segunda-feira, julho 09, 2007
Causas perdidas
O meu bondoso amigo Tiago Cavaco (uma das minhas boas referências na blogosfera) veio de férias disposto a purgar os corinhos brasileiros que se cantam nos nossos abençoados salões. O sol sempre fez mal às cabeças. O debate até pode ser interessante - é certo que existem corinhos ridículos - mas penso que o cerne da questão não se prende em salvar os pobres canticosinhos do purgatório linguístico e gramatical. Em vez de andarmos com o corrector ortográfico na ponta da língua, censurando o que já se canta há muitos anos (demasiados anos), devíamos estar a criar e a propor novos coros e hinos à la portuguesa. Coros e hinos frescos que revelem e manifestam a presença de Deus. Com a ponta da nossa caneta.
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Blogosfera,
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7 comentários:
Apesar de termos hinos lindíssimos e canticos também, concordo em que é bom fazer um "refresh".
Cantemos cânticos novos ao Senhor!
E a verdade é que muitos deles são trazidos pelos nossos irmãos do outro lado do atlÂntico.
Está na hora dos nossos levitas mostraram também que sabemos compor cânticos belos ao nosso Deus!
Ainda ontem, um amigo meu lisboeta que estava de visita na minha igreja, ao ver ao pé da minha Bíblia uma folha com as cifras do coro "Bendito é o Nome", pegou numa caneta e começou a colocar pontos e virgulas no sítio certo. Dizia-me ele que nem nós, nem americanos nem ninguém temos esse hábito, de colocar a pontuação certa (tanto em folhas, como em powerpoints e afins), mas devíamos, porque por vezes faz toda a diferença na compreensão.
Não sei, ainda não pensei bem sobre o assunto, mas é capaz de ter razão.
Venham lá os novo cânticos...
Havia/Há tanta coisa para dizer sobre o que se canta nas nossas igrejas, na minha tmabém:p
Nós, evangélicos, temos a mania que por se cantar na igreja é santo (santificado), e se gostarmos da música ou do ritmo, ou do coro, adoptamos.
Muitas vezes, e concordo com o comentário do Luís alves pinto, não lemos o texto, ignoramos vírgulas e o texto escrito tem sentidos inenarráveis. Muitos dos quais discordamos.
Confesso que, por mim, prefiro hinos. Prefiro uma música mais longa, com mais sentido do que uma musica curta com muitas repetições, mas aceito que seja um defeito pessoal!
A verdade é que o crente cresce com o que lê, ouve e canta. E temos adoptado canticos que ocupam 3-5 minutos dos nossos cultos com pouca mensagem, muito leite, pouca carne. E se há uns que estão em idade de beber o leite, outros podem sentir falta do alimento. Tenho para mim que a comunidade evnagélica portuguesa, umagrande fatia pelo menos, lê pouco a Bíblia, acredito que muitos cantam mais durante a semana do que lêem a Palavra de Deus. E muitas vezes os nossos cÂnticos são incompletos, dão uma só imagem de Deus, uma só face da moeda e são irritantemente (atenção,para mim) repetitivos. Não terá aqui sentido o aviso das falsas repetições, no discurso de JEsus sobre a oração?
Sim, eu sei que os salmos também têm repetições, é para pensarmos...
Há muito mais para dizer, mas não vos maço tanto.
Quanto à importação de hinos brasileiros...a verdade é que não nos damos ao trabalho de os escrever, mesmo quando temos bons músicos e quem os possa escrever. Timidez espiritual? Cansaço espiritual?
Outro que responda.
Olá Tiagão,
Obrigado pelo teu comentário. Permite-me tecer duas ou três notas:
1 - Os hinos que cantamos são (na sua grande maioria) traduzidos do inglês e alguns têm um português arcaico e desactualizado.
2 – Na minha opinião os hinos/coros não têm, nem devem ser, tratados teológicos, e muito menos são para nosso alimento, antes pelo contrário, um bom hino/coro de Louvor deve ser voltado exclusivamente para Deus e para a sua glória. Aliás, louvar é mais dar do que receber.
3 – As repetições são inatas ao louvor e à adoração a Deus. Repara por exemplo que na maior parte dos hinos repete-se várias vezes o refrão. Nos Salmos (o Hinário por excelência), surgem muitas repetições e alguns deles até estimulam a repetição.
Agora, o que eu escrevi no post não foi bem sobre isso. O que referi foi a quase nulidade criativa, por parte dos compositores e músicos portugueses, e a importância da criação de músicas de louvor e adoração, para a igreja actual cantar. Essa é que é a questão.
Caro Jo, concordo que a maioria dos nossos hinos sejam traduzidos do inglês, embora muitos cantados hoje já sejam traduções brasileiras dos mesmos. Quantos cânticos cantamos nós com português com sabor? Muitos.
Penso que os hinos não devam ser tratados teológicos, concordo contigo, já cantei alguns escritos por reformados e a gente perde-se. No entanto, penso que devemos ter cuidado com a má teologia, e se a adoração é, como tu dizes e eu concordo, mais dar do que receber, devemos ter atenção aos cânticos que cantamos, que mais vezes estão interessados em nos exaltar perante Deus, e menos focados em Deus. Concordo na repetição como forma de apreensão, mas penso que hoje há tendência para a repetição, em muitos cânticos novos,como lavagem.
Se quiseres encaro o hino como tratado teológico como aquele que me edifica, mesmo não sendo nenhum tratado. E isso cada vez menos se vê, perdão canta.
Sei que fugi um pouco do assunto, peço desculpa, mas terminei no teu ponto há uma aridez criativa na adoração portuguesa.
Não existe, e se calhar era interessante saber porquê.
Músicos sei que temos, faltar-nos-á os "poetas"?
Um abraço, obrigado pelo amor fraternal da tua resposta, e desculpa por alguma coisa.
Apoio inteiramente que se procura corrigir nos coros o mau português mas, preocupo-me mais ainda com os erros teológicos, que existem em grande quantidade. É claro que os coros e hinos não são tratados de teologia, mas a verdade é que a igreja aprende mais facilmente as verdades cantadas do que as verdades prégadas. Daí a importância de libertar os "corinhos" e hinos da má teologia.
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