segunda-feira, dezembro 09, 2013

Cenas impróprias para toda a família

Um dia destes ofereceram-nos alguns bilhetes para o teatro. Como não conhecia a peça, e avisado que estou de certos conteúdos dramáticos dos nossos tempos, pedi à minha esposa para inquirir se a peça era apropriada para toda a família. Informaram-nos que sim, que era um espectáculo classificado para maiores de 16 anos, mas que a peça era adequada para toda a família, inclusive crianças. Que não tinha nada de mal.

Mas tinha. Decididamente não era um espectáculo apropriado para todas as idades. Felizmente que os amigos que convidámos não tinham crianças. No final da peça intrigavam-me duas perguntas: O indivíduo que nos deu a informação viu a mesma peça que nós vimos? Que tipo de vida leva a pessoa que concluiu que aquele espectáculo é adequado para toda a família? Por alguma razão, a peça estava (bem) classificada. Consolidei ainda mais a ideia que não se pode confiar nos parâmetros alargados e transigentes deste mundo. No que às artes (e à vida) concerne, nunca fiar demasiado nos olhos, ouvidos e boca dos outros.

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