terça-feira, março 22, 2016

Estou a ouvir bem a Palavra?

Alister McGrath no seu livro Apologética pura e simples disse que O Iluminismo procurou fugir do carácter narrativo das Escrituras, considerando as suas histórias dispensáveis para entender o foco intelectual e moral da Bíblia. A Pós-modernidade parece que redescobriu o importante valor das histórias.

Jesus foi um grande contador de histórias. Cerca de um terço do seu ensinamento está registado sob a forma de histórias. “As parábolas são histórias terrenas que expressam significados celestiais”, escreveu Klyne Snodgrass. Estas pequenas narrativas alegóricas que Jesus contou parecem simples, mas escondem “mistérios” que poucos enxergam ou compreendem (Mateus 13:10-13). Mais do que tentar espiritualizar ou atribuir um significado preciso a cada detalhe, importa perceber os seus contextos e retirar a ideia central da parábola. “O caminho mais seguro para lidar com a parábola é procurar o pensamento central ou a ideia principal, em torno da qual todos os elementos subordinados se agrupam”, disse muito acertadamente Herbert Lockyer.

No Domingo comecei uma série de pregações de oito parábolas contadas por Jesus no Evangelho de Lucas. Começamos pela parábola do semeador e da semente (Lucas 8:4-15). Esta é das poucas parábolas em que o próprio Senhor Jesus fornece claramente a interpretação. A parábola trata da forma como ouvimos e reagimos à Palavra de Deus. São quatro tipos de solos que, ao receberem a boa semente - a Palavra de Deus -, respondem de formas distintas. A chave para o crescimento espiritual começa com a disposição para se ouvir bem. A dureza, as distracções, os espinhos, a superficialidade na fé não produzem resultados duradouros. A ideia fundamental a reter desta parábola é que quando ouvimos, cremos e obedecemos à Palavra de Deus, não só recebemos a salvação de Deus, vamos produzir frutos perseverantes. A semente está lançada, "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça".

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