terça-feira, março 28, 2023

Evangelho pregado e confirmado


Lemos na Carta aos Gálatas capítulo 2, que passados catorze anos Paulo volta a Jerusalém. O facto do Apóstolo exercer o ministério durante esse tempo sem ter ido ao centro apostólico em Jerusalém mostra que Paulo tinha alguma autonomia apostólica. A origem do ministério e da mensagem de Paulo não foram homens, foi o próprio Jesus Cristo.
 
Paulo não foi a Jerusalém porque os líderes da Igreja em Jerusalém pediram, mas por causa de uma revelação dada por Deus. Ali, Paulo pregou-lhes o evangelho, que costumava pregar aos gentios. O que precisa ser pregado nas igrejas é precisamente este poderoso Evangelho da graça. Martinho Lutero disse que “o verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.”  

Embora alguns “falsos irmãos” tenham ficado relutantes por Tito não ser circuncidado, sendo ele gentio, isso não intimidou Paulo e nem o fez ceder da liberdade que há na graça. Ainda hoje alguns crentes querem impor uma espiritualidade baseada em coisas exteriores, mas isso é fútil. Firmemo-nos, não na libertinagem irresponsável, mas na graça libertadora! A salvação não são se ganha por aquilo que fazemos mas por aquilo que Jesus fez por nós. Somos salvos somente pela graça, por meio da fé.  

Quando Tiago, Pedro e João constataram que o poder do evangelho de Paulo era o mesmo que o deles, estenderam as mãos a Paulo em sinal de comunhão fraterna e identificação com o ministério de Paulo. Tanto Paulo como os líderes de Jerusalém compreenderam que o evangelho da graça é só um. É certo que seriam ministérios com campos diferentes. Paulo iria semear mais nos gentios e eles nos judeus. A única recomendação dos líderes de Jerusalém foi que não se esquecessem dos pobres. Este conselho continua muito válido e pertinente para a Igreja nos nossos dias.


Duas aplicações podem ser retiradas desta passagem:  

A primeira lição é que só existe um evangelho. O evangelho de Paulo é o mesmo de Pedro, Tiago e João. São as boas novas que ensinam que Cristo morreu pelos nossos pecados, que foi sepultado, que ressuscitou ao terceiro dia, que ascendeu aos céus e um dia vai voltar. Que quem crer nele tem a vida eterna e não entrará em condenação. 

Hernandes Dias Lopes afirmou que “O evangelho é a única esperança para a humanidade. A igreja não pode substituir o evangelho por outra mensagem. A igreja não pode sonegar ao mundo o evangelho. O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo.” Que a igreja nunca se deixe distrair com falsos evangelhos ou com outras coisas, mas possamos crer e continuar a anunciar o evangelho verdadeiro da graça de Deus. 

Uma segunda lição é que Paulo buscou e praticou a comunhão. Há grande bênção na união e na comunhão com os irmãos em Cristo. Paulo não foi sozinho a Jerusalém, levou Barnabé e Tito. Lá, os apóstolos e Paulo deram as mãos no mesmo combate. Num tempo de tanto individualismo e egoísmo, precisamos relembrar que a obra de Deus faz-se em cooperação. Quando ficamos em casa em dia de reunião, podendo vir à igreja, estamos a negar o princípio prático da comunhão. Que cada um de nós, com a ajuda de Deus, faça a sua parte com vista à comunhão e à paz. Que O Senhor nos ajude.

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