quinta-feira, janeiro 27, 2011

É possível um cristianismo sem igreja?

É possível um cristianismo sem igreja? É o ponto de partida para este extraordinário livro da Editora Mundo Cristão. Nesta época em que tantas pessoas estão desencantadas com a sua igreja local, onde tantos se levantam contra o modelo conservador e institucional de ser e estar da igreja, este livro é uma lufada de ar fresco. Escrito paralelamente por Kevin DeYoung e Ted Kluck, ora numa linguagem mais doutrinária e teológica, ora num estilo humorístico e mais leve, esta obra destaca a importância de estar e amar a igreja pela qual Cristo também amou, morreu, ressuscitou e vive intercedendo.

Compreendo a dificuldade tantas vezes que é estar na igreja local - eu próprio já saí dela. Durante cerca de dois anos e meio estive ausente. Mas, mesmo nesses tempos conturbados, sempre acreditei na igreja local, tentando participar e envolver-me activamente noutra congregação. Passado esse tempo, voltei à minha igreja local.

Dou graças a Deus pela minha Igreja local. Agradeço a Deus pelas pessoas que estão nela actualmente e por tantas outras que por lá passaram. Louvo O Senhor pela sua longa história, por ser uma igreja conservadora, ortodoxa, familiar e pequena. Por tantas poderosas vitórias de Deus e pelos nossos fracassos, por tantas vidas que já ouviram e creram no Evangelho de Jesus Cristo lá e por aquilo que Deus está a fazer e ainda irá realizar. Hoje e amanhã.

7 comentários:

José Carlos disse...

A minha resposta é NÃO

O Tempo Passa disse...

Jo, sei que discordamos e não quero levantar polêmica; não creio que seria frutífero.
Respeito tua posição, embasada por crenças e por experiências.
Também tenho a minha, também embasadas em quase 60 anos de vida cristã.
Acho que ambos podemos nos beneficiar com um olhar mais atento à posição do outro. É o que tento fazer.
Um abraço

Jorge Oliveira disse...

Rubinho (faço uma colagem aqui da resposta que te dei no Facebook):

Obviamente que não concordo com a tua opinião. Gosto muito da Blogosfera, do Twitter, da comunhão com outros irmãos de outras igrejas e denominações, mas daí a a dizer que isso substitui a igreja local vai uma grande distância. O Evangelho Starbucks para mim não presta para nada.

Na minha opinião não há cristianismo saudável sem igreja local. Os pecados, as falhas, os erros e as omissões dos crentes nunca serão uma desculpa para ela não existir. A história, e principalmente a Bíblia, provam que as igrejas sempre existirão.

A igreja local não é só essencial à fé, ela é fundamental para a vida espiritual saudável do cristão, para testemunho no mundo e para o cumprimento dos propósitos de Deus.

Um abração
:)

Soli Limberger disse...

Caro amigo Jorge.

Na paz do Pai.

Concordo contigo, no entanto é importante que a gente saiba o que é IGREJA, e isso é simples: somos nós. Eu, você e todo aquele que manifestar a vida de Jesus.

Vale dizer sobre Jesus que, quando procurado pelas pessoas sobre como seguí-lo, ele simplesmente dizia: VEM E SEGUE-ME. Nunca indicou alguma igreja, templo, religião ou nenhuma comunidade. O grupo de Cristo estava no “Caminho”, no dia a dia, na estrada. A igreja somos nós e ela é ambulante, caminhante, não é o templo parado, nem as paredes de tijolos de um lugar. Aliás, me parece que as paredes do templo de Deus chamam-se pele.

Hoje sabemos que o ser humano não precisa de tijolos, concretos, templos, cultos, rituais, religiões, ofertas, sacrifícios, velas, promessas ou qualquer manifestação sobrenatural para encontrarem a Deus “no Caminho diário” – Precisam unicamente de Jesus e ele mesmo diz ser o caminho. E é isso que cremos.

Por outro lado, eu como um “desigrejado” não me sinto FORA DA IGREJA de Cristo, me encontro com meus irmãos, ministro a palavra para eles e eles para mim, não temos local fixo, nem dia fixo, nem nenhum impedimento e eu creio que somos sim AGREGADOS À IGREJA DE DEUS. Porque o que nos une à Deus não é o cartão de membro, nem os cultos, nem as placas, nem sentar lado a lado no domingo pela manhã na igreja; o que nos une nessa cristandade de fé é o amor. Jesus mesmo falou isso: “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” – João 13:35.

Isso em si, fala tudo.

Sendo assim, não há maneira mais “santa” de sermos reconhecidos POR DEUS como igreja a não ser pelo amor, não pelas paredes. E quando amamos uns aos outros, teremos comunhão, que é bem simples também: comunhão é se preocupar, investir tempo, relacionamento, criar laços... Isso tudo pode ser em um templo sim, mas não propriamente nele.

Aliás, vejo que quem ama ou se envolve apenas com as pessoas no templo, nem templo de Deus é.

Abraço na tua alma, no amor do nosso Pai que nos faz UM.

Soli, teu irmão.

Jorge Oliveira disse...

Olá amigo Sóli Limberger,

É com grande satisfação que li o seu comentário e agradeço a sua participação, mas não concordo nem partilho do que escreveu.

Em lado nenhum eu disse (e também não creio) que a Igreja local seja os tijolos ou o templo físico. A Igreja é de facto o Corpo místico e Universal de Cristo. São os meus irmãos de Portugal, do Brasil, da China, etc. Mas não é dessa Igreja que eu escrevi no post. Falo da Igreja local. A que implica várias coisas muito práticas e evidentes e que a Bíblia claramente define.
A Igreja que Jesus disse para irmos em Mateus 18:17.

A Igreja local não é uma mera organização ou instituição, mas implica agremiação, comunhão efectiva, uma liderança reconhecida, que nos sujeitamos voluntariamente e respeitamos, constituída por Anciãos e Diáconos, implica oração conjunta, ensino e pregação do Evangelho, louvor e adoração a Deus, implica baptismos, amor prático entre os crentes e ao próximo, acção social na comunidade, ofertas e colectas e muitas outras coisas.

Creio que existem vários expressões práticas e diferenciadas da Igreja local, mas para mim, um conjunto de crentes que toma café junto não é uma Igreja local. Para mim, meia dúzia de crentes que se reúnem para ver um filme ou estudar a Bíblia quando lhes apetece não é uma Igreja local.

Eu sei que é difícil andarmos e humilharmo-nos na Igreja local, com as suas idiossincrasias e contradições, mas penso que é precisamente esse caminho apertado de diferentes pessoas, que está a bênção de Deus, a maturidade e o crescimento espiritual.

Um abraço.

Soli Limberger disse...

Ok Jorge, não falei muito diferente de você, mas deixe-me ser diferente agora:

IGREJA LOCAL é isso: “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” – João 13:35.

Podemos comer banana juntos, tomar café, andar pelo parque, jantarmos juntos, ajudar um amigo pintar sua casinha... isso pra mim e pra Deus é igreja local SIM se existir amor entre nós.

Podemos ter bispos, padres, pastores, líderes, louvor e arrecadações financeiras... Mas sem amor uns pelos outros seremos apenas um grupo filantrópico, sem amor isso não é igreja.

Mas comer banana uns com os outros em amor é muito bom, isso SIM é igreja local.

Se queres um bom exemplo de igreja LOCAL em Atos use este:

“Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos” – Atos 2:44-47.

VEJA onde eles se reuniam. Nem lugar eles tinham, usavam o pátio do templo judaíco, depois iam comer "banana" na casa uns dos outros em amor.

Fora isso é tudo blá-blá-blá religioso.

Abraço, respeito tua opinião.

Soli, teu irmão!

Jorge Oliveira disse...

Limberger,

Concordo que podem existir igrejas locais onde não existe amor verdadeiro. Mas será que mesmo nessas igrejas não existe ninguém em absoluto que não ame? Amamos nós próprios sempre de uma maneira perfeita?

Outra questão:
Que tipo de amor estamos aqui a falar? Se existe hoje uma coisa subjectiva e susceptível de ser pouco confiável nestes dias é o "amor". Tantas pessoas que "amam" muito hoje e amanhã odeiam-se. Gays, lésbicas, pedófilos e tantos outros defendem os seus ideais em nome do "amor".

Que tipo de amor é esse que diz que o mais importante é a pessoa "sentir-se bem", não importando onde está e o que faz? Que tipo de amor é aquele que não presta contas a ninguém?

Que deus falso é esse que só ama e que nunca castiga ninguém?


Não vou prolongar muito mais o debate aqui, mas parece-me que, mais do que inventarmos coisas novas, precisamos voltar às antigas. Às coisas comprovadamente boas da Palavra de Deus.


(Aconselho-o a ler o livro! :))