segunda-feira, junho 26, 2017

Aprender nos bancos dos hospitais

Passei este Domingo em dois hospitais, a acompanhar o meu sogro. As doenças mentais são ainda muito incompreendidas e estigmatizadas. Afectam o próprio doente, a família e todos os que estão à volta. A medicação adequada e o acompanhamento médico e familiar são essenciais para tratar as enfermidades do foro mental e psiquiátrico.

Assiste-se a muito sofrimento nos hospitais. A sala de espera psiquiátrica não é excepção. Vi uma senhora agitada que não parava de repetir ao filho que queria ir embora. O filho, desesperado, insistia que ela tinha que ser vista e tratada. Um rapaz novo andava de um lado para o outro a contorcer-se. Uma mãe aflita, a dizer aos enfermeiros e a um polícia que não saía do hospital enquanto o seu filho não fosse internado. Quando o filho, um homem com os seus quarenta anos, saiu da consulta disse à mãe para vir embora. Ela não queria ir. Aconselhei-os a terem calma, que tudo se iria resolver. Agradeceram-me e saíram. As ambulâncias sempre a chegar. Gente a gemer. Muitas pessoas à espera nos corredores. Aprende-se a esperar num hospital público. Os médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar fazem o que podem. Fazem muito.

Não é só nos bancos das igrejas que se aprende ao Domingo (e tanto tenho aprendido ali), também se aprende imenso nos bancos e nos corredores destes hospitais. Aprende-se a confiar mais em Deus do que em nós próprios. Ou então pode-se ficar insensível, revoltado e amargurado. Pode-se aprender a orar. Pode-se aprender a esperar mais no Senhor. Que Deus nos ajude.

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