terça-feira, junho 05, 2018

Práxis cristã equivocada

A minha práxis pode indiciar a fé que professo, mas aquilo que eu faço não autentica, nem valida O Deus da minha fé. O melhor dos cristãos não comprova Deus e o pior dos cristãos não O desacredita. A frase atribuída a Mahatma Gandhi, que tantas vezes é citada, ilustra esse erro: "Amo o cristianismo, mas odeio os cristãos, pois não vivem segundo os ensinamentos de Cristo." O grande equívoco de Gandhi está em avaliar o cristianismo meramente pelas atitudes dos cristãos. Muito mais importante que a conduta dos cristãos é O Cristo dos cristãos. Não somos convocados a amar o cristianismo, mas a amar o próprio Cristo. Ele é a verdade.

Esta também é a falácia dos religiosos legalistas (especialmente alguns defensores da teologia arminiana): o cristão é aquele que se esforça por praticar o bem e fazer boas acções todos os dias da sua vida para manter a sua salvação. O legalista esforça-se por provar a veracidade de Cristo, pelas suas próprias razões, posicionamentos e comportamentos. O cristão torna-se assim a régua da verdade. Só que quem verdadeiramente vive e testifica bem da verdade é O Deus triúno (João 8:18; 5:32).

Isto significa que os cristãos podem viver de qualquer maneira? Não. Aquilo que eu penso, digo ou faço como cristão é muito importante pois revela que tipo de Deus tenho na minha vida e o tipo de relacionamento que tenho com Ele. Mas a práxis central do cristianismo não são os cristãos, é Cristo e a Sua obra redentora. A práxis de Cristo está acima, muito acima, da melhor práxis cristã. Em última análise, nunca houve, não há e provavelmente nunca haverá um cristão que viva plenamente todos os ensinamentos de Cristo. Como cristãos e como igreja de Cristo estamos sempre a falhar. Cristo, contudo, nunca falha.

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