domingo, novembro 22, 2009

Eleitos, mas livres

"Deus determinou que as criaturas façam as coisas livremente. Ele não determinou que sejam forçadas a fazer actos livres. O que é forçado não é livre, e o que é livre não é forçado. Em resumo, somos eleitos, mas livres.

In: Norman Geisler. Eleitos mas livres. São Paulo: Editora Vida, 1999, p. 62.

8 comentários:

Alice disse...

Adorei !!

Grande frase !


bjusss

Saulo R. do Amaral disse...

Tenho este livro. Essa frase não tem base bíblica nenhuma. Somos livres do que? De Deus?

Jorge Oliveira disse...

Saulo,
Quem escolheu livremente o nome dos animais, no jardim do Éden, foi Deus ou o Homem?

Saulo R. do Amaral disse...

Jo, fiz a pergunta primeiro. Rsrs! Ninguém está negando que o homem faça escolhas. A questão toda é se ele capaz de escolher a Deus por si próprio, o que eu nego veementemente, pois a Bíblia é clara que ningupem busca a Deus (Rm3), a não ser que seja levado por Deus. Mesmo que a resposta à tua pergunta fosse positiva, você teria que me provar qual a relação dela com a suposta escolha livre do homem rumo a Deus. E, mais uma coisa, voê acha que somos livres de Deus, em qualquer aspecto? Tiago não diz que isso é arogância? Ele não nos ensina que as nossas escolhas acontecem apenas se Deus quiser?

Jorge Oliveira disse...

Saulo,
Qual era mesmo a pergunta (eheheheh)?

Eu percebo as suas inquietações, ou não fossem estas questões (da liberdade humana e da soberania de Deus) tão debatidas ao longo dos séculos entre os tantos teólogos e estudiosos da Bíblia.

Acredito no Deus que tudo conhece, tudo pode e tudo domina. A Bíblia diz que Deus "enche os céus e a terra" (Jer. 23:24), e neste sentido, ninguém pode "ser livre" de Deus.

Mas não é disso que a frase está a falar. Norman Geisler (obviamente um "reles" Arminianista como eu, eheheh), está a dizer que Deus dotou o homem de alguma capacidade decisória. O homem pode fazer boas ou más escolhas (não somos máquinas).

Escrevi em tempos que "para mim não há incoerência nenhuma entre acreditar na soberania (total) de Deus e na liberdade (condicionada) do homem." (http://cantodojo.blogspot.com/2008/09/tesmo-fechado.html) E mantenho o que escrevi.

Existem muitas passagem que demonstram que o homem pode fazer escolhas (a começar logo no Éden). Penso também que Deus conhece e antevê essas mesmas escolhas. Ele é Deus!

Com relação à questão da salvação, entendo porém que esta liberdade é muito limitada, senão mesmo inexistente (aqui talvez seja um "nobre" Calvinista, lol). Ninguém pode ir a Jesus, se O Pai não o levar (João 6:44). É o Espírito Santo que convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:7-8).
A própria fé é um dom de Deus (Ef.2:8; Hebreus 12:2).

A salvação é um acto de génese e essência divina. Foi planeada, executada e consumada por Deus para todo o ser humano (João 3:16). Quem crer nele será salvo, quem não crer está condenado (Marcos 16:16).


Um abraço

Saulo R. do Amaral disse...

Tb creio que o homem faz escolhas, que ele é responsável pelos seus atos... mas não sei se falaria em liberdade (no mais profundo sentido da palavra)- acho que a base da responsabilidade do homem não é sua liberdade, pois a própria Palavra diz que ele é incapaz de ouvir a Deus e incapaz de obedecer à Sua Lei (Rm 8:6-7)-. Por exemplo, em Atos 4 vimos que tudo o que aconteceu com Jesus na sua crufificação foi predeterminado por Deus, mas, mesmo assim, os homens foram os responsáveis. Note que a Bíblia fala em predeterminação e não em mera presciência, como se Deus houvesse apo que é impossível). E, note bem, mesmo que não houvesse a vontade decretiva de Deus, a própria presciência de Deus, que é absoluta e infalível, fixa os destinos e não há falar em liberdade. Exemplo: antes de criar o mundo, suponhamos que Ele já tenha visto de antemão que "X" escolheria não crer em Cristo Pergunta? Quando "X" nasce, qual o destino dele inevitavelmente? Muitos que defendiam o arminianismo se deram conta disso e inventaram algo chamado Teísmo Aberto, que nega a presciência absoluta de Deus. Eles estão totalmente errados, mas, pelo menos, são coerentes.

Abraço!

Jorge Oliveira disse...

Amigo Saulo,
Não pretendendo prolongar muito mais este (interminável) debate, alerto para o facto que nem todos os Arminianistas (muito menos os Arminianistas Clássicos) aprovarem o Teísmo Aberto (ou Teologia Relacional). Ler por exemplo a confissão de fé Faculdade de Teologia Wittenberg: http://www.wittenberg.com.br/6253/6274.html

Abomino a ideia de um Deus que desconhece o futuro ou que anda ao sabor dos sentimentos e desejos humanos. Esse não é o Deus que eu creio e nem o que a Bíblia revela.
Creio que Deus enviou o seu Filho unigénito para morrer por todos os homens (João 3:16) e deseja que todos os homens se salvem e venham ao pleno conhecimento da verdade (1 Timóteo 2:4). Paulo diz claramente a Tito (2:11) que "a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens." Rejeito a salvação pelas obras e a perda da salvação, porque quem vai a Jesus, de modo nenhum é lançado fora (João 6:37).


Mais para reflexão do que para debate, deixo aqui uma passagem que, embora seja dirigida aos Judeus, aplica-se a todos os homens e que prova de uma forma inequívoca o livre arbítrio e a sua responsabilidade perante Deus e a sua salvação:

"Em verdade, em verdade vos digo que quem OUVE a minha palavra, e CRÊ naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida."

"Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida."

(João 5:24; 39-40)

Saulo R. do Amaral disse...

Ok, Jorge. O problema é que não entendestes ainda que estes versículos nada provam do livre-arbítrio. NADA! É muito claro que nós exercemos a fé, mas essa fé é um dom, não vem de nós. É certo que eu escolhi a Jesus, mas porque Ele me escolheu e me capacitou, assim como fez com Lídia, a crer no Evangelho. Eu e você fomos ensinados por Deus e atraídos até Cristo. Somente por isso, Jorge, somos irmãos e salvos por Cristo. O vs, que citaste por último, bem demonstra o que o nosso "livre-arbítro faz: "NÂO QUEREIS vir a mim para teres vida". Esse é o teu chamado "livre-arbítrio" e é isso que Ele deseja: trevas. A nossa vontade é escrava do pecado. Ou somos escravods do pecado ou escravos de Deus, como diz Paulo em Romanos 6. Não há neutralidade. Mas, irmão, estude com carinho as doutrinas da graça. Elas não anulam a nossa vontade, o nosso querer. Elas simpelsmente dizem que Deus nos dá um novo coração para crer, sem o qual nunca creríamos em Deus, pois é somente pela atração DEle que vamos a Jesus. Nós exercemos o arrpendimento e a fé, mas essas duas cosias são um presente, são dadas e elas nos levam a, infalivelmente, crer em Cristo para a salvação. Abraços!