sábado, janeiro 16, 2010

Nem sempre o corpo se parece

Nem sempre o corpo se parece com
um bosque, nem sempre o sol
atravessa o vidro,
ou um melro cante na neve.
Há um modo de olhar vindo
do deserto,
mirrado sopro de folhas,
de lábios, digo.


Eugénio de Andrade
In: O peso da sombra

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