quarta-feira, janeiro 06, 2010

O lento cozinhado de Deus

Vivemos na era do instantâneo. Estes tempos do pragmatismo imediato contagiaram inevitavelmente muitos cristãos, líderes e igrejas evangélicas actuais. As luxuosas Roulottes da fast-fé que vendem menus de sucesso fácil e rápido são muito concorridas. Faz-se de Deus um grande Génio mágico, que tem que satisfazer rápida e confortavelmente todos os desejos, necessidades, caprichos e vontades humanas. É o deus-servo do Homem. Carrega-se num botão e Ele obedece. O Deus ex machina.

A propósito disto, Ed René Kivitz afirma no seu livro “Outra Espiritualidade”, que “Os neo-evangélicos estão ocupados demais em construir uma experiência religiosa que os satisfaça no imediato, e não se ocupam com as aproximações da verdade, uma vez que vivem o pragmatismo de quem se ocupa antes em fazer Deus funcionar do que em ser íntimo dele.”

Precisamos compreender que só o que resiste ao teste do tempo tem valor. Mais do que o imediatismo febril da espiritualidade instantânea, Deus quer tecer lentamente o carácter e a vida de Cristo em nós. Dia-a-dia. A espiritualidade bíblica é o resultado de um cozinhado lento, assado no forno dos desertos, das provações, das dificuldades, das incompreensões e das lutas. Caindo por vezes, levantando a seguir. Esperando e perseverando em Deus e na doutrina de Cristo (Isaías 40:31; Miquéias 7:7; 2 João 1:9). Mais do que uma satisfazer necessidades imediatas Deus está a preparar-nos para a eternidade. E Ele não tem pressa.

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