- Que dizes tu disto? – apontando eles com o dedo indicador para a mulher, que soluçava prostrada na terra.
Silêncio. O Mestre nada disse. Continuava a enigmática escrita no pó da terra. Pensavam consigo que finalmente o tinham desmascarado. Apanharam-no.
- Não respondes? Não vais cumprir com o que dizem os Pergaminhos? – insistiam eles, gritando.
Pacientemente, O Mestre levantou-se.
- Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire uma pedra contra ela. – inclinando-se novamente, continuou a escrever na terra. Os pergaminhos.
Silenciosamente os mais velhos começaram a sair. Depois os mais novos. Saíram todos. Ficou a mulher sozinha com O Mestre.
- Ninguém te condenou?
- Ninguém, Senhor.
- Nem eu te condeno. – disse Ele ajudando-a a levantar-se pelo braço - Vai-te e não peques mais.
A mulher, como que removendo todas as pedras da sua existência, renasceu. Saiu dali irradiando alegria. Sentia-se limpa, curada e perdoada. Curada.
6 comentários:
A tua descrição tocou-me.... transmite a profundidade da situação...
Excelente adaptação! Nós somos essa mulher e foi essa a atitude de Cristo para connosco
Gosto deste texto. E muito do título... É tão revelador...
Esta cena está, em minha opinião, muito bem retratada no filme a paixão de Cristo. Quando ele traça a linha no chão levantando o pó... Que grande ensinamento para todos nós. Extravasando o pensamento leva-me também a pensar na pena de morte, terá o homem direito de decidir em matar outro apenas porque pecou contra Deus e as Leis dos Homens. Como pode alguém mesmo que Juiz (que não passa de um Homem que estudou Lei) dormir á noite descansado sabendo que decidiu suprimir a vida a um criminoso...
Este é um dos encontros de Jesus que mais me tocam sem dúvida. Sempre me pergunto o que Jesus estaria a escrever na areia?
Jesus era um excelente contador de histórias! Parece que o Jorge também é! Concordo com os comentários.
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