu rejeitar o seu criador e Senhor.

O grande pecado do homem pós-moderno é o igual ao primeiro pecado do primeiro homem: querer viver independentemente de Deus, querendo ser ao mesmo tempo Deus.

Mas, mesmo assim, "Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8)
Importa aceitar essa maravilhoso amor e crer no Deus soberano que sabe o que é melhor para as suas criaturas.

Um abraço.

José Carlos disse...

É mais fácil desfrutar do amor de Deus do que compreender todos os seus caminhos. A Bíblia diz que os Seus caminhos são demasiado elevados para nós, mentes finitas.

Jorge Oliveira disse...

Belo pensamento José Carlos. Obrigado.

Abraços.