Quando chega a Caná da Galileia, Jesus irá realizar o seu segundo milagre, na sequência da narrativa do Evangelho de João. Um Régulo, oficial do tetrarca da Galileia Herodes Antipas, aborda Jesus e roga-lhe que vá a sua casa para curar o seu jovem filho, que está mortalmente doente. Jesus responde-lhe com alguma aspereza (só Ele pode falar assim!) dizendo-lhe que “Se não virdes sinais e milagres, não crereis.” (v. 48). A resposta no plural de Jesus indicia que Ele não só falava para aquele pai, mas também para a multidão que o seguia com fé interesseira, esperando que O Messias resolvesse todos os seus problemas terrenos. O erro obviamente não estava, nem nunca está, nos sinais e milagres que Jesus fazia (e faz!), mas de fazer depender a fé desses sinais e milagres, não direccionando a fé primariamente para Deus e para o Messias.
Contudo, o oficial do Rei não desiste de clamar. Retoma a sua intercessão, fazendo do assunto uma questão de vida ou de morte, "Senhor, vem, antes que meu filho morra". Como Jesus nunca rejeita nem quem a Ele vai com espírito humilde e contrito, decreta uma gloriosa sentença: “Vai, o teu filho vive”.
O texto bíblico acrescenta que o pai creu na Palavra de Jesus e foi para sua casa. Quando lá chegou, os seus servos vieram logo ao seu encontro, informando-o que o seu filho vivia e estava bem. O pai, indagou a hora precisa em que aconteceu o milagre e constatou que foi precisamente na altura em que Jesus ordenou a cura. O relato termina dizendo que, não só o filho deste Régulo foi curado, mas ele e toda a sua casa creram em Jesus e foram salvos. O maior milagre de todos é a salvação eterna.
"Muito felizes são todos os que crêem sem ver", diria Jesus uns anos mais tarde ao céptico Tomé (Jo 20:29). E hoje a nós também.
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