Pensar bem

“Jéssica, pára de pensar e come, não penses tanto nele!”, costumo dizer à minha filha mais nova, quando ela fica distraidamente absorta e pensativa, com a comida a arrefecer no prato. Ela fica furiosa e diz sempre: "eu não estava a pensar!"
Pensar é uma notável e nobre característica dos humanos. Augusto Cury afirma no seu livro O Mestre dos mestres, que “ninguém consegue interromper o fluxo de pensamentos, mas é possível gerir com determinada maturidade os pensamentos e emoções, caso contrário tornamo-nos vítimas da nossa própria história.” Não temos a capacidade de parar o fluxo dos pensamentos, mas podemos gerir e direccionar os nossos pensamentos num determinado sentido. Muitas das nossas preocupações e depressões advêm do facto de colocarmos os pensamentos em coisas erradas, apenas nas coisas terrenas, no que não é eterno, matutar no inferior, pensar no mal, cogitar o mau, esperar o pior. Depois surge a tristeza, as doenças, as depressões.

A Bíblia exorta-nos a “pensarmos nas coisas que são de cima”, e também a pensarmos no que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama... sintetizando, pensar crendo e querendo o melhor. Pensar em Deus e na sua Palavra é um dos mais saudáveis e benéficos exercícios para a nossa mente. Pensemos por exemplo no grande amor de Deus demonstrado na obra do seu Filho Jesus. Pensemos na sua glória perfeita, na sua graça admirável, na sua soberania e justiça, na sua provisão, no seu poder, no seu perdão. Pensemos bem.


Imagem: O Pensador, de Auguste Rodin (1880)