Os dois "Segredos"

Hoje pensei em escrever sobre a educação dos filhos. Se tiverem coragem leiam até ao fim (atenção que isto não é um baby-blog!!! eheh).


Eu e a minha esposa temos duas filhas maravilhosas. Educar os filhos, no entanto, não é uma tarefa fácil. É um desafio e uma responsabilidade permanente. Não querendo invalidar o valor dos avós, tios, amigos e professores na educação dos nossos filhos, compete em primeiro lugar aos pais, cuidar deles e educá-los.

Encontrei dois "segredos", que aplicados na dose certa, resultam numa boa educação. São eles: AMOR e DISCIPLINA. Confesso que nem sempre temos sabido aplicar estes “segredos”, mas sempre que eles são postos em prática, funcionam!


A disciplina, têm como objectivo final, ajudar a criança a escolher as coisas positivas e rejeitar as negativas. Reforçar atitudes boas e comportamentos adequados. Disciplinar apenas como meio de punição é errado. Procuro explicar sempre às minhas filhas as causas da disciplina e os meios para evitá-la.

É muito importante saber dizer "não!" às crianças e fazer cumprir esse "não" até ao fim. Muitas vezes caímos no erro de dizer "não" e passados 5 minutos dizemos "sim".
Disciplina, não significa dar umas "sapatadas" cada vez que a criança nos pede algo ou faz uma birra, por vezes ela quer mesmo, é só chamar a nossa atenção. Devemos guardar a disciplina para as coisas importantes.

Acredito que se deve disciplinar a criança desde pequena, já diz o povo e com razão que, "de pequenino se torce o pepino". Alguém também acrescentou que se não o fizermos até aos três anos, depois não faremos "farinha" deles. Mas, acho profundamente errado "esbofetear" um adolescente de 15 ou 16 anos, porque poderá produzir frutos piores que os benefícios dessa actuação disciplinar. Aliás, disciplinar não está somente relacionado com “açoites” ou “varas”, mas pode-se castigar a criança inibindo-a de fazer o que gosta, por exemplo proibindo-a de ver televisão, jogar jogos, impedir o acesso à Internet, cortar na "mesada" ou ficando em determinado lugar sozinha…
É de importância vital na educação das crianças, os cônjuges estarem juntos na aplicação da disciplina. O que é errado para o pai também é para a mãe. Quando o pai corrige a mãe aprova, e vice-versa.

Não tenho dúvidas que o maior problema da educação é a ausência da disciplina, contudo, disciplinar em demasia a criança pode torná-la nervosa, agressiva, revoltada e rebelde. Repreender com raiva, gritar agressivamente ou bater violentamente, produzirão marcas profundamente negativas nas crianças (para além das nódoas negras).

A disciplina deve ser temperada com muito amor e perdão. Embora raramente bata às minhas filhas, disciplino-as, mesmo que isso me custe muito, porque as amo. Diz a Bíblia que "Deus corrige ao que ama." (Hebreus 12:6)
Devemos exercitar a disciplina juntamente com o amor. Exagerar um e esquecer o outro não resulta. O amor sem disciplina é "mimalhice", tornando as crianças egocêntricas e egoístas.


O verdadeiro amor implica estarmos presentes. Nem sempre é fácil nesta sociedade de "correria" e “stress” investir tempo de qualidade com os filhos. Tenho chegado à conclusão que aquilo que as crianças mais procuram é a presença segura e apoiante dos pais. Dos dois!
Nenhum filho será feliz com pais que vivem permanentemente em discussão, aos gritos, insultos e sem demonstrações de amor. Pais egoístas, que não produzem bom ambiente familiar, não vão ter certamente filhos obedientes.

As crianças precisam sentir-se especiais e amadas com pais que cuidam, acompanham e estão atentos às suas necessidades. Um amor expresso em palavras, emoções e atitudes.
Amar significa respeitar a individualidade, gosto, personalidade e intimidade de cada filho. Cada filho é único e diferente. Precisamos amar cada filho por aquilo que ele é.

O amor implica também escutar e aprender com os filhos. Amor faz com que tenhamos interesse em conduzi-los e ensiná-los. “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6). Aos pais compete em primeiro lugar, conduzir os filhos a Cristo. A maior prova de amor que os pais podem dar aos seus filhos é partilhar e viver o amor de Deus nas suas vidas. Afinal de contas Deus é a origem, a fonte e a essência do amor.

Amor verdadeiro é saber amparar, dar colo, limpar-lhes as lágrimas (e as outras coisas...), sofrer e abraçar.


Depois de me entregar um postal com um desenho colorido, com um sorriso brilhante na boca, a minha filha de quatro anos declarou: "amo-te papá!".
“Eu também vos amo muito, filhinhas!”.
Que maravilhosa bênção de Deus e felicidade é amar e criar filhos assim.