quinta-feira, novembro 28, 2013

A oração muda alguma coisa?

Quando nós oramos pelo resultado de uma batalha ou de uma consulta médica, o pensamento que geralmente passa pela nossa mente (se pelo menos nós soubéssemos) é de que a situação já está decidida de uma maneira ou de outra.

Creio que isso não é razão para interrompermos as nossas orações. A situação certamente está decidida — em certo sentido, ela foi decidida “antes de tudo existir”. Porém, uma das coisas levadas em conta para decidi-la e, portanto, uma das coisas que a ocasionou, pode ser a própria oração que estamos fazendo. Então, apesar de isso parecer chocante, concluo que podemos, ao meio-dia, fazer parte das causas de um acontecimento das 10 horas da manhã. (Alguns cientistas entenderiam isso com mais facilidade do que os leigos.) A imaginação, sem dúvida, tentará nos impor todos os tipos de truques nesse ponto. Ela questionará: “Então, se eu parar de orar, Deus pode voltar atrás e modificar o que já aconteceu?”.

Não. O evento já aconteceu e uma das causas foi o fato de você estar fazendo perguntas em vez de orar. Ou, pode perguntar: “Se eu começar a orar, Deus pode voltar atrás e modificar o que já aconteceu?”. Não. O evento já aconteceu e uma das causas foi a sua presente oração. Assim, algo realmente depende das minhas escolhas. Meu livre-arbítrio contribui para o equilíbrio cósmico. Essa contribuição é feita na eternidade ou “antes de tudo existir”; mas a minha consciência de contribuição me alcança em um ponto específico do período de tempo.


Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.

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