terça-feira, outubro 11, 2016

A história dos dois filhos perdidos

Um Pai tinha 2 filhos. O mais novo pediu a herança ao pai e ele reparte-a em vida. O filho mais novo sai de casa para uma “terra longínqua” e lá gasta tudo. Terra longínqua, que Agostinho diz representar a loucura do esquecimento de Deus. Acontece uma grande fome e, para se alimentar, o jovem apascenta porcos e come bolotas. Desesperado, “cai em si” e volta para casa do pai, disposto até a ser um escravo. O pai corre ao encontro do filho quando ainda ele vem longe, cobre-o de beijos, perdoa-o e faz-lhe um alegre banquete. Entrementes, o irmão mais velho chega do campo e sabendo que o seu irmão tinha voltado, fica profundamente indignado e não quer entrar em casa.

“A Parábola do Filho Pródigo” é porventura a mais conhecida das parábolas da Bíblia. O grande escritor Charles Dickens disse que esta história é “a melhor de todas as pequenas narrativas jamais escritas.” Contada juntamente com outras duas ricas ilustrações sobre perdidos e achados, todo o capítulo quinze de Lucas é uma só unidade. Sem interrupções, Jesus vinca a mesma verdade central nas três histórias: A tristeza pela perda de algo precioso e a alegria do reencontro.

Para mim, o personagem principal da terceira história não é nenhum dos filhos mas o próprio pai, ele sim é pródigo em graça e amor. Nos poucos versículos da passagem bíblica, a palavra “pai” aparece 12 vezes. Esta é a história de Deus Pai a buscar e salvar, por intermédio de Jesus Cristo, aquele que se havia perdido (Lucas 19:10).

Tanto o filho mais novo com a sua rebeldia auto-suficiente, como o mais velho cheio de justiça própria, estavam perdidos. A diferença é que o filho mais novo arrependeu-se e foi perdoado, o mais velho, que sempre esteve em casa do pai mas não tinha verdadeira comunhão com ele, não reza a história. O ingrato filho mais velho representa os soberbos e arrogantes fariseus e escribas que confiavam nos seus feitos religiosos, mas censuravam Jesus por Ele receber e comer com pecadores (v.2). Nós também imaginamos muitas vezes que o amor de Deus é alcançado por mérito humano ou por bom comportamento, mas não, é consequência da graça divina.

A narrativa termina com a sentença do Pai: “Era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado” (v.32). Existem tantas razões para aqueles que foram encontrados se alegrarem e serem gratos a Deus. Porquê tanta queixa e crítica? Devíamos agradecer o muito que Deus nos tem dado. A vida, os pais, filhos, irmãos, amigos, bens, igreja, tantas, tantas dádivas divinas.

Jesus continua a chamar ao arrependimento, não os que se consideram justos e rectos, mas os que andam perdidos. Ele continua a receber pecadores e a ainda quer comer com eles. Como Jesus repete nesta maravilhosa parábola: “há alegria no céu por um pecador que se arrepende” (v.7 e v.10). HOJE também!

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