sexta-feira, junho 20, 2008

A tecla do retrocesso

Carrego na tecla do retrocesso antes de publicar um “poste” e apago o que escrevi (faço “undo” muitas vezes). Escrevi um dia destes, na pasta onde guardo alguns pensamentos que vou escrevendo que, “talvez os meus melhores postes foram aqueles que eu tive a hombridade de não os publicar”. Mas não penso isso, senão já o teria publicado. Ou então não penso exactamente isso, mas agora já o publiquei. Dizemos frequentemente coisas que não são exactamente o que gostávamos de ter dito.

No computador apago, “Deleto”. Reformulo ideias e reescrevo frases. Aprendemos coisas novas e mudámos. Estamos em construção. Devíamos estar. Mas por vezes tomamos decisões impetuosas, actos irreflectidos e desvarios momentâneos. Pagam-se caro. Palavras, silêncios e más atitudes ficarão inexoravelmente gravadas em nós e nos outros. E todos agimos precipitadamente. Perdemos oportunidades. Falhamos. Caímos.

Claro que acredito no Deus que restaura e perdoa - Ele até ressuscita os mortos! - mas as marcas da imprudência, da precipitação e dos ímpetos violentos da carne, rasgam sempre a alma. E a vida real, não tem uma tecla de retrocesso imediato.
Importar pensar. Pensar antes de falar e agir.
Pensar bem. Pensar o bem.

7 comentários:

Anónimo disse...

è...somos humanos...e apenas justificados pela fé...se bem que muitas vezes penso que não há justificação...enfim...é pelo grande Amor de Deus...só por isso...

Martuxa disse...

Ainda bem que tiveste "a hombridade de publicar este post"...ainda bem que não carregaste na tecla do retrocesso...pois este está hummmm nem tenho palavras (ocorre-me "tão verdadeiro mas tão, tão que até dói..."...
Gostei especialmente do "as marcas (...)rasgam sempre a alma"...
Não é "pensar bem" é mesmo "pensar O bem"...fabuloso!
Obrigada! =)
Bom fim de semana

Wander; Ana Carla e Isabelle Almeida disse...

Curioso que esta semana mesmo eu e Carla argumetávamos com alguém muito querido a nós sobre isso: As vezes ferimos muitos - até nós mesmos - por não medirmos nossas palavras... E como é difícil consertar palavras ditas. Enfim, bem verdade isso que vc escreveu.

Viviana disse...

Olá Jorge,

Como são verdadeiras as suas palavras!

Quantas feridas se abrem por ´"dá cá aquela palha"!

Quantas marcas que ficam...como que gravadas na pedra!

E a gente perdoa, e a gente pede desculpa, mas nada jamais será como dantes.

Sabe, aos 67 anos, procuro ter o máximo de cuidado para não magoar ninguem.

Tenho precisado para isso, da ajuda do alto.

Mesta fase da minha vida,eu não quero de modo algum, magoar alguem.

E, quero resolver enquanto é tempo... qualquer pequena questão pendente com alguem.

Assim Deus me ajude.

um abraço
viviana

Jorge Oliveira disse...

Obrigado caros amigos pelas vossas palavras de encorajamento.
A vossa partilha e experiência também são muito importantes para mim. E ainda bem que não sou o único ser humano que por aqui ando.

D.V.A.
Abraços

Anónimo disse...

Caro Jorge,

Sábias palavras.
Muito bom seu texto.

Abraços,
Luiz Henrique Matos

Vilma disse...

Muito bom.
Há uma frase que eu gosto muito, que diz:
Há trÊs coisas que não voltam atrás - a flecha lançada, a oportunidade perdida e as palavras ditas.
Como não temos essa teclinha, é bom pensar bem ... antes de lançar algo que nos fira a nós e outros.
DTA.