"O problema da Igreja é que precisa da morte para viver. Sem morte não poderia haver Igreja porque não haveria ressurreição. As religiões cristãs alimentam-se da morte.”
José Saramago numa entrevista conduzida por Miguel Mora (em Lisboa), publicada hoje no Courier Internacional (edição gratuita do 1º aniversário), sobre o seu último livro "As intermitências da morte".
5 comentários:
Anónimo
disse...
Saramago ao seu "melhor" nível. Agora pergunto eu. Alguém esperaria algum outro tipo de resposta dele ?
Não deixa de ter alguma razão.. afinal, Jesus nos ensina que pra viver é preciso morrer primeiro! Morrer para o nosso ego; morrer pra nascer de novo! Como o grão de trigo! Ele é que não entendeu ainda a profundidade dessa morte... porque se aressurreição não fosse verdadeira seríamos os mais miseráveis de todos sobre a terra!
Mas graças a Deus porque Jesus ressuscitou! E é essa a nossa VIDA!
Quando eramos meninos e tinhamos problemas intestinais, meu pai costumava nos dar um remédio chamado Salamargo. Saramago deve ser só um jeito caipira de pronunciá-lo. Mas, ele tem admiradores no Brasil e não são poucos. Creio que ele escreve muito bem, apesar de não concordar com algumas posições dele.
Saramago até pode ser um grande escritor,apesar de quase não pontuar os seus textos, mas é absolutamente cego em relação às coisas espirituais. E o pior cego é aquele que não reconhece a sua cegueira. Como ele não vê pensa que mais ninguém vê e se alguém lhe diz que vê alguma coisa, de imediato, ele acusa o tal de ter a mania que vê. E ri-se, faz chacota, desdenha numa clara revelação de falta de respeito para com as ideias dos outros. Pode ser grande escritor mas não é grande pessoa.
Voltamos à alegoria da caverna. Os prisioneiros regressaram à caverna onde estavam acorrentados, conhecendo do mundo lá fora apenas sombras projectadas pela luz exterior, e não imaginando sequer que pudesse existir, não aceitando mesmo ponderar a hipótese de que esse mundo lá fora exista, ainda que alguém lhes fale dele.
A verdade é que a morte existe, e é independente da existência da igreja, e de igrejas. Eis o drama, a grande e elementar verificação que Saramago, que qualquer um de nós, mesmo o agnóstico e ateu mais empedernido, pode fazer. Está aí, à vista desarmada, e a olho nu.
Por outro lado, talvez seja igualmente verdade — e teremos, como cristãos e igreja, que reflectir dentro de nós mesmos — que a igreja, que as igrejas, umas mais do que outras por certo, têm oferecido morte (quando condenam tudo e todos, são legalistas, são sepulcros caiados de farisaísmo, e talvez se tenha(m) alimentado da morte para viver (penso por exemplo na Católica Romana nos tempos de Lutero, ou na hodierna fatimista). Com efeito, se não oferecemos vida e misericórdia, permitimos que a morte ainda fira com o seu aguilhão.
Como disse Jesus e a Vilma recordou, foi preciso que o grão fosse sepultado para gerar vida. Trata-se de uma sabedoria tão simples, tão terra-a-terra! Captá-la não exige grande inteligência nem esmerada cultura… Apenas disposição para ouvir.
5 comentários:
Saramago ao seu "melhor" nível.
Agora pergunto eu.
Alguém esperaria algum outro tipo de resposta dele ?
Não deixa de ter alguma razão.. afinal, Jesus nos ensina que pra viver é preciso morrer primeiro! Morrer para o nosso ego; morrer pra nascer de novo! Como o grão de trigo! Ele é que não entendeu ainda a profundidade dessa morte... porque se aressurreição não fosse verdadeira seríamos os mais miseráveis de todos sobre a terra!
Mas graças a Deus porque Jesus ressuscitou! E é essa a nossa VIDA!
Quando eramos meninos e tinhamos problemas intestinais, meu pai costumava nos dar um remédio chamado Salamargo. Saramago deve ser só um jeito caipira de pronunciá-lo.
Mas, ele tem admiradores no Brasil e não são poucos. Creio que ele escreve muito bem, apesar de não concordar com algumas posições dele.
Saramago até pode ser um grande escritor,apesar de quase não pontuar os seus textos, mas é absolutamente cego em relação às coisas espirituais. E o pior cego é aquele que não reconhece a sua cegueira. Como ele não vê pensa que mais ninguém vê e se alguém lhe diz que vê alguma coisa, de imediato, ele acusa o tal de ter a mania que vê. E ri-se, faz chacota, desdenha numa clara revelação de falta de respeito para com as ideias dos outros.
Pode ser grande escritor mas não é grande pessoa.
Voltamos à alegoria da caverna. Os prisioneiros regressaram à caverna onde estavam acorrentados, conhecendo do mundo lá fora apenas sombras projectadas pela luz exterior, e não imaginando sequer que pudesse existir, não aceitando mesmo ponderar a hipótese de que esse mundo lá fora exista, ainda que alguém lhes fale dele.
A verdade é que a morte existe, e é independente da existência da igreja, e de igrejas. Eis o drama, a grande e elementar verificação que Saramago, que qualquer um de nós, mesmo o agnóstico e ateu mais empedernido, pode fazer. Está aí, à vista desarmada, e a olho nu.
Por outro lado, talvez seja igualmente verdade — e teremos, como cristãos e igreja, que reflectir dentro de nós mesmos — que a igreja, que as igrejas, umas mais do que outras por certo, têm oferecido morte (quando condenam tudo e todos, são legalistas, são sepulcros caiados de farisaísmo, e talvez se tenha(m) alimentado da morte para viver (penso por exemplo na Católica Romana nos tempos de Lutero, ou na hodierna fatimista). Com efeito, se não oferecemos vida e misericórdia, permitimos que a morte ainda fira com o seu aguilhão.
Como disse Jesus e a Vilma recordou, foi preciso que o grão fosse sepultado para gerar vida. Trata-se de uma sabedoria tão simples, tão terra-a-terra! Captá-la não exige grande inteligência nem esmerada cultura… Apenas disposição para ouvir.
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