segunda-feira, maio 02, 2016

ComPaixão


A chamada “ Parábola do Bom samaritano” é talvez uma das mais grandiosas e representativas da misericórdia e amor do nosso Senhor Jesus Cristo. O doutor da Lei vinha para apanhar Jesus em alguma falha teológica ou contradição interpretativa, mas ele é que foi apanhado na sua contradição de vida. “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”, perguntou ele a Jesus. Embora a pergunta encerre alguns equívocos, todo o ser humano devia estar esclarecido quanto à importante pergunta: “Como posso ser salvo?

Jesus, à boa maneira judaica, responde à pergunta fazendo-lhe mais perguntas: “O que está escrito na Lei? Como lês?”. É interessante notar que Jesus aproveita o contexto daquele homem para o elucidar. É importante conhecermos a cosmovisão das outras pessoas para termos boas conversas. O doutor da Lei responde citando o Shemá, que dizia para amar a Deus e ao próximo (Dt 6:4-6). Jesus elogia a sua resposta e aconselha-o a fazer isso. Amar a Deus e ao próximo não era só o chamado do judeu, continua a ser o grande desafio do cristão. Importa entender que só amámos a Deus e aos outros porque Deus nos amou primeiro e quando permanecemos nesse Seu amor (Jo 15:9 e 1 Jo 4:19).

Como o doutor da Lei não estava em paz consigo próprio, reagiu mal e, sentindo-se acusado, fez outra perguntou a Jesus: “Quem é o meu próximo?” Para lhe responder, Jesus vai contar a tal história do samaritano.

Um homem descia de Jerusalém para Jericó e foi brutalmente assaltado, espancado e ficou moribundo. Passou primeiro um sacerdote por esse homem e depois um levita que fizeram vista grossa e ignoraram-no. Passou um samaritano que vendo-o “se moveu de íntima compaixão”. Tratou das feridas deste homem semimorto, levou-o para uma estalagem, cuidou dele, pagando-lhe a estadia e prometeu voltar. Jesus conclui, perguntando ao doutor qual dos três homens tinha sido o próximo do homem que foi assaltado? O doutor sem hesitar respondeu que foi “O que usou de misericórdia”.

Os Judeus, particularmente os líderes religiosos, odiavam os samaritanos. Era uma guerra religiosa e racial antiga. Jesus denuncia aqui a falsa religiosidade e a hipocrisia de falar e não viver no amor real. Dizer-se líder religioso, ou cristão evangélico, não significa automaticamente que se é bondoso e amoroso. Não chega entender e explicar as Escrituras temos que colocá-las em prática. A fé em Cristo requer cuidado e empenho e Cristo é o exemplo máximo desse amor e entrega (Rm 5:8).

Assim como o samaritano da história, Jesus Cristo não ficou indiferente a nós, pobres moribundos condenados ao inferno. Jesus tratou na cruz das nossas feridas, pagou as nossas dívidas, leva-nos à Estalagem/Igreja onde somos cuidados e aprendemos a cuidar uns dos outros e promete um dia voltar! O sacrifício de Jesus é o único que nos pode salvar. As obras boas são boas e desejáveis, mas não garantem a salvação eterna. Precisamos do amor Redentor.

O nosso próximo é aquela pessoa que precisa de nós. Pode ser alguém fora do nosso grupo de amigos ou conhecidos. Mais do que perdermos tempo a perguntar “Quem é o meu próximo?”, saibamos se estamos de facto NÓS próprios a ser próximos de quem precisa. A ideia central desta parábola é que o amor e a misericórdia de Deus são para ser recebidos e vividos por nós. Ouviste acerca daquele Samaritano que amou e cuidou de quem precisou dele? "Vai e FAZ da mesma maneira"(Lucas 10:37).

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