segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Medo dos trovões

A rapariga que limpa o condomínio do prédio veio ao meu escritório meio assustada. Contou-me que estava com medo dos trovões. E da chuva. Falou das desgraças, das chuvas, do que fez no fim-de-semana, do que comeu, da roupa que estendeu, das calamidades, das dores, do trânsito, que dormiu muito, que agora não quer crianças, tornou a falar da chuva, da solidão...

Não eram só os trovões.
Ela queria falar.
E eu ouvi-a.

1 comentário:

José Carlos disse...

Apesar do ser humanos possuir dois ouvidos e apenas uma boca há tão poucos que estão dispostos a ouvir.
Ainda bém que fazes parte desses poucos.