terça-feira, novembro 21, 2017

O Senhor do sem nariz

Lembrei-me hoje da divertida obra surrealista de Nicolai Gógol, O Nariz, que já li há muitos anos. O barbeiro Ivan acordou um dia com o cheirinho a pãozinho quente e, para seu grande espanto, encontrou no meio do pão um grande e afiado nariz. Desesperado, Ivan tenta livrar-se do nariz enquanto o dono do nariz perdido sai à procura dele. O maior ridículo do ufano Senhor do seu nariz é um dia acordar sem ele. Gógol não perde muito tempo com razões e explicações para o sucedido. A genialidade da obra-prima está no realismo do absurdo. Por incrível que pareça o ridículo está sempre a acontecer-nos. Como bem remata o escritor, "Se pensarmos bem, há qualquer coisa nisto... digam o que disserem, acontecem coisas destas no mundo - raramente, mas acontecem."

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