segunda-feira, setembro 25, 2017

Perseverar na verdade

Na continuação da série de mensagens sobre a Primeira Carta de João, preguei ontem sobre a segunda parte do capítulo 2. Estavam pessoas a sair das igrejas. Aqueles que se tinham feito a si próprios anticristos, porque negavam O Jesus que se tinha feito O Cristo, estavam a abandonar a fé cristã. Lemos no versículo 19: "Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam connosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós". Para melhor explicar este versículo, socorri-me do brilhantismo exegético de John Stott, que por sua vez alude ao grande Calvino:

"Este versículo lança luz sobre duas doutrinas importantes: a perseverança dos santos e a natureza da igreja. 'Aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo' (Mc 13:13), não porque a salvação é o prémio da constância, mas porque a constância é o carimbo dos salvos. Se os falsos mestres tivessem sido dos nossos, teriam permanecido connosco. Isto é afirmado como um princípio. Os que são dos nossos ficam connosco. A perseverança futura e final é a prova última de uma passada participação em Cristo (cf. Hb 3:14). Por outro lado, 'os que caem, nunca estiveram completamente imbuídos do conhecimento de Cristo, mas somente o experimentaram de maneira superficial e passageira' (Calvino)."

A salvação não é um prémio da perseverança, a perseverança é o selo dos salvos. A boa doutrina não leva ninguém ao céu - Só Jesus Cristo é quem nos salva -, mas a má doutrina ajuda a manter muitos nas chamas infernais do engano. Quem crê na verdade revelada pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus conhece bem a mentira e vai perseverar até ao fim. Quem é verdadeiramente salvo hoje, continuará a sê-lo amanhã.

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