segunda-feira, agosto 04, 2014

A ambivalência da morte

A morte incomoda. Ela castiga e silencia. A morte espalha o terror, a escuridão, o vazio, a ausência. Ela escancara a nossa finitude e pequenez, ri dos soberbos e orgulhosos.
Mas a morte, talvez sem nunca o saber e imaginar, porque se há coisa que a morte não consegue é sonhar, também relembra coisas boas. Ensina-nos a viver. Valorizar mais o que vale a pena valorizar e viver. Introduz o mistério, o desconhecido, a possibilidade de um melhor porvir. A esperança do melhor. A morte sabe que a nossa vida é mais do que um corpo inerte. Ela encolhe-se e tolhe-se derrotada, diante de uma cruz ensanguentada. A morte um dia vai acabar.

C. S. Lewis no seu livro "Milagres" (editado em português pela Editora Vida), discorre dos dois aspectos contraditórios da morte Ele escreve que "Por um lado, a morte é o triunfo de Satanás, a punição pela Queda e o último inimigo. Cristo derramou lágrimas no túmulo de Lázaro e suou sangue no Getsemâni. A Vida das vidas que estava nele não odiou menos do que nós este castigo obsceno, mas muito mais. Por outro lado, somente quem perde a sua vida ganha-la-á. Somos baptizados na morte de Cristo, e este é o remédio para a Queda. Na verdade, a morte é o que alguns indivíduos hoje chamam de "ambivalente". Ela é a grande arma de Satanás e, ao mesmo tempo, a grande arma de Deus: é sagrada e profana; nossa suprema desgraça e a nossa única esperança; aquilo que Cristo veio para conquistar e o meio pelo qual ele conquistou."

Você que me lê, saiba que a morte não é o fim. É a grande arma divina para lhe dar Vida.

Sem comentários: