terça-feira, julho 10, 2012

Escrevo

Escrevo já com a noite
em casa. Escrevo
sobre a manhã em que escutava
o rumor da cal ou do lume,
e eras tu somente
a dizer o meu nome.
Escrevo para levar à boca
o sabor da primeira
boca que beijei a tremer.
Escrevo para subir
às fontes.
E voltar a nascer.


In: Eugénio de Andrade. Os Sulcos da Sede. São Paulo: Quasi, 5ª Edição, 2007, p. 41.

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