segunda-feira, junho 12, 2017

A luz de Deus quer brilhar em nós

Pela graça de Deus, iniciei ontem na nossa congregação uma série de mensagens sobre a Primeira Epístola do Apóstolo João. Escrita provavelmente em Éfeso, entre os anos 80 e 90 dC, esta preciosa carta pastoral é dirigida aos crentes da 2ª e 3ª geração de cristãos. João reafirma a estes crentes para retornarem aos fundamentos da fé e terem atenção aos falsos mestres que estavam a tentar contaminar as igrejas com as suas heresias (2:18, 26; 4:1-3).

João não começa a Carta com grandes saudações. Nesta espécie de Prólogo, o Presbítero João, à semelhança do seu Evangelho, destaca aquilo que é mais importante: A Palavra da Vida. O Logos eterno que se fez carne e habitou entre nós (1:4; João 1:14). Nesta era em que a imagem é celebrada como um dos grandes deuses, os cristãos devem retornar ao essencial: A Palavra-Cristo. Esta Palavra foi ouvida, contemplada, tocada e espalhada. Chegou até nós! Quando damos demasiada importância à imagem, às palavras dos outros ou às nossas, ficamos desapontados, mas se guardarmos e praticarmos a Palavra viva, a alegria invade o nosso ser (v. 4). O nosso desafio diário continua a ser termos comunhão real com O Verbo.

A santificação, a vida, a certeza, são grandes temáticas desta Epistola. Contudo, talvez a maior tónica da Primeira Carta Joanina é o amor. Afinal de contas, João ficou conhecido como o mais amoroso e meloso dos Apóstolos. Esta é a sua Carta de Amor. Sobressai também a realidade de Deus ser luz, não há nele qualquer sombra (v. 5). Deus é luz e habita na luz inacessível, mas somos gratos a Ele porque esta luz se tornou conhecida por Jesus Cristo – “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8:12).

Somos convocados a andar na luz da verdade, da santificação, do amor e da comunhão. Existem, contudo, vários obstáculos à comunhão com Deus. Por exemplo, pensar que se está na luz, estando ainda nas trevas (v. 6). Ou o terrível equívoco de se achar sem pecado, não percebendo a horrível pecaminosidade inerente à raça humana (v. 8; 10). Viver sem a consciência e o desejo de confessar pecados (v. 9).

Terminei o sermão fazendo 3 perguntas sobre as implicações do pecado na nossa vida e como o podemos evitar. O único remédio que resolve a problemática dos pecados é crermos que o sangue de Jesus é a única coisa que pode purificar os pecados (1 Jo 1:7, 9). Sim, quando admitimos e confessamos os pecados a Deus, Ele é fiel e justo para nos perdoar. João termina o seu argumento com uma solene advertência: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis” (1 Jo 2:1).

Ser iluminados, confessar os pecados, deixá-los, perdoar e amar mais!

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