segunda-feira, julho 22, 2013

O chicote de Jesus

Jesus visita o grande templo em Jerusalém, que estava em construção há mais de quarenta anos. A festa da Páscoa estava próxima. Ao longe, já se ouve o barulho do gado, o tumulto dos negócios dos cambistas e a confusão reinante. A "Casa do Pai", que devia ser uma "Casa de oração", estava transformada lamentavelmente numa "Casa de vendas". Jesus faz um chicote e expulsa os animais, derriba as mesas do comércio religioso e denuncia os vendilhões do templo. “O Mestre da alegria não tolera o pecado, nem convive com a imundície” diz acertadamente Werner de Boor.

Mas este comércio religioso mercantilisca não acabou ali. No tempo de Jesus os vendilhões voltaram à entrada do templo e hoje estão dentro dos templos. Abundam os oportunistas religiosos que, a troco de dízimos e ofertas monetárias, prometem curas, milagres, sucesso e mais dinheiro. Em vez de cultivarem a reverente adoração diante da presença de Deus, fazem a troca rápida e mágica da resolução de todos os problemas por dinheiro.

A denúncia profética e messiânica de Jesus incomoda-nos. Mexe com o nosso facilitismo utilitarista, com os interesses instalados, com a religiosidade ritualista e, sobretudo, com a vida pecaminosa. O chicote de Jesus doí-nos porque interfere com a nossa zona de conforto e a nossa falta de santidade. Mas Jesus pode e quer curar-nos. Em três dias venceu a morte. Jesus é superior ao templo.

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