segunda-feira, abril 20, 2009

A pitada de dor

G. K. Chesterton escreveu que "Em tudo que tem valor, até mesmo em cada prazer, há uma pitada de dor ou de tédio que deve sobreviver para que o prazer reviva e prevaleça. A alegria da batalha vem depois do primeiro momento de medo da morte; a alegria de ler Virgílio vem depois do aborrecimento de aprendê-lo; o calor do banhista vem depois do choque gelado da água do mar, e o sucesso do casamento vem depois do fracasso da lua-de-mel."

Acredito que não há sucesso sem crise. Não há vitória sem luta. Nem há verdadeiro amor sem sofrimento. Um casamento, ou outro relacionamento qualquer, precisa sobreviver ao teste do conflito e da dor. Claro que isso não significa que só ama quem vive permanentemente em contendas - longe disso -, mas é bom recordar que o amor, o amor não fingido, é cozinhado na panela do desaguisado. É o amor que resiste, prevalece e se solidifica diante da crise e da contenda. A doce sobremesa saboreia-se muito melhor depois do salgado e apurado guisado.

A Jane Fonda repetiu nos seus vídeos de aeróbica dos loucos anos 80, aquilo que o poeta Robert Herrick já tinha proferido sabiamente no século XVII: "No pain, no gain!"

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