Os cristãos (e as cristãs) deviam ler e praticar mais vezes o Cântico. Diante do deslumbramento da Paixão de Cristo percebamos que ela é de aplicabilidade intrinsecamente humana. A intimidade espiritual da cruz visa tocar-nos e cruzar-se com a nossa humanidade. Exultemos com a libertação do calvário e degustemos também a suculenta romã.
Há quem só veja alegorias proféticas em Cantares. Há quem só leia romance ou mesmo carnalidades. Mas o que ali está é a celebração da intimidade no amor. O amor e o sexo entre um homem e uma mulher casados só são constrangimentos para as almas doentes, porque para os remidos é um êxtase e um arrebatamento físico, emocional e espiritual.
Neste poema, celebra-se em última análise o amor divino figurado no humano, porque o verdadeiro Deus do amor não é, como erradamente Freud psicanalisou o Eros dos gregos, mas é Jeová, O Senhor.
“Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho.” (Cantares 1:2)
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