segunda-feira, novembro 22, 2010

O pior dos cegos é o que não se vê

O primeiro-ministro português, José Sócrates, disse hoje que o País não precisa de ajuda e que não há razão para desconfianças sobre Portugal, nem para a sua pobre situação económica. Basta analisar as sucessivas mudanças e rectificações dos PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) que foram feitas este ano, o desemprego sempre a aumentar, a falta de confiança dos mercados financeiros e outros indicadores, para perceber o desnorte do Governo e o desgoverno do país.

De Janeiro até Outubro, e já num quadro de profunda austeridade, a despesa do Estado aumentou 2,8 por cento. As instituições de solidariedade social não conseguem responder aos pedidos de ajuda das pobres famílias esfaimadas.
Quarta-feira realizar-se-á uma greve geral, histórica, que vai juntar forças sindicais, políticas, económicas e muita gente anónima que não partilha da visão cor-de-rosa do nosso primeiro-ministro com relação ao rumo que este país está a levar.

Estar na pior das misérias e dizer que não se precisa de ajuda, porventura será o pior estado da cegueira. O adágio popular diz que "pior cego é o que não quer ver"; mas pior ainda do que não querer ver o que se passa à volta, é não ver a cega miséria que se traz dentro de si. Pior do que o cego que não quer ver, é o cego que não se vê a si próprio.

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