A segunda coisa a esclarecer é que o cristianismo não tem, e não professa ter, um programa político detalhado a ser aplicado em uma sociedade particular num determinado momento sob a bandeira do "faça aos outros o que gostaria que os outros fizessem com você". Nem poderia ter. Ele se destina a todas as pessoas, de todos os tempos, e o programa mais adequado para um lugar e um tempo pode não o ser para outro. Enfim, não é assim que funciona o cristianismo. Ele manda alimentar os famintos, mas não oferece aulas de culinária. Manda ler as Escrituras, mas não dá lições de hebraico e grego, nem mesmo de gramática em sua própria língua. O cristianismo nunca pretendeu substituir ou anular as artes e as ciências humanas: é, antes, como um director que encaminha os alunos para as tarefas certas e como uma fonte de energia que dá nova vida a todos, se apenas nos colocarmos à sua disposição.
Mere Christianity (Cristianismo Puro e Simples), de C. S. Lewis.
Via Devocional Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.
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