A manhã estava fria quando ele saiu do hospital. O sol de Inverno espreitava com os seus dedos por entre a folhagem verde-acastanhado das árvores, prenunciando a Primavera. Ouviam-se pequenos pardais, tordos e cotovias chilreando e ele inspirou aquele ar fresco e renovador, como que limpando a densidade complexa da alma. Olhou para o céu e sorriu feliz enquanto caminhava para o portão principal.
11 comentários:
Assomaram-lhe à ideia, fragmentos ténues de momentos bem passados.
Por breves instantes, quase que poderia afirmar que os tinha revivido. Mas não. Eram sómente recordações.
Isso... continuem o conto para depois eu publicar no blog ou até mesmo em livro (quem sabe se não será isso a garantia da minha reforma, porque se estou à espera da segurança social... lol)
Vá lá escrevam umas linhas!
Prefiro deixar o conto tal como está... porque eu vejo nele um renovar da esperança, a certeza de que para trás ficam momentos e situações dificeis, mas importantes. E que ao passar o portão, aguarda-o um futuro certo e cheio de esperança! Com o surgir da primavera.. muito alusivo!
(pronto... lá se foi a minha reformazita... eheh)
Recordações que de tão ilusórias naqueles breves instantes, lhe custavam a crer que alguma vez tivessem ou pudessem ter sido reais.
Mas factos são factos, e uma das provas de que tudo não tinha sido um mero sonho, estava no facto dele se encontrar ali.
E à medida que ia divagando sobre algumas outras coisas mais ou menos importantes, o portão principal aproxima-se, e com ele um mundo que um dia lhe tinha sido hostil.
O dia nasceu enfarruscado. A pesada manta de nuvens cobria o céu todo, sem deixar de fora sequer uma nesga de azul. Devia ser do frio.
As pessoas iam à sua vida, encafuadas nos seus pensamentos, sem a sombra a acompanhá-las. Faltava a luz do Sol.
– Que dia tão feio – disse alguém.
O dia, que poucas horas tinha de vida, amuou e fez beicinho. Choramingou. Choveu.
– Já cá falta a chuva… – disse mais alguém, chapinhando na lama. – Que dia horrível.
O dia sentiu-se e, ofendido, mais carrancudo se pôs. E protestou, em forma de trovoada.
Trovejou e choveu que tempos. Depois de muito ter barafustado, o dia cansou-se. Pararam chuva e trovões. Foi um alívio. Ficou o ar lavado e a terra encharcada e
contente.
– Há dias piores – disse alguém.
Não era um elogio, mas para aquele dia, que ainda não ouvira uma palavra amável, soou a elogio. Com um suspiro reconfortado, deixou que uma brisa desvanecesse as
nuvens. Começaram a desenhar-se as sombras atrás das pessoas.
– Ainda vamos ter um lindo dia… – disse alguém.
O dia abriu-se num sorriso que rasgou o céu de par em
par, muito azul, muito luminoso. Brilharam as ervas e as folhas ainda molhadas.
– Que dia maravilhoso – diziam as pessoas umas para as outras.
O dia também era da mesma opinião. Mas de si para si comentou: "Como as pessoas são inconstantes. Ora dizem uma coisa ora dizem outra. Não as entendo".
Pois era. Para entender as pessoas um dia não bastava…
Continuar?... ui... fico-me a contemplar a bela foto que transmite calma e bem estar...
pensei para comigo mesma:se a folhagem já está verde-acastanhada, a Primavera está aí a chegar. Logo, logo, logo os pequenos pardais, tordos e cotovias que chilream vão-se procriar e gerar novas vidas...
Eu quero participar nesta nova vida que se renova estação a estação.
Após o longo inverno que passei, é tempo de deixar para trás a estação no seu tempo próprio e começar a viver na plenitude esta nova estação que Deus me apresenta através deste lindo, belo, inspirador cenário...
Porque se eu não viver esta nova estação, as estações que se lhe seguem não vão ser as estações correctas a serem vividas...
Um novo inverno há-de chegar, então...
então é tempo de viver a estação própria em cada tempo!
Viva a nova estação!
Viva a minha saída do hospital!
Era chegado o tempo de encerrar esta etapa (mais uma), da sua vida.
Era seu propósito dispensar algum tempo fazendo não uma análise, mas antes "A ANÁLISE" de alguns acontecimentos.
Tudo o que até aqui tinha acontecido, certamente que não acontecera por mero acaso, pois que nada acontece por acaso.
Atribuir todos ou sómente alguns destes factos ao destino, seria de todo inconcebível, em virtude de numa lógica de probabilidades, ser de todo impossivel que tantos e tão díspares acontecimentos se encadeassem deste modo.
Tudo começava a tornar-se demasiado confuso no seu espírito.
As coisas vistas deste modo, ganhavam uma dimensão tal, que se tornavam assustadoras por momentos.
Tentar dissimular isso, seria no minimo insensato.
Ceder aos seus medos tornar-se-ia com o tempo, demasiado sofrivel.
Então que atitude tomar ?
Parece que o Jorge já tem aqui pano pra mangas... e que sempre se vai sagar com a reformazita! Ou não... hehehehehe
O Conto pequeno continua aqui:
OS DEDOS DO SOL
http://osdedosdosol.blogspot.com
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